29 de dezembro de 2010

2010

o ano está acabando.  ( frase clichê)


e aí eu lembro de tudo o que aconteceu (frase clichê 2)


como passou rápido (frase clichê 3)


Oi gente!!

Quanta coisa aconteceu em 2010, né? Parece que foi ontem que vim aqui escrever todos os meus objetivos para o ano que passou, rs.

Bem,  esse foi um ano de coisas surpreendentes:


Tenho certeza de que a minha geração vai entrar pra história. Com 80 anos eu vou aparecer no Fantástico, a essa altura do campeonato já apresentado por um filho anarquista de Carmel, da minha escola (até lá o anarquismo não vai sofrer tanto preconceito), comentando sobre como era o clima antes do aquecimento global. Afinal, convenhamos, que calor foi esse, Jesus?


No começo de 2010 passei pelo que me lembro ser o período mais quente da minha vida, e por volta de janeiro e fevereiro a temperatura aqui na região metropolitana do Rio passava dos 40ºC quase todos os dias. Devido a umidade, a sensação térmica passava os 50º. A temperatura de um deserto ( eu continuo não entendendo como as mulheres árabes usam burca num calor desse. A não ser que haja um sistema de refrigeração oculto lá dentro). como consequencia, as lojas esgotaram seus estoques de ventiladores e condicionadores de ar ( porque ares condicionados é muito feio de se dizer.).


Não dava pra andar na rua. Não dava nem pra ir à praia. O lance era se trancar no ar condicionado e beber muita água gelada, rezando a Deus por um frente fria qualquer que nunca vinha. Por uma chuvinha que refrescasse. Pois é. Pedimos tanto que olhem o que deu. Uma chuva nunca vista antes por aqui, que destruiu casas, famílias e levou Niterói às manchetes do Jornal Nacional.


Cara, tá passando comercial da Telesena na Rede Globo!


Ano de eleições. Não tirei meu título. Tá, podem querer me matar, afinal, cadê meu instinto cidadão? Não sei. Mas eu não tirei meu título e não me arrependo. Acho que não estava preparada pra isso. Bem, vimos coisas tristes. Eleger Tiririca? E tem gente que chama isso de voto de protesto. Uma jogada política do partido dele que  usou sua imagem, sua popularidade, e a revolta de um povo leigo para aumentar sua bancada no Congresso.


Deputado federal mais bem votado no RJ: Antony Garotinho. Um cara totalmente complicado em suas falcatruas pólíticas.


Deputado estadual mais bem votado no RJ: Wagner Montes. Entenda-me. Ele tem um programa na Record todos os dias, de 12:00 às 15:00. como é um noticiário, acredito que chegue pelo menos às 09:00 ou 10:00 na emissora. Logo, ele nunca vai à ALERJ? É sério. Além disso ele só sabe chegar na tv, mostrar problemas do estado e falar: "isso é uma vergonha para os governantes!". Pois então Wagner, saia do seu segundo emprego ( quem você acha que é, o pai do Chris?), volte para a Assembléia Legislativa, onde deveria estar agora, já que te pagamos um salário pra isso, e vai trabalhar pra melhorar, caramba!


Governador reeleito: Sérgio Cabral. E no primeiro turno. É de chorar. Talvez quem não more no RJ ache que ele é o cara, pois pacificou um monte de favela. Tá, e para onde vêm os bandidos? Pra Niterói e São Gonçalo, colega. Durante o governo dele, vivemos momentos que não dava pra sair na rua, pois os traficantes, assim como os franceses no século XVI, se achavam os donos do lado de cá da Baía de Guanabara.
Mas não é só isso. Sérgio Cabral criou as UPA's, supostas unidades de pronto atendimento. E eu digo, por experiência própria, se você depender de uma UPA morre. Só há um médico por plantão. Isso mesmo. Só um médico e um enfermeiro pra cuidar de uma população mostruosa. De pessoas tendo recaídas, ataques cardíacos e AVC. Um horror. Construir UPA só serviu como desculpa pra roubar o suado dinheiro do trabalhador.
E a educação? Não há professor nas escolas estaduais e o estado conta com o segundo pior ensino do país. Colocaram ar condicionado nas escolas, mas não há professor pra dar aula, logo os alunos voltam pra casa e o ar condicionado não é usado pra porcaria nenhuma. Valeu a intenção. De roubar a gente e enganar o povo.


Dilma? Não tinha nada melhor não Lula? Qualquer coisa era só entrar em contato comigo que eu ajudava. Conheço gente que mal concluiu o ensino médio e parece ser muito mais competente. Sério. E ainda ela roubou o meu sonho de ser a primeira mulher presidente do país. Ódio.


Como se já não bastassem as chuvas, Niterói teve sua escola de samba, a Viradouro,  rebaixada pro grupo de Acesso. Realmente vergonhoso.

Príncipe William! Como ousa casar com a Kate? Era pra você casar comigo, era o meu sonho desde que descobri que você existia, em algum momento remoto de minha infância. Ou me descola seu irmão ( porque não desisti de ser princesa) ou teremos sérios problemas.

Eu saí no Jornal O Globo após ganhar um Concurso de Contos! Rá! Ao rumo do sucesso!

Finalmente eu provei crepe, rs. Mylena, só você mesmo.

Ocuparam o Alemão, meu! Tem noção? É como se acabasse a ditadura na China, é histórico! E por falar em China, vergonhoso o governo não deixar a mulher que ganhou o Nobel receber o prêmio. Se eu pudesse eu matava todos os governantes chineses, Começaria rasgando a pele, arrancando os dentes e as unhas e depois enviando-os para um canto isolado do Acre.

Ainda sobre China, eu descobri a máfia dos chineses de pastelaria. O meu professor de sociologia, que fez o mestrado (ou doutorado?) sobre chineses me contou o esquema que eu desconhecia. Agora eu preciso me esconder sob o serviço de proteção à testemunha. Não.

33 mineiros ficaram soterrados no Chile. Durante um bocado de dias, não lembro quantos e tô com preguiça de pesquisar. Mas foi surreal. Mesmo.

Em plena Copa do Mundo, um polvo acertou quase todos os jogos. Coisas sobrenaturais acontecem.



Então, até 2011. Ou não.

24 de dezembro de 2010

A very merry christmas

Eu sei, eu sei. Estou sumida. Apesar de estar de férias, em casa, não posto há quase três semanas. Tenham certeza de que sei a vergonha nacional que isso representa. Menor apenas que o amigo oculto não concretizado da minha turma, a 1303. Mas aí é outra história.

Essa semana foi a minha colação de grau, onde algo me decepcionou. Não, e não foi o discurso da diretora geral, uma coisa que durou quase 300 anos. Cadê o meu canudo? Quero dizer, tiveram um monte de discursos lindos, todo mundo estava feliz (exceto meu "paciente" paizinho, que não aguentou e foi esperar no carro - calma gente, ele nunca vai saber que eu escrevi isso aqui), mas e as drogas dos canudos? Eu estudei arduamente durante três anos e não tive direito a sequer um canudo? Depois as pessoas não entendem os alunos malucos que viram atiradores suicidas traumatizados.

E eu não chorei. Calma, não sou Catrina Coração de Pedra ( quem não lembra dos cãezinhos do canil?). Mas eu acho que uma certa frieza deve estar tomando conta de mim. Por que diabos eu não chorei como todo mundo?
Agora vão pensar que eu não gosto de ninguém, que não ligo pra ninguém, que quero que todos morram. O que está longe de ser verdade.

Pois é, e hoje/ amanhã é Natal. Natal. As pessoas devem relacionar a palavra "Natal" com reunião familiar, alegria, presentes. Bem, comigo não é bem assim. Meus parentes moram longe e a gente não se vê nem no Natal. E não me culpem. Eu sou a mais sociável da família. Mas, como consequencia de viver num ambiente assim, as recordações de Natal são longe de ser boas.

A vida inteira eu passei o Natal em casa, com papai reclamando da vida, mamãe entendiada e meu irmão esperando Papai Noel. Dá pra acreditar que Teco esperou Papai Noel até os 11 anos? E quando eu falava pra papai "seu filho precisa amadurecer", ele brigava comigo. Hoje, ele olha pra mim e diz : "você mimou muito o seu irmão, Luma". Pois é, fui eu que coloquei presentes na janela do apartamento protegida por grades. Uhum.
Na minha família, todos aprenderam a odiar Natal. Quero dizer, não tem nada de bom na televisão ( eu só tenho TV aberta), eu odeio comida de Natal ( o que há de errado com pizza, lasanha, hambúrguer?), e odeio o clima em que minha casa fica no Natal. Papai reclama que o ano foi uma droga, mamãe também. Teco reclama que a família dele é uma droga. Eu me tranco no quarto e leio um livro, porque nos livros as pessoas não ficam reclamando o tempo todo. Tem ação.
E se você acha que não pode piorar, pode sim. Papai pode inventar de ir para a casa da vovó, mãe dele. Nada contra a vovó. Tudo contra mim.
A gente sai e papai vai dizendo: "é altamente perigoso pegar a Avenida Brasil a essa hora". Depois de quase uma hora no carro ( de São Gonçalo ao subúrbio do Rio) a gente chega na casa da vovó e a minha tia de 40 anos fica emburrada vendo TV. Qualquer assunto que se conversa com ela, ela faz referência ao fato de que não casou e teve filhos, como os outros sete irmãos. Que ninguém dá valor a ela e aos anos de juventude que ela sacrificou para cuidar da vovó. Aí a gente fala: "tia, volta a estudar, faz um curso, aí você sai, conhece gente e quem sabe, o homem da sua vida?". E ela diz que está muito velha pra isso. Demi Moore deve ser mais velha que ela e é casada com Ashton Kutcher. E antes que alguém diga "Mas a Demi é artista de cinema" eu digo " o Ashton também, ele poderia escolher uma patricinha de 20 anos".

E então chega vovó reclamandoque está doente e que quer morrer logo. Vovó tem 84 anos. Se ela viveu até hoje com a saúde que tem ( nem gripe ela pega), vai chegar aos 100 fácil fácil. Então ela vira pra mim e pergunta: "Luma, é impressão minha ou você engordou? Sua barriga tá enorme, cuidado com o açúcar no sangue.". Eu sei que parece louco, mas o único lugar onde sou discriminada por estar acima do peso é na família de papai. Na escola, ninguém nunca ficou me chamando de gorda. Só Samara, e foi numa briga na oitava série.

Depois chega a minha outra tia, que mora perto, e pergunta se eu já arrumei um trabalho: "você precisa ajudar em casa, Luma. Eu, teu pai e teus tios trabalhamos desde crianças." Aí eu explico a minha tia que eu estudo quase 12 horas por dia pra passar pra medicina. E quando eu digo que a faculdade é em horário integral, todos mandam eu desistir. Falam pra eu trabalhar durante o dia e fazer alguma faculdade particular à noite. E se eu disser: "Mas eu quero ser médica!", eles não compreendem. Porque em toda a minha família, ninguém nunca teve o direito de escolher a própria profissão. Foi lei da oferta e da procura. Eles sempre trabalharam no que dava. Por isso eles não entendem o que é sonhar em ter uma carreira profissional.

Enquanto isso papai manda Teco olhar o carro três vezes por minuto, com medo de que bandidos levem o carro. Então minha tia pergunta se eu tenho ido à missa. eu tenho que dizer que sim ou mudar de assunto. Se eles souberem que eu não sou mais católica ( atualmente não tenho nenhuma religião certa - embora simpatize com o espiritismo) estarei exonerada da família. Eles acham que se você não está na Igreja Católica, está fora dos caminhos de Deus. É, só que eu acho que eles se esqueceram que muitos não se comportam como a Igreja diz. Por exemplo, nenhum dos meus tios nem meus pais são casados na Igreja. Logo, de acordo com o Vaticano, todos vão acabar no inferno. Utilizar métodos contraceptivos é pecado, logo todos vão pro inferno. Até eu sou fruto do pecado, porque os meus pais nunca se casaram, só moram juntos.
Afinal, de acordo com o papa, só quem pode usar camisinha não garotas de programa. Ótimo, se o papa aconselha que usem preservativo com garotas de programa, e condena seu uso dentro do casamento, deve ser porque é menos pecaminoso, em caso de não desejar gerar descendentes, transar com uma puta do que com a esposa. Claro.

Enquanto isso meu tio está no trabalho, fazendo hora extra pra pagar o carro (já que ele nunca se casou ou teve filhos - seu maior xodó é seu Voyage). Ele fez hora extra durante muito tempo pra comprar o carro, e depois que um caminhão de lixo passou por cima do carro dando perca total, ele usou o dinheiro do seguro pra dar entrada num carro zero e agora continua fazendo hora extra pra pagar o restante das prestações.

Vovó então começa a chorar muito, porque o único filho rico dela morreu ( e isso foi há 8 anos). E por mais que a gente tente consolá-la, ela diz: "por que  Deus tinha que levar logo o meu filho que podia me dar alguma coisa?". Pois é vovó, desculpe não poder te ajudar, mas eu não escolhi ser pobre.

E é por isso, que hoje, às 23:59 eu estarei no conforto do meu quarto assistindo Kung Fu Panda especial de Natal. Porque eu ainda quero guardar o restinho de amor próprio que possuo.

Mas fiquem tranquilos. Um dia vai mudar. Já falei com Teco e quando nós tivermos nossos filhos, vamos juntar nossas famílias no Natal, fazer amigo oculto, uma ceia de coisas realmente gostosas ( frango assado? me poupe!) e seremos muito felizes. Ou eu não me chamo Luma.


beijos


P.S.: um feliz Natal pra vocês =D

3 de dezembro de 2010

7

Mas olhem que gracinha o selinho que a Fran, do Pensar é um ato, sentir é um fato me indicou. Não é, puramente, um mimo? Ah, é sim.





Bem, a brincadeira é responder algumas coisas. Vamos lá?


- Sete coisas para eu fazer antes de morrer:

- Salvar uma vida.
- Mostrar pro mundo que, se a gente se esforça, a gente consegue.
- Dar muito orgulho pra minha família e pros meus amigos.
- Fazer trabalho voluntário, de preferência ser uma médica sem fronteiras na África Subsaariana, no Haiti, no Sudeste Asiático ou tratar índios no Acre.
- Casar, ter seis filhos, um marido que me ame, e que todos vivamos em uma fazenda com uma plantação de girassóis e um belíssimo pomar.
- Ver um mundo com menos sofrimento.
- Publicar um livro, e que ele fique famoso.

- Sete coisas que eu mais falo:

- Surreal.
- Meshmo.
- Jesus Amado (mania da tia Cintia, minha professora da quarta série, que eu carrego há oito anos.)
- Tipo. (eu sei, isso não é nem um pouco original).
- Se você se esforçar, você consegue.
- Pelo menos eu tentei, tô com a consciência limpa.
- Como alguém consegue ser tão vulgar? Essa criatura não tem vergonha da família?

- Sete coisas que eu faço bem:

- Dever e prova de matemática.
- Economizar dinheiro.
- Bolo, macarrão, café e milk-shake de ovomaltine falsificado.
- Ser durona com meu irmão.
- Cuidar dos meus livros e cadernos de toda a vida escolar, sabendo exatamente em que canto do quartinho da bagunça, em que sacola, em que pasta está cada coisa, como um caderninho da segunda série.
- Me concentrar para ler.
- Acordar sozinha, a qualquer hora, independente da hora de ir dormir, do clima, e dos horários de verão da vida. Feliz, cantando, pulando, não existe mau humor matinal.


- Sete defeitos:

-Teimosa.
- Impaciente.
- Não conseguir demonstrar meus sentimentos.
- Querer impor minhas idéias.
- Estressada e às vezes violenta.
- Totalmente neurótica.
- Preocupada com o que os outros pensam.

- Sete qualidades:

- Altruísta
- Determinada.
- Lutadora.
- Econômica.
- Estudiosa.
- Realista demais.
- Preocupada com os outros, muito mais que comigo.

- Sete coisas que eu amo:

- Sentir a presença das pessoas que amo.
- Sentir a presença de Deus, e entender todos os sinais que ele manda pra mim.
- Rir, rir e rir.
- Histórias. Ler histórias, ouvir histórias, contar histórias.
- Receber e dar carinho.
- Crianças, de todas as idades. Amo muito crianças.
- Os livros de Meg Cabot.

- Sete blogs que eu indico:

- Carol, Caixa a a
- Carol, Memórias... apenas
- Bruna, que conheci na fila da Bienal, rs
- Babi, do Diário de uma nerd
- A Nana, minha conterrânea cinéfila
- Pra Sol, do Soll, artes e outras coisas

bem, é isso.

beijos.

P.S.: depois de amanhã é a minha última prova de vestibular esse ano. Eu adoraria, é claro, que fosse a última da minha vida. Depois de não passar pra segunda fase da UFF por uma questão (eu acertei 49 / 67 e a nota de corte foi 50), Deposito minhas esperanças no Sisu, na Uerj e no Prouni. (algo me diz que não fui lá muito bem no exame discursivo da UFRJ). Bem, então na segunda feira minhas férias começam oficialmente. Claro que eu estou me sentindo, sem rumo, sem chão, sem destino. Mas eu tenho fé de que tudo vai passar. Essa uma questão ( de física, sobre resistores, que eu sabia mas marquei errado no cartão resposta) está entalada. E não quer descer. Também, quem manda querer logo medicina?

28 de novembro de 2010

Cada pessoa tem um sonho para quando fizer 18 anos. Alguns pensam em ir a uma boate com entrada só para maiores, outros sonham em dirigir. Mas eu, como típica criatura anormal, sonhava outra coisa. Sim, doar sangue.

O fato é que desde que eu soube que sangue era algo "doável", em algum momento remoto de minha infância, eu quis doar. Acho que é muito importante. Afinal, quantas pessoas não estão precisando dele todos os dias?

Pois então que, após completar 18 anos dia 21, eu fui ontem no Hemonit (no Hospital Universitário Antonio Pedro). E, é claro, praticamente obriguei a minha mãe a ir comigo. No começo ela não quis ir, ficou dizendo que não suporta agulha etc. Mas aí foi só eu comentar como receber sangue ajudou a vovó quando ela esteve doente, que mamãe acabou indo comigo.

Cheguei lá no hospital, preenchi meu cadastro. Gente, é incrível como eu me senti santa, pura e incrivelmente saudável ao preencher aquele formulário. Usa drogas? Não. Tem AIDS, sífilis, gonorréia, hepatite? Não. Quantos parceiros sexuais? Nenhum. Faz programa? NÃO!

Depois fui pra triagem, uma rápida entrevista e ganhei uma camiseta com a frase: "Dou meu sangue por você". Pois é, literalmente. É importante frisar algo pra vocês. Não dói. É sério. Embora ao olhar para a agulha (que é diferente da dos exames de sangue) você já sentir dor, na hora em que fura sua veia, não dói. Quero dizer, você sente uma picadinha, mas é de leve, rápido, e vale super a pena.
Só é meio estranho quando você vê quase meio litro de sangue( tipo, seu sangue, que você nutriu com muito arroz e feijão) sair de você. Depois, sabe o tal lanchinho feito no final? Pois é, sente o "lanchinho":
- um pão frânces com queijo e presunto
- um suco em caixinha
- um pacote pequeno de torrada integral Bauducco
- um pacote pequeno com biscoito salgado(aqueles que parecem palitinho) Bauducco
- uma maçã
- uma banana
- um bombom Garoto.

Ou seja, eles se esforçam para que você nunca fique abaixo dos 50 kg e deixe de doar, só pode.

Entretanto, eu fiz uma burrada. Tipo, sabe pessoas bem jegues? Foi o que eu fui. Porque depois de disponibilizar o meu lindo líquido vermelhinho cheio de hemoglobina( que devia estar ligado a H+ já que era uma veia das que transportam sangue venoso - viu, tô estudando biologia rapá!) eu inventei de ir ho hospital ao centro de Niterói a pé. Num sol quente. Vestindo a blusa quente demais Dou meu sangue por você.

Não podia ser diferente. Quando mamãe parou numa farmácia, comecei a ver tudo embaçado e a ouvir zumbidos e a ficar tonta. Imbecil que eu sou. Com 400ml de sangue a menos e andando por aí no sol quente ao meio-dia. Burra. Muito burra.

O pessoal da farmácia deve ter achado que éramos, sei lá, golpistas. Quero dizer, uma mulher de 39 anos e a filha de 18 entram numa farmácia com blusa Dou meu sangue por você e começam a passar mal? Só pode ter algo de errado. Mas fiquem tranquilos. Eu sentei, coloquei a cabeça entre os joelhos e tudo voltou ao normal. Ou seja, doar sangue não faz mal, o que faz mal é ser energúmena o suficiente para forçar a barra depois.

Por isso eu quero fazer um pedido a vocês. Doem sangue. Mesmo. É muito importante. Tem muita gente precisando e poucos ajudando. Você, entre 18 e 65 anos, com boa saúde e mais de 50kg, pode ajudar a salvar vidas em um gesto que dura menos de meia hora.

Também perguntei a mulher no Hemonit sobre a doação de medula. Ela me disse que isso é só no Rio que dá pra se cadastrar. Eu fiquei até meio desestimulada. Só o povo de Niterói e São Gonçalo reconhece a preguiça que dá de atravessar a Ponte.

Entretanto, quando eu estava voltando pra casa, vi um menininha do terminal rodoviário que parecia estar fazendo quimioterapia, pois estava com algumas bandagens(é assim que se fala?) no corpo, não tinha cabelos  ou sobrancelha. Aquela menina e muitas outras crianças podem estar precisando de um doador compatível. Você, que está lendo isso aqui pode ser compatível, e pode salvar a vida dela e de outras pessoas. Então, por que está perdendo tempo? Eu senti a presença daquela menina como um sinal e vou no Hemorio ou no INCA o mais breve possível.

beijos, fiquem com papai do céu =)

22 de novembro de 2010

Estou passando pelo período da minha vida que esperei por muitos anos. Estou passando por um momento melancólico.

Sempre esperei por essa época. Pelo fim desse novembro. Pelo início desse dezembro. Aguardei. Imaginei. Sonhei. É a época em que faço as três coisas que mais esperei, que mais desejei, e olha que irônico, mais temi.
Terminei o Ensino Médio na semana passada, fiz 18 anos ontem e estou gastando todos os meus fins de semana  prestando algum vestibular. Estou sem rumo. Acabou. Acabaram-se as certezas, a rotina garantida. Eu sabia que ia acabar. Eu sabia que um dia eu não ia mais ter que acordar pra colocar o uniforme e ir pra escola. E esse dia chegou. Eu sabia que um dia eu acordaria adulta. E esse dia chegou. Desculpe-me, mas é horrível. É incrivelmente horrível. Sempre fui mais independente que as outras meninas da minha idade e sempre fui mais, como dizer, "autônoma". Sempre fui uma menina que pensa como uma adulta, ou quem, sabe, uma avó, como disse Jéssica outro dia. Sim, uma avó, que é mais madura que uma mãe.

Mas agora aconteceu. Hoje eu acordei sendo adulta. Eu me olhei no espelho. Vi que agora minhas sobrancelhas são desenhadas e não mais naturais. Vi que meu cabelo estava escovado e não cacheado ou cheio de tranças. Vi que um machucadinho na testa, fruto de um cravo que inconscientemente tentei tirar de modo assassino, estava cicatrizando. Como as pessoas conseguem sobreviver no pós 18? 18. 18. Quando eu penso em "dezoito", uma dor profunda toma conta de mim. Eu quero voltar pra infância, pra escola, pro meu uniforme, minha mochila. Quero voltar a pedir para minha mãe assinar autorizações.

Como as pessoas comemoram os dezoito anos? Eu não consigo. Ontem parecia um dia frio pra mim, um dia frio como aqueles entre a briga e a reconciliação em uma comédia romântica. Horrível. Sei que terei de aprender a lidar com isso. Só não sei como.

E a escola? Quantas saudades vou sentir! Um ensino fundamental intenso. Nada de importante acontecia, mas eu me importava. É estranho, pois dizem que as crianças não têm problemas. Só Deus sabe o quanto fiquei nervosa por coisas bobas, como quando uma amiguinha da segunda série disse que meu colar era brega. Ou então quando eu fui parar na direção por querer fazer justiça. Sempre me preocupando com os outros. Com o que os outros sentiam, faziam, achavam de mim. Não liguei pra mim. Apaguei-me.

Pois só na oitava série, prestes a completar 15 anos, que passei a ver que a Luma existia. Que a Luma tinha que se preocupar com ela também, que a Luma tinha que passar a se olhar no espelho. Olhar no espelho. Quando criança, não me olhava no espelho. E, depois de um ano muito divertido, o ano onde mais cresci, tive de partir.
Partir para o Ensino Médio. Ensino Médio. Ensino Médio.

O Ensino Médio que conheci é completamente diferente do que imaginava. Meu Ensino Médio não foi o sonhado, não foi o desejado, não foi o temido. Meu Ensino Médio não foi simplesmtente o inesperado. Ele foi lindo. Lindo, a única definição que encontrei. Não fui um estereótipo de filme. Não fui popular. Não fui odiada (eu espero). Fui simplesmente feliz.

Minha escola não é como a de Malhação, como a de Meninas Malvadas. Não é como as novelas onde meninas ficam grávidas o tempo todo, ou onde as líderes de torcida saem com atletas e eles dominam o mundo. Definitivamente não é. Afinal, minha escola é o Colégio Pedro II. Mais que CPII, minha escola é CPII-Niterói.

O CPII tem 172 anos e foi fundada em homenagem ao futuro imperador Pedro II. Funcionou como referência de ensino no país, quando não existia Ministério da Educação, teve alunos famosos, como Álvares de Azevedo, Fernanda Montenegro, Fátima Bernardes, Lima Barreto, Oswaldo Cruz, Manuel Bandeira, Mário Lago; além dos presidentes da República Floriano Peixoto, Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Rodrigues Alves e Washington Luís. E, como nada é perfeito, Mr Catra.
Como professores contou com Aurélio (sim, o do dicionário), Joaquim Manuel de Macedo, Villa-Lobos, Euclides da Cunha, Gonçalves Dias(minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá...).

Há cinco anos o CPII implantou uma unidade em Niterói. E é lá que passei a maior parte do meu tempo nos últimos anos. O CPII funciona num ciep ( que, talvez quem não é do RJ não conheça, mas é um tipo de prédio pra lá de ruim), mas tem um ensino de muita qualidade, professores fantásticos, alunos maravilhosos. Formamos um time impressionante. Impressionante de bom.

Apesar de tudo, o CPII é uma instituição pública, que como outras, sofre por culpa do "sistema". Mas vocês acham que a gente liga? Os alunos só ganharam merenda escolar há dois meses, depois de cinco anos pedindo muito. Entretanto, driblamos ao máximo os problemas. Nossos professores são workaholics, dando um monte de aulas extras sem ganhar mais por isso, são amigos, conversando com a gente. Que o diga Claudinha, professora de Biologia, de quem roubei um monte de recreios para que tirasse minhas dúvidas de questões de vestibular.
Com esse esforço, alcançamos, com a primeira turma de formandos, em 2008, o 7º lugar do munícípio no ENEM e, em 2009, com a segunda turma, a 4ª posição. Resta saber o que nós, turma de 2010, conseguiremos.

O CPII também abriga tudo quanto é tipo de aluno. Da mais patricinha a mais desarrumada, do filhinho de papai da zona sul ao filho de empregada doméstica que mora na periferia. E aqui, todo mundo é igual. Ninguém liga sobre qual a marca do seu tênis, já que só pode usar tênis totalmente preto, e quase todo mundo tem tênis da mesma marca (OLK colegial preto). Ninguém liga se você viajou nas últimas férias, se você vai naquele show cuja entrada custa 200 reais ou se você vai ficar em casa porque tá sem grana. Claro que nem todos são assim. Mas a maioria é. É claro que quem tem mais dinheiro acaba se enturmando com outro que tem, já que têm o mesmo padrão de vida, do mesmo jeito que acontece com os mais pobres. Mas nada que "rache" a escola.

Agora, o CPII, mais que isso tudo, tem carinho. Ao entrar na instituição, você já é recebido pelos cachorrinhos que a escola acabou adotando, e que todos nós tomamos conta. Você vai ver um gramadão verde, onde jovens de 17 anos brincam de pique pega. Sim, você leu certo. Jovens de 17 anos brincando de pique pega.
Você vai ver um prédio que, incrivelmente, parece estar sempre iluminando. É como se espíritos de luz o cercassem para garantir que todos ali sejam felizes. E são.





Simplesmente vou morrer de saudades.

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre,
sempre acaba"



p.s.: fotos roubadas dos perfis de alunos do cp2 nit no orkut, =D

8 de novembro de 2010

: )

É, eu sei, que não tenho dado atenção não apenas ao blog, como à toda a blogosfera e nem tenho tido tempo de visitar e comentar nos posts dos "coleguinhas" de hobby. Mas eu prometo que, quando essa agonia de vestibular acabar, minha vida será menos turbulenta.

E por falar em vestibular, o que foi esse fim de semana de ENEM? Bem, eu não tenho opinião alguma sobre os erros ( só que isso é muito chato, mas errar é humano, repetir nos erros é desordem), só sei que eu não pretendo passar por outra maratona dessa amplitude nem tão cedo. Quero dizer, no primeiro dia eu fui relativamente bem, mas ontem... Minha cabeça doía sem parar, intensamente. Eu fiquei com sono, minha vista estava embaçada. Resultado: ao contrário da maioria das pessoas eu fui bem melhor no sábado. Agora é estudar pros outros vestibulares para compensar a frustração de ontem.

Mudando de assunto....

Eu não lembro de falei aqui, mas no ano passado eu fiquei entre os finalistas do Concurso Municipal de Contos de Niterói.. E, olhem que lindo, eu fui publicada! A cerimônia de premiação foi na quinta passada, e eu vi meu nomezinho no livro. Não é fofo? Bem, vocês também podem conferir a matéria do O Globo, onde, tcharam: eu saí!
http://oglobo.globo.com/rio/bairros/posts/2010/11/06/niteroi-premia-amantes-da-literatura-338463.asp
O Concurso desse ano está aberto até 30 de novembro. Participem, é super legal.

Mudando de assunto de novo...

Gente, o que é o mundo de óculos? Quero dizer, o que é enxergar a lousa de óculos? Parece que a minha visão está em high definition, rs. Apesar do grau pequeno, a diferença é gritante. Mas eu ainda estou me adaptando e, como os óculos dão dor de cabeça, evito usá-lo (além de que ninguém merece eu de óculos). De qualquer forma, já dá pra tirar uma onda de intelectual. ou seja, todo mundo fala agora: "que cara de nerd, hein?". Valeu.

E outro assunto ainda...

Essa semana eu farei as últimas provas finais da escola. Que aperto no peito, que tristeza! Foram três anos de Ensino Médio que mudaram aquela garotinha prepotente de 15 anos e a transformaram numa desesperada de quase 18. ( nem acredito que daqui a treze dias serei oficialmente adulta).
E, adivinhem só. Consegui, na última avaliação, realizar meu sonho. Transformar a minha turma nos personagens de Grease - nos Tempos da Brilhantina (na minha opinião o melhor filme de todos os tempos) e fazê-los Dançar Summer Nights! Gente, foi um trabalho árduo. Primeiro, convencer o professor de espanhol a substituir o trabalho trimestral pelo musical(pois só aí todos concordariam), depois pesquisar as coreografias do teatro e do filme para montar a nossa coreografia, além de treinar e ensaiar a turma inteira. Claro que não fiz isso sozinha. Tive ajuda de Ana Carol, Paulinha, Vivi... enfim, da 1303. Cara, vocês realizaram o meio sonho cantando e dançando Noches de Verano, a versão em espanhol. A música agora não sai de nossas cabeças. Os meninos, depois de reclamaram, acabaram se divertindo muito e criando a própria coreografia, que surpreendeu a todo mundo. É, acho que Danny Zuko e os Thunder Birds nunca mais serão os mesmos. Eu quase chorei de tanta emoção em ver que aquilo, que eu imaginei ser impossível, se concretizando!!



Thunder Birds

Pink Ladies




Eu só não ponho o vídeo na internet porque Guilherme me ameaçou de morte caso o fizesse. E, mesmo que ele não seja assassino(não que eu saiba), eu preciso da minha vida para no futuro salvar outras e assim permitir a propagação da humanidade.


besitos =*

P.S.: depois do desastre do fim de semana torçam por mim, para que minha redação seja corrigida por alguém que ame aquele texto porcaria. Lembre-se, eu posso ser a médica que vai te salvar de sei lá, um aneurisma ou um câncer no futuro. Eu sei que é triste, mas é a realidade.

P.S. 2: torçam por mim no domingo dia 14, dia da primeira fase da UFF.

P.S. 3: torçam por mim na segunda dia 15, primeiro dia da 2ª fase da UFRJ

P.S. 4: torçam por mim no dia 21, pois, além de meu aniversário de 18 anos, é o 2º dia da 2ª fase da UFRJ

P.S.5: torçam por mim em 5 de dezembro, dia da segunda fase da UERJ

P.S 6 : torçam para que eu aprenda a usar esse óculos sem sentir tanta dor de cabeça.

P.S 7: não torçam por um mundo melhor, façam-o.

22 de outubro de 2010

Four eyes

Olha, quando a gente acha que a coisa tá ruim, acredite na lei de Murphy, ela vai piorar. Depois de uma inflamação na garganta traumática , um terçol que mais parecia um monstro ocular, e depois que um inseto me picou e daí surgiu uma infeccção que me tornou escrava de antibióticos ( e acredite, nem eu nem os três médicos que consultei sabem que inseto foi esse), finalmente achei que ia ficar livre. Tolinha.

O lance é que há uns meses percebi que estava tendo dificuldades pra enxergar o quadro, já que eu sento lá atrás. Mas eu tinha feito exame de vista no final do ano passado e não tinha dado nada. Poxa, ninguém adquire miopia tão rápido, foi o que pensei. Tolinha, de novo. Quando notei que era a única lá do fundão que não enxergava, tomei vergonha na cara e marquei um oftalmologista. E daí, anteontem, eu descobri: vou ter que usar óculos. Sim, quando eu vi que não estava enxergando as letrinhas no quadro, bateu o desespero. Desespero maior foi quando o médico desceu  a lente em frente ao meu olho e eu enxerguei bem melhor.

Ai meu Deus. Nunca, em toda a minha vida, nesses 17 anos de dura jornada, achei que ia usar óculos.


Hoje eu e mamãe fomos ver em algumas óticas os orçamentos, os modelos de armação e tal. Gente, como um mundo de coisas acontece e eu não percebo. Quero dizer, depois das duas primeiras óticas, eu fui em uma terceira. Quando saí dali, um cara, que aparentemente trabalhava pra outra ótica duas lojas depois nos cercou na rua e fez com que entrássemos na loja. Acabei entrando e fazendo um outro orçamento, embora eu não quisesse comprar ali porque achei a abordagem do cara uma baita falta de educação. E quando saí desta loja, fui abordada por um outro cara, que tinha uma cárie horrível entre os dois dentes da frente (observação: é uma vergonha a saúde bucal dos habitantes desse país) e praticamente nos jogou na outra ótica. Cara, como têm óticas no centro da cidade! Eu acabei entrando, mas eu não queria comprar lá pelo mesmo motivo. E daí quando saí da loja, virei pra minha mãe: "Será que agora vou poder andar em paz pela rua? Tem mais alguma outra ótica nessa droga dessa rua?". Depois que a minha mãe me disse que não eu fiquei tranquila. Tolinha.

Porque aí eu vi o cara da cárie vindo na minha direção. "Ah, não.", pensei. Mas ele virou pra mim e falou. "Vou fazer o seguinte. Vão naquela ótica ali, é o melhor preço. A dona de lá já trabalhou comigo. Vou levá-las. " Eu olhei interrogativa pra mamãe. Ela virou pro homem do dente da cárie e falou: "Peraí, pra quem você trabalha afinal? ". E aí, ele falou: "não, ali eu trabalho de carteira assinada", e pausou. "a loja pra onde estou levando vocês é dessa outra mulher.". Pois é, lances da vida. E ele continuou: " o dono daquelas três lojas era meu amigo também, trabalhava comigo, mas depois que ele participou do Big Brother e ganhou uma bolada, virou patrão e não fala com mais ninguém. E tanto que eu torci pra ele ganhar o meio milhão."

Mamãe perguntou : " Ei, mas ele não abriu um restaurante?". E o cara: "Também. E não me dá um prato de comida." E aí que eu me liguei: se as três óticas com aliciadores são do mesmo dono, por que diabos esses aliciadores que nos abordam nas ruas como abutres existem? E foi aí que o cara me explicou que era tudo uma jogada de marketing, para dar ao cliente a ilusão de concorrência, preço, sei lá. Pois é, meus caros, o mundo neoliberal é tenso. Fui na outra ótica mas não comprei lá também. E não foi por ética não. Descobri que no mundo das óticas ninguém presta. Dane-se o caráter. Comprei em outra ótica em outra rua, em outro lugar do centro. O preço saiu parecido, mas achei um modelo do jeito que eu aceitaria usar, bem discreto, clássico e o mais retangular possível pra equilibrar minhas bochechas de Fofão.

Outro problema foi explicar para a balconista da ótica final que eu não queria nenhum modelo vazado, tipo, que tem espaço entre lente e haste.



Viram o espacinho? Pois é. Aquilo me dá uma sensação de que estive numa guerra e houve uma explosão e um pedaço do óculos foi-se. A droga é que as balconistas não entendem minha percepção de mundo. Droga. Quando meu óculos chegar, eu coloco uma foto aqui pra vocês verem como é, tá? Ele é uma grça, dourado, simples, clássico e levemente charmoso.

é mais ou menos parecido com esse aí de cima

Ah, mas o pior dessa história da miopia não para por aí. Porque na quinta feira o assunto da aula de física ótica foi, tcharam: olho humano e os problemas de visão!!!

Sim, é um complô universal. Porque assim que a aula começou, no primeiro tempo, o professor Anderson falou: " Gente, eu posso dar a aula de olho humano, que é opcional já que não faz parte do conteúdo da escola, ou fazer revisão. Aposto que Luma, como quer ser médica, vai gostar da aula." E foi aí, meus caros que cometi O erro.
"Ainda mais agora Anderson. Descobri que tenho miopia."
E aí a minha miopia virou O tema da aula. Todo mundo que usa óculos ficou me dando dicas, dizendo que não é tão ruim. Exceto Ana Carol, que lembrou que a tendência é o grau aumentar. (sacanagem lembrar uma coisa dessas, amiga. Saiba que eu só te perdôo porque você é legal.)
E "miopia da Luma" não foi só o tema da aula da minha turma, a 1303. Foi tema pra aula de outras turmas. Lembrem-me de no futuro armar um plano de vingança pra Anderson. Eu não vou esquecer.

Gente, preciso ir. Tenho muita coisa pra estudar e amanhã tenho aula, pra variar.

beijos, papai do céu os guie sempre.

P.S.: pessoinhas, me compreendam: como um cara com dois trabalhos ( um legalizado e outro de espião) não tem dinheiro pra mandar um dentista fazer uma obturação nos dentes da frente? Como?

P.S.2: se eu prejudiquei a vida ou o trabalho de alguém com meu post, dane-se. Quem não deve não teme.

P.S. 3: hoje chegou o cartão de confirmação do ENEM. Torçam por mim. Eu preciso mandar bem, ralei muito a vida inteira por isso, dedicação integral aos estudos por quase 18 anos. Eu mereço.

4 de outubro de 2010

Destino

Há muito tempo quero escrever e não encontro tempo. Na verdade, as 24 horas de um dia tem sido pouquíssimas para mim. A concorrencia 68 por vaga da UFF me forçou a estudar muito. Ai, que medo gente!! E o pior é que, por mais que eu organize meu tempo ao máximo, NÃO DÁ!

Quero dizer, eu quero passar esse ano. Se eu não passar, o que vai ser de mim ano que vem? Essas incertezas estão me consumindo por dentro. O que eu faço? Escolho outra carreira? Fico trancada em casa estudando (vocês já viram o preço de um pré-vestibular? são os olhos da cara!)? Tomo vergonha na cara e vou trabalhar?

E esse sonho de ser médica? Será só uma ilusão? Será que eu poderia fazer outra coisa? Se sim, o quê? Psicologia? Odonto? Ou, radicalizando um pouco... História? Comunicação?

Ai, isso é tão confuso. Pensei estar certa até chegar nessa reta final, nesse último semestre. Minha última prova da escola é dia 13 de novembro. Tenho um mês. E depois, bem é uma incógnita pra mim.

Tem batido um vazio muito grande. A incerteza. Durante três anos da minha vida quis ser médica, mas agora parece que não é ali que vou ser feliz. Parece que... sei lá.

Outro dia estava comentando com o professor de física sobre essas coisas de profissões. E comentei sobre gostar muito de psicologia, mas do meu medo de mudar. Sim, tenho medo de mudar. Mudar meus conceitos, minhas idéias. Sempre fui tão certinha, vai que eu fico maluca? Vai que eu deixo essa minha personalidade de lado? E foi aí que ele disse: "Luma, e qual o problema de mudar?"

Eis o x da questão. Por que eu não quero mudar? Por que eu quero seguir os cronogramas que planejei?

Hoje estava assistindo Sessão da Tarde ( o que me impediu de estudar literatura e química), vendo De Repente 30 pela bilionésima vez. Pois é, eu SEI que meu cronograma não vai funcionar. Basta olhar pra trás.

Quando eu tinha 12 anos queria ser contadora. Sim, contadora. Porque eu odiava biologia. Eu dizia que a última coisa que faria seria fazer algo relacionado a isso. E hoje sou fissurada por corpo humano. Eu devo ser doente. Ou sem personalidade. Naquela época eu achava que aos 17 anos, meus pais estariam ricos (doce e distante ilusão), eu seria magra, alta, popular, estudaria numa escola tradicional voltada para a elite, namoraria o cara mais gato da escola e teria um exército de amigas patricinhas e ensinaria a todos eles a ser pessoas melhores, promovendo um mundo melhor. Que ridículo!

Hoje eu continuo pobre, gordinha, baixinha, estudo em escola pública e minha popularidade é próxima de zero. Me tornei adulta demais, madura demais pra minha idade. Talvez insuportável demais pra minha idade. Minhas unhas não estão pintadas de francesinha, e sim sem esmalte, apenas de base. Às vezes, é deprimente. Será que mais frustrações estão a caminho?

Oh, meu Deus! E meus pais, eles acreditam que eu vou fazer medicina, que vou passar, que vai dar tudo certo e eu vou ter sucesso. E se eles se decepcionarem? E se eu virar uma fracassada depois de tanto esforço, de tantos ônibus lotados, de tantas provas e seleções, de tantos engarrafamentos, de tantas horas gastas no estágio que larguei, no coral que acabou, no curso de inglês que terminou? E se eu nunca casar e tiver minha família de comercial de margarina?

Acontece que, quando a gente vai fazer inscrição no vestibular, e tem que escolher aquela opção, o coração bate mais forte, a gente se sente perdido. É como se, em um clique, eu tivesse que escolher todo o meu destino. Será que é errado descobrir o que se quer da vida só depois de já ter ingressado na universidade? Quero dizer, se eu passar e depois desistir, não estaria roubando a vaga de alguém que realmente queria aquilo?

Ética. Frieza. Carinho. Saudades. Destino. Fim. MUDANÇA.

É muita loucura de uma só vez.

beijos.

P.S.: antes que alguém me ache chata, eu só queria desabafar. As pessoas com quem tento conversar não entendem o que é ser eu, ter a minha vida, os meus problemas, as minhas dúvidas. Não quero que o ano acabe. Não quero terminar a escola. Não quero fazer 18 anos.

13 de setembro de 2010

Um ano!!



Leia até o fim. É importante para mim.





Pois é amiguinhos, hoje faz um ano que criei esse blog. Na verdade o meu objetivo inicial era publicar textos de minha autoria. É que de vez em quando eu escrevo pra aliviar o stress. Mas, em ano de vestibular, cada minuto é precioso. Por isso, não escrevo mais tanto quanto antes. Escrever os meus problemas no estilo "diretão, foi e pronto" no blog é melhor pra mim.




Ah, sim, o blog mudou muito a minha vida. Embora eu não tenha tempo de postar aqui sempre (como eu gostaria), nem de acompanhar todas as coisas super interessantes que ocorrem na blogosfera, esse cantinho tornou-se pra mim uma terapia 0800. Aprendi, quando conto alguma coisa louca que pensei, vivi, presenciei, que tudo na vida tem seu lado cômico (ou não), e que é graças a ele que viver é tão bom. Aprendi a gostar mais da vida e senti que eu posso ter meu espaço no mundo. 





Cada comentário que eu recebo me dá uma alegria incrível. Seja ele bom ou ruim, um elogio ou uma crítica, eu gosto. É sinal de que alguém quis visitar minhas idéias, deu atenção e tem algo a dizer sobre isso. Queria muito ter mais tempo de escrever um monte de coisas. Tudo o que acontece a minha volta, eu já imagino como história para ser contada aqui. Só que apenas 0,000001% delas chegam até meus visitantes.


Pois é, não caí nas estatísticas. Uma vez li que mais da metade dos blogs criados "morrem" antes de completar o primeiro ano. Mas olhem pra mim, mesmo não dando atenção devida a esse universo maravilhoso tenho 42 seguidores. As pessoas não têm a menor idéia do quanto é emocionante para mim quando alguém me pára e diz: "Ei, Luma. Vi seu blog. Tava legal.". 


O mais engraçado é que "O que Luma pensa?" me deu a chance de mostrar para os outros quem eu realmente sou, o quê eu realmente penso. Uma vez Matheus virou pra mim e falou: "Luma, seu blog é tão legal. Nem parece que é de uma nerd.". Talvez seja importante mostrar ao mundo que ser estudiosa e tirar boas notas não me impede de amar a minha Ipanema de fitinha dourada, de ser obcecada por literatura fútil (embora eu odeie futilidade, como resistir a um livro da Meg Cabot? Como?), de ter neuroses, de discutir com meus pais, de usar gloss, de ser alguém incrivelmente pão-dura (embora todos achem que sou mão-de-vaca, me considero apenas econômica), de querer casar, ter cinco filhos e morar num sítio.


É essa a Luma que eu quero que conheçam, uma Luma sem estereótipos. Tenho tantas características que me sinto original, como todos nós, seres humanos somos: únicos.


Como estava sem muita idéia de post, cacei no meu arquivo de textos antigos. Encontrei uma história VERDADEIRA, que ocorreu em 1997 comigo.


Mamãe estava grávida do meu irmão. Engraçado é que mamãe parecia uma melancia. Todos achavam que mamãe estava grávida de gêmeos, mas o obstetra garantiu: só havia um menino ali. Pensando agora, poderia haver outra criança ali, mas o médico roubou na hora do parto e vendeu para um comércio ilegal. Eu ouvi dizer que as pessoas gostam de adotar bebês brancos. O gêmeo do meu irmão seria um bebê branco. Cara, a minha mãe pode ter sido enganada! Eu posso ter um irmão perdido, que pode me doar medula caso eu tenha leucemia um dia, que nem a menina de  'Laços de Família'. Afinal, quem entende o que se passa em um ultrassom? Aquilo é coisa de doido.


Bem, o fato é que eu tinha ganho um boneco Chucky. Sim, Chucky, um boneco assassino. Aí você pensa: "que pessoa, em sã consciência, daria um boneco Chucky a uma menina de quatro anos?". Eu respondo: minha bisavó. Ela nunca teve sã consciência. E pra piorar, ainda me deu um palhaço de brinquedo. Sentiu? Palhaço! EU ODEIO PALHAÇOS. Parece que são psicopatas traficantes de órgãos disfarçados.


Ok, eu tinha o Chucky. A noite, eu olhava pro Chucky, o Chucky, olhava pra mim. Mamãe, grávida neurótica( Deus queira que, quando eu engravide, daqui a uns 15 anos, eu não enlouqueça), resolveu jogar o boneco fora. Ela achava que o boneco poderia nos matar. ( detalhe: a criança de quatro anos era eu, e não mamãe).





Ela pegou o boneco e colocou em cima do muro, junto com o lixo, para o lixeiro levar. Mas, ao fazer isso, sentiu um aperto no coração. E, ainda no quintal, antes de entrar em casa novamente, se arrependeu. Nesse exato momento ela olha pra trás e....  CADÊ O CHUCKY?





Sim, caros amigos, o Chucky havia sumido em um intervalo de segundos!! O lixo estava lá, mas o Chucky não. Mamãe se desesperou e saiu me arrastando para fora de casa. Ela achava que o Chucky ia querer vinganças pelo desprezo que sofreu e poderia querer meu corpo (lembram que no filme o boneco quer o corpo do garotinho? acho que pra mamãe o Chucky agora era transexual). Chegamos na casa da vizinha da frente, a Mara (que inclusive é mãe do Vinícius, do maravilhoso blog Macacoloko).


Mamãe estava desesperada. Ela realmente achava que íamos morrer. Mara nos levou para a sala da casa dela. E foi aí que ele apareceu. Sim, o Chucky estava lá, com aquele sorriso macabro dele, sentado na poltrona.


Eu juro que essa história é verdadeira. 



A empregada da vizinha viu minha mãe jogando o boneco fora e pegou ele pra ela. O lance é que ela viu EXATAMENTE na hora que mamãe se livrou dele. 

É claro que eu nem me importei de me livrar do boneco.


Quis fazer uma listinha de posts que gostaria que visitassem - caso não tenham visto:

- Não tenha medo! - 03/10/09, sobre orgulho. Eu havia acabado de abandonar o estágio na Fiocruz. Eu não queria desistir. Mas vi o que era melhor. E não me arrependo.

- Nina e Caio, um conto que escrevi.
Partes> I, II, III, IV, V e VI


- Raio-X, 22/01/2010. O lance é que depois desse post eu acabei tendo garganta inflamada umas cinco vezes só esse ano. Acho que dá pra colecionar receitas e vidro de amoxcilina.


- Geração 1990, pra quem é da minha época.


Bem, vou parar, preciso dormir.


beijos, fiquem com papai do céu

22 de agosto de 2010

...

Olá pessoinhas! Tô sumida, né? Mas é que estive em semana de provas (como minha escola é trimestral, as provas ocorrem na 2ª semana de agosto) e essa semana eu estava tão... desligada. Tipo assim, é como se estivessem apertado um off no meu cérebro. E eu só fiquei desligada assim duas outras vezes na vida( e não, não vou contar agora, talvez daqui a uns vinte anos eu conte, hoje definitivamente não. Mas fiquem tranquilos, não tem nada a ver com sexo, drogas ou atividades criminosas.). O lance é que estou tentando ficar ligada.

Outra coisa estranha que tem acontecido comigo. Sono. Sim, eu sempre, disse SEMPRE  fui elétrica. Que diga o pessoal que viajou comigo para a final da 1ª ONHB, em Campinas. Foram 72 horas a 220V.
Eu, habitualmente, dormia cerca de seis horas por noite no ano passado. Esse ano, não sei porque, tenho dormido, tipo, umas nove horas por noite. E, nós últimos tempos tenho dormido até durante a tarde! Isso mesmo, eu, que NUNCA consegui dormir à tarde na vida, pois sempre me dava dores de cabeça horríveis, estou apagando durante umas três horas por tarde, sem comprometer as onze horas de sono da noite. E ler? Ano passado, eu li mais de 70 livros, e esse ano acho que não vou chegar a 30! O que está acontecendo comigo? Quero dizer, eu caminho cerca de uma hora por dia, me alimento razoavelmente bem - pelo menos eu acho, e estou até evitando Coca-Cola depois que eu fiz um trabalho sobre cocaína.

Bem, mudando completamente de assunto. Essa semana o pessoal da minha escola fez uma visita à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), para o Projeto Conhecendo a UFRJ, com 52 palestras e estandes apresentando melhor os cursos que a Universidade oferece. Durante a visita, teríamos tempo de assistir até sete palestras. A maioria do pessoal assistiu de duas a cinco palestras, usando o restante do tempo pra conhecer o campus e visitar os estandes. ( Meu, o nome não devia ser Cidade Universitária e sim País Universitário. AQUILO. É. MUITO. GRANDE. MESMO.). Entretanto, eu e Mylena, que queremos fazer Medicina, preenchemos todo o nosso horário com sete palestras.

10: 00 às 10:40 - Odontologia

Meu, Odontologia é MUITO LEGAL. Sabe, eu posso fazer que nem uns dentistas que vão pro Acre, segundo uma reportagem do Globo Repórter, ou trabalhar na Polícia Federal fazendo perícia. O trabalho do dentista não é apenas mexer na boca e fazer uma obturação. é muito mais complexo. É trazer às pessoas a oportunidade de sorrir novamente, de fazê-las voltar à sociedade. Algumas coisas como a oportunidade de fazer estágio já no 5º período e o curso ter duração de 4 anos, me interessaram muito. Estou pensando seriamente em fazer Odonto. Só não deixem meu pai saber disso.

10:50 às 11:30 - Física Médica

Meu, tem que ser MUITO, eu disse, MUITO NERD pra fazer uma coisa dessas. O trabalho envolve usar conhecimentos como a radiação, por exemplo, são usados em tratamentos médicos, como a radioterapia. É um mercado em expansão e não existem profissionais suficientes no mercado. Eu não faria, mas pra quem gosta deve ser legal.

11:40 às 12:20 - Saúde Coletiva

Parece ser muito legal. Praticamente todo mundo que faz isso queria Medicina e não passou, passou pra Saúde Coletiva como segunda ou terceira opção. Mas o lance é que, aparentemente, quem começa esse curso gosta pra caramba. Ao chegar ao fim a pessoa se forma em sanitarista e pode trabalhar em Vigilância Sanitária, Vigilância em Saúde ou em Secretarias e Ministério da Saúdde, elaborando políticas para melhorar a saúde da população. Entretando, eu não sei se faria, já que política me estressa muito. MUITO MESMO. Além disso, a grade curricular do curso envolve muito as ciências humanas, que não são meu forte, já que acho tudo tão abstrato.

12:20 às 13:30 - almoço. Eu não faço fotossíntese.

13:30 às 14:10 - Psicologia

Esse foi uma horário muito disputado pra mim. No mesmo horário teriam palestras Psicologia e Enfermagem. Acabei, depois de muita dúvida indo para a Psicologia. É muito legal, mas eu acho que teria dificuldades pelo fato de envolver muita filosofia. Entretanto, se eu clinicasse, ouviria muitas histórias por dia, e eu amo ouvir histórias. Talvez fosse prejudicial. Eu ia querer acompanhar meus pacientes como se cada um deles fosse um seriado.

14:20 às 15:00 - Nutrição

Gente, descobri uma coisa, eu não preciso ser magra pra ser nutricionista! É isso mesmo! Tipo assim, mesmo que as pessoas me dissessem isso, eu ficava meio em dúvida, pois sempre achei que pegava mal se uma pessoa manequim 42 ( chegando a 44 depois das férias =/) fosse nutricionista. Mas a palestrante era gordinha e ninguém ( muito menos eu ) viu nenhum problema nisso. Nutrição é legal Aprendi também a diferença entre nutricionista e nutrólogo. Nutricionista é o cara formado em nutrição e nutrólogo é o médico que se especializa nisso. Enquanto o nutrólogo faz diagnósticos o nutricionista prescreve dietas. É claro que o nutricionista não trabalha só em consultórios. Trabalha em hospitais, creches, programas de saúde, vigilência sanitária, indústria alimentícia..

15:10 às 15:50 - Ciências biológicas - Microbiologia e Imunologia

Eu, particularmente, não gostei muito. é um trabalho muito ligado a laboratório e eu aprendi, depois de um ano de estágio no Vigileish ( Laboratório de Vigilência em Leishmanioses ) que trabalhar nisso é um saco. Primeiro, porque você vê as mesmas pessoas todos os dias. Sem variar. Segundo, porque você faz a mesma coisa todos os dias. é como se você ficasse 30 anos indo pra escola estudar com a mesma turma e aprender a mesma matéria. Cadê a ação, cadê?

16:00 às 16:40 - Medicina

Cara, ser médico é lindo, né? E meu, choveram perguntas pro palestrante. Acho que se a organização não chutasse a gente do auditório por termos excedido o horário o médico e todos os estudantes teriam ficado lá por dias. O enfoque principal foi que os médicos devem ser mais humanos, saber conversar com os pacientes. O legal é que o cara falou sobre Medicina do mesmo jeito que eu penso.


Depois de tudo isso, a gente só fica mais e mais a fim de querer conhecer todas as carreiras, foi uma experiência ótima. Odontologia mexeu comigo de tal forma, que eu estou pensando em largar tudo e tentar Odonto, onde minhas chances de passar são bem maiores que em Medicina. E agora, gente?

beijos, =D

P.S.: Antes que alguém diga que ser dentista é nojento eu aviso logo: qual o problema de colocar a minha mão, protegida por luva, na boca de outra pessoa, se as pessoas vivem trocando saliva em beijos desentupidores de pia? Fala sério!

P.S. 2: Vinícius, pelo amor de Deus, pára de ficar gritando no meio da aula "O que Luma pensa?" de palhaçada. Eu estou pensando seriamente em levar as idéias de Ana Carol a sério e criar uma enquete bolando a melhor maneira de te matar. Eu ainda tenho 17 anos, em pouco tempo estaria livre. Da cadeia e de você, ;T

31 de julho de 2010

Vida

Anteontem eu estava sentada no ônibus, quando uma mulher sentou ao meu lado. Ela estava lendo um panfleto sobre o aborto, e porque isso é um crime ( algo que concordo). É por isso que hoje eu senti vontade de vir aqui escrever sobre isso.

Antes de qualquer outra coisa, quero dizer que o que forma a minha opinião não são argumentos religiosos, antiquados. Eu não sou aquela "defensora do tradicional" com tudo. Pelo contrário, eu procuro entender um monte de situações pelos balanços felicidade - sofrimento - preservação da vida. Sim, porque eu acho que a vida deve sim ser preservada, SEMPRE.
  ( Aproveitando, deixo publicado: se eu estiver em estado vegetativo daqui a 50 anos, não me matem por eutanásia, não quero morrer à míngua. Se eu morrer de morte cerebral, podem doar todos os meus órgãos. Talvez podem até doar meu corpo pra pesquisas, embaixo da terra ele não terá nenhuma utilidade.)


Todos os anos, cerca de 50 milhões de abortos são feitos no mundo. Particularmente, eu acho que esse número é bem maior, pois em países onde essa prática é proibida os números são bem defasados.

Antigamente, as práticas abortivas eram muito perigosas ( e ainda são). Por isso, em muitas culuras, era comum o "infantício". Isto é, a mulher descobria que estava grávida, mas sabia que, se tentasse abortar, corria o risco de morrer também. Esperava-se então a criança nascer e matavam o recém-nascido. (quando, no século XVI, europeus chegaram ao Japão, ficaram espantados com a frequência dessa prática na sociedade japonesa). No século XIX, com a descoberta de como ocorria a concepção ( a junção de óvulo e espermatozóide e o desenvolvimento do embrião no útero materno), os médicos começaram uma campanha para evitar o aborto. Suas frases eram "a vida humana começa na concepção" e "adoção ao invés de aborto". A partir daí que o aborto passou a ser proibido em quase todo o mundo.

No século XX que o aborto começou a ser permitido em alguns países. Hitler, por exemplo, permitia o aborto. O porquê? Bem, na Alemanha nazista, havia práticas de extermínio que visava a exaltação da raça ariana em detrimento das outras. Mulheres arianas que tinham muitos filhos da "raça pura" eram premiadas enquanto para a população não-ariana era estimulado o uso de práticas abortivas.

A maioria dos abortos são feitos nos primeiros três meses de gestação. Observe como está o desenvolvimento embrionário nas primeiras 16 semanas:


Semana 0 
A concepção é o momento no qual o esperma penetra no óvulo. Uma vez fertilizado denomina-se zigoto, até que alcance o útero 3-4 dias mais tarde.
Semana 2
O embrião pode flutuar livremente no útero por 48 horas, antes da implantação. Após a implantação, ligações complexas entre a 
mãe e o embrião desenvolvem-se para formar a placenta.
Semana 4
O embrião tem 4-6 mm de comprimento. Um coração primitivo começa a bater. Cabeça, boca, fígado e intestinos começam a tomar forma.
Semana 8
O embrião tem agora cerca de 25 mm de comprimento. Traços faciais, membros, mãos, pés, dedos e unhas tornam-se aparentes. O sistema nervoso está receptivo e muitos dos órgãos internos começam a funcionar.
Semana 12
O feto tem agora 5-8 cm de comprimento e pesa quase uma onça (28,35 gramas) – 10-45g. Os músculos começam a desenvolver-se e os órgãos sexuais a formar-se. Começam também a formar-se as pálpebras, as unhas das mãos e as unhas dos pés.
Podem ser observados movimentos espontâneos da criança.
Semana 16
O feto tem agora cerca de 9-14 cm de comprimento. A criança pestaneja, agarra e move a sua boca. O cabelo cresce na cabeça e o pêlo no corpo.

Os principais métodos de aborto são feitos a partir de envenenamento do feto por substâncias químicas ou então em clínicas onde procedimentos "despedaçam" o feto ainda "vivo", cortando e arrancando partes de seu corpinho.
Fico me perguntando em como existe quem consegue fazer algo assim, é um assassinato. Como matar um ser que está dentro da mãe, querendo crescer, querendo nascer, só pedindo uma chance para viver? E a mãe, que é tudo com quem essa futura criança pode contar nesse momento, vai lá e o liquida friamente. Bem, sabemos que isso é muito comum. Dados revelam que, pelo menos 1 em cada 5 mulheres já fez algum aborto.
Acho um absurdo em mundo onde existem tantos métodos contraceptivos, as pessoas chegarem a esse ponto. E acho que, uma vez ocorrida a concepção, que a mãe entregue o bebê para a adoção após nascido, que nem a menina de Juno.

beijos,

P.S.: acho que uma exceção para o aborto é quando a própria vida da mãe está em risco. Afinal, antes só o feto morrer do que mãe e filho.
Fontes: (vocês não acharam que eu sabia essas informações todas de cor, né?)

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3769&ReturnCatID=763

http://vida.aaldeia.net/

http://aborto.aaldeia.net/

22 de julho de 2010

Seria eu uma paranormal? Nãããããão..

Hoje, pela quinta noite consecutiva, tive problemas com pesadelos. Quero dizer, será que nem de férias ( se bem que eu não sei se vestibulanda que continua estudando pode chamar isso de férias) eu tenho paz. Acontece que meus sonhos são muito, eu disse MUITO sem noção.

Na maioria das vezes eu nem estou no sonho, é como se eu estivesse assistindo a um filme, sei lá, e o filme é o sonho. Pra vocês terem idéia, essa noite, depois de sonhar que eu não passava no vestibular porque não sei nada de histologia, eu sonhei um "filme" muito doido. Nele, uma família composta de pai, mãe, avó(ou era avô) e dois filhos ( dois meninos, sendo um bebê) iam acampar num lugar meio estranho. Tipo uma planície americana. A cabana deles era estranhona, tipo uma oca indígena da América do Norte.


http://4.bp.blogspot.com/_NvxmcraHzj0/TCnMdG_4jYI/AAAAAAAAIPw/l_ScCWgFuCM/s1600/tradicao-indigena-g1.jpg

Só que tinham uns índios morando naquele lugar. Esses índios achavam que essa família era enviada por um deus macabro e resolveu exterminá-la. Um dos índios era "bonzinho" e veio correndo avisá-los. Só que só conseguiu avisar à mãe, que estava com o bebê, a tempo. A mãe tentava salvar o restante da família, mas não  conseguia. Ela tinha que escolher entre morrerem todos juntos, ou fugir com o bebê. Esse índio, que imediatamente se apaixonou pela mulher, aconselhou que ela fugisse. Então, no final, a mulher, o bebê e o índio atravessavam planícies, pontes e florestas fugindo. Aí eu acordei. Bem, o lance é que eu normalmente consigo voltar para o mesmo sonho quando acordo e volto a dormir. Mas dessa vez eu forcei a barra pra ficar acordada. Chega de sonhos loucos. Pelo menos por hoje.

Se alguém que está lendo isso é guru, curioso, intrometido, paranormal, sei lá, e puder me falar o que esse sonho significa, eu agradeço pra caramba. Ah, sim, e antes que alguém pense, nos últimos dias eu não ouvi nenhuma história, ou li, ou vi filme sobre famílias que acampam, planícies norte-americanas e índios. Sério mesmo.


beijos, fui    = *

29 de dezembro de 2010

2010

o ano está acabando.  ( frase clichê)


e aí eu lembro de tudo o que aconteceu (frase clichê 2)


como passou rápido (frase clichê 3)


Oi gente!!

Quanta coisa aconteceu em 2010, né? Parece que foi ontem que vim aqui escrever todos os meus objetivos para o ano que passou, rs.

Bem,  esse foi um ano de coisas surpreendentes:


Tenho certeza de que a minha geração vai entrar pra história. Com 80 anos eu vou aparecer no Fantástico, a essa altura do campeonato já apresentado por um filho anarquista de Carmel, da minha escola (até lá o anarquismo não vai sofrer tanto preconceito), comentando sobre como era o clima antes do aquecimento global. Afinal, convenhamos, que calor foi esse, Jesus?


No começo de 2010 passei pelo que me lembro ser o período mais quente da minha vida, e por volta de janeiro e fevereiro a temperatura aqui na região metropolitana do Rio passava dos 40ºC quase todos os dias. Devido a umidade, a sensação térmica passava os 50º. A temperatura de um deserto ( eu continuo não entendendo como as mulheres árabes usam burca num calor desse. A não ser que haja um sistema de refrigeração oculto lá dentro). como consequencia, as lojas esgotaram seus estoques de ventiladores e condicionadores de ar ( porque ares condicionados é muito feio de se dizer.).


Não dava pra andar na rua. Não dava nem pra ir à praia. O lance era se trancar no ar condicionado e beber muita água gelada, rezando a Deus por um frente fria qualquer que nunca vinha. Por uma chuvinha que refrescasse. Pois é. Pedimos tanto que olhem o que deu. Uma chuva nunca vista antes por aqui, que destruiu casas, famílias e levou Niterói às manchetes do Jornal Nacional.


Cara, tá passando comercial da Telesena na Rede Globo!


Ano de eleições. Não tirei meu título. Tá, podem querer me matar, afinal, cadê meu instinto cidadão? Não sei. Mas eu não tirei meu título e não me arrependo. Acho que não estava preparada pra isso. Bem, vimos coisas tristes. Eleger Tiririca? E tem gente que chama isso de voto de protesto. Uma jogada política do partido dele que  usou sua imagem, sua popularidade, e a revolta de um povo leigo para aumentar sua bancada no Congresso.


Deputado federal mais bem votado no RJ: Antony Garotinho. Um cara totalmente complicado em suas falcatruas pólíticas.


Deputado estadual mais bem votado no RJ: Wagner Montes. Entenda-me. Ele tem um programa na Record todos os dias, de 12:00 às 15:00. como é um noticiário, acredito que chegue pelo menos às 09:00 ou 10:00 na emissora. Logo, ele nunca vai à ALERJ? É sério. Além disso ele só sabe chegar na tv, mostrar problemas do estado e falar: "isso é uma vergonha para os governantes!". Pois então Wagner, saia do seu segundo emprego ( quem você acha que é, o pai do Chris?), volte para a Assembléia Legislativa, onde deveria estar agora, já que te pagamos um salário pra isso, e vai trabalhar pra melhorar, caramba!


Governador reeleito: Sérgio Cabral. E no primeiro turno. É de chorar. Talvez quem não more no RJ ache que ele é o cara, pois pacificou um monte de favela. Tá, e para onde vêm os bandidos? Pra Niterói e São Gonçalo, colega. Durante o governo dele, vivemos momentos que não dava pra sair na rua, pois os traficantes, assim como os franceses no século XVI, se achavam os donos do lado de cá da Baía de Guanabara.
Mas não é só isso. Sérgio Cabral criou as UPA's, supostas unidades de pronto atendimento. E eu digo, por experiência própria, se você depender de uma UPA morre. Só há um médico por plantão. Isso mesmo. Só um médico e um enfermeiro pra cuidar de uma população mostruosa. De pessoas tendo recaídas, ataques cardíacos e AVC. Um horror. Construir UPA só serviu como desculpa pra roubar o suado dinheiro do trabalhador.
E a educação? Não há professor nas escolas estaduais e o estado conta com o segundo pior ensino do país. Colocaram ar condicionado nas escolas, mas não há professor pra dar aula, logo os alunos voltam pra casa e o ar condicionado não é usado pra porcaria nenhuma. Valeu a intenção. De roubar a gente e enganar o povo.


Dilma? Não tinha nada melhor não Lula? Qualquer coisa era só entrar em contato comigo que eu ajudava. Conheço gente que mal concluiu o ensino médio e parece ser muito mais competente. Sério. E ainda ela roubou o meu sonho de ser a primeira mulher presidente do país. Ódio.


Como se já não bastassem as chuvas, Niterói teve sua escola de samba, a Viradouro,  rebaixada pro grupo de Acesso. Realmente vergonhoso.

Príncipe William! Como ousa casar com a Kate? Era pra você casar comigo, era o meu sonho desde que descobri que você existia, em algum momento remoto de minha infância. Ou me descola seu irmão ( porque não desisti de ser princesa) ou teremos sérios problemas.

Eu saí no Jornal O Globo após ganhar um Concurso de Contos! Rá! Ao rumo do sucesso!

Finalmente eu provei crepe, rs. Mylena, só você mesmo.

Ocuparam o Alemão, meu! Tem noção? É como se acabasse a ditadura na China, é histórico! E por falar em China, vergonhoso o governo não deixar a mulher que ganhou o Nobel receber o prêmio. Se eu pudesse eu matava todos os governantes chineses, Começaria rasgando a pele, arrancando os dentes e as unhas e depois enviando-os para um canto isolado do Acre.

Ainda sobre China, eu descobri a máfia dos chineses de pastelaria. O meu professor de sociologia, que fez o mestrado (ou doutorado?) sobre chineses me contou o esquema que eu desconhecia. Agora eu preciso me esconder sob o serviço de proteção à testemunha. Não.

33 mineiros ficaram soterrados no Chile. Durante um bocado de dias, não lembro quantos e tô com preguiça de pesquisar. Mas foi surreal. Mesmo.

Em plena Copa do Mundo, um polvo acertou quase todos os jogos. Coisas sobrenaturais acontecem.



Então, até 2011. Ou não.

24 de dezembro de 2010

A very merry christmas

Eu sei, eu sei. Estou sumida. Apesar de estar de férias, em casa, não posto há quase três semanas. Tenham certeza de que sei a vergonha nacional que isso representa. Menor apenas que o amigo oculto não concretizado da minha turma, a 1303. Mas aí é outra história.

Essa semana foi a minha colação de grau, onde algo me decepcionou. Não, e não foi o discurso da diretora geral, uma coisa que durou quase 300 anos. Cadê o meu canudo? Quero dizer, tiveram um monte de discursos lindos, todo mundo estava feliz (exceto meu "paciente" paizinho, que não aguentou e foi esperar no carro - calma gente, ele nunca vai saber que eu escrevi isso aqui), mas e as drogas dos canudos? Eu estudei arduamente durante três anos e não tive direito a sequer um canudo? Depois as pessoas não entendem os alunos malucos que viram atiradores suicidas traumatizados.

E eu não chorei. Calma, não sou Catrina Coração de Pedra ( quem não lembra dos cãezinhos do canil?). Mas eu acho que uma certa frieza deve estar tomando conta de mim. Por que diabos eu não chorei como todo mundo?
Agora vão pensar que eu não gosto de ninguém, que não ligo pra ninguém, que quero que todos morram. O que está longe de ser verdade.

Pois é, e hoje/ amanhã é Natal. Natal. As pessoas devem relacionar a palavra "Natal" com reunião familiar, alegria, presentes. Bem, comigo não é bem assim. Meus parentes moram longe e a gente não se vê nem no Natal. E não me culpem. Eu sou a mais sociável da família. Mas, como consequencia de viver num ambiente assim, as recordações de Natal são longe de ser boas.

A vida inteira eu passei o Natal em casa, com papai reclamando da vida, mamãe entendiada e meu irmão esperando Papai Noel. Dá pra acreditar que Teco esperou Papai Noel até os 11 anos? E quando eu falava pra papai "seu filho precisa amadurecer", ele brigava comigo. Hoje, ele olha pra mim e diz : "você mimou muito o seu irmão, Luma". Pois é, fui eu que coloquei presentes na janela do apartamento protegida por grades. Uhum.
Na minha família, todos aprenderam a odiar Natal. Quero dizer, não tem nada de bom na televisão ( eu só tenho TV aberta), eu odeio comida de Natal ( o que há de errado com pizza, lasanha, hambúrguer?), e odeio o clima em que minha casa fica no Natal. Papai reclama que o ano foi uma droga, mamãe também. Teco reclama que a família dele é uma droga. Eu me tranco no quarto e leio um livro, porque nos livros as pessoas não ficam reclamando o tempo todo. Tem ação.
E se você acha que não pode piorar, pode sim. Papai pode inventar de ir para a casa da vovó, mãe dele. Nada contra a vovó. Tudo contra mim.
A gente sai e papai vai dizendo: "é altamente perigoso pegar a Avenida Brasil a essa hora". Depois de quase uma hora no carro ( de São Gonçalo ao subúrbio do Rio) a gente chega na casa da vovó e a minha tia de 40 anos fica emburrada vendo TV. Qualquer assunto que se conversa com ela, ela faz referência ao fato de que não casou e teve filhos, como os outros sete irmãos. Que ninguém dá valor a ela e aos anos de juventude que ela sacrificou para cuidar da vovó. Aí a gente fala: "tia, volta a estudar, faz um curso, aí você sai, conhece gente e quem sabe, o homem da sua vida?". E ela diz que está muito velha pra isso. Demi Moore deve ser mais velha que ela e é casada com Ashton Kutcher. E antes que alguém diga "Mas a Demi é artista de cinema" eu digo " o Ashton também, ele poderia escolher uma patricinha de 20 anos".

E então chega vovó reclamandoque está doente e que quer morrer logo. Vovó tem 84 anos. Se ela viveu até hoje com a saúde que tem ( nem gripe ela pega), vai chegar aos 100 fácil fácil. Então ela vira pra mim e pergunta: "Luma, é impressão minha ou você engordou? Sua barriga tá enorme, cuidado com o açúcar no sangue.". Eu sei que parece louco, mas o único lugar onde sou discriminada por estar acima do peso é na família de papai. Na escola, ninguém nunca ficou me chamando de gorda. Só Samara, e foi numa briga na oitava série.

Depois chega a minha outra tia, que mora perto, e pergunta se eu já arrumei um trabalho: "você precisa ajudar em casa, Luma. Eu, teu pai e teus tios trabalhamos desde crianças." Aí eu explico a minha tia que eu estudo quase 12 horas por dia pra passar pra medicina. E quando eu digo que a faculdade é em horário integral, todos mandam eu desistir. Falam pra eu trabalhar durante o dia e fazer alguma faculdade particular à noite. E se eu disser: "Mas eu quero ser médica!", eles não compreendem. Porque em toda a minha família, ninguém nunca teve o direito de escolher a própria profissão. Foi lei da oferta e da procura. Eles sempre trabalharam no que dava. Por isso eles não entendem o que é sonhar em ter uma carreira profissional.

Enquanto isso papai manda Teco olhar o carro três vezes por minuto, com medo de que bandidos levem o carro. Então minha tia pergunta se eu tenho ido à missa. eu tenho que dizer que sim ou mudar de assunto. Se eles souberem que eu não sou mais católica ( atualmente não tenho nenhuma religião certa - embora simpatize com o espiritismo) estarei exonerada da família. Eles acham que se você não está na Igreja Católica, está fora dos caminhos de Deus. É, só que eu acho que eles se esqueceram que muitos não se comportam como a Igreja diz. Por exemplo, nenhum dos meus tios nem meus pais são casados na Igreja. Logo, de acordo com o Vaticano, todos vão acabar no inferno. Utilizar métodos contraceptivos é pecado, logo todos vão pro inferno. Até eu sou fruto do pecado, porque os meus pais nunca se casaram, só moram juntos.
Afinal, de acordo com o papa, só quem pode usar camisinha não garotas de programa. Ótimo, se o papa aconselha que usem preservativo com garotas de programa, e condena seu uso dentro do casamento, deve ser porque é menos pecaminoso, em caso de não desejar gerar descendentes, transar com uma puta do que com a esposa. Claro.

Enquanto isso meu tio está no trabalho, fazendo hora extra pra pagar o carro (já que ele nunca se casou ou teve filhos - seu maior xodó é seu Voyage). Ele fez hora extra durante muito tempo pra comprar o carro, e depois que um caminhão de lixo passou por cima do carro dando perca total, ele usou o dinheiro do seguro pra dar entrada num carro zero e agora continua fazendo hora extra pra pagar o restante das prestações.

Vovó então começa a chorar muito, porque o único filho rico dela morreu ( e isso foi há 8 anos). E por mais que a gente tente consolá-la, ela diz: "por que  Deus tinha que levar logo o meu filho que podia me dar alguma coisa?". Pois é vovó, desculpe não poder te ajudar, mas eu não escolhi ser pobre.

E é por isso, que hoje, às 23:59 eu estarei no conforto do meu quarto assistindo Kung Fu Panda especial de Natal. Porque eu ainda quero guardar o restinho de amor próprio que possuo.

Mas fiquem tranquilos. Um dia vai mudar. Já falei com Teco e quando nós tivermos nossos filhos, vamos juntar nossas famílias no Natal, fazer amigo oculto, uma ceia de coisas realmente gostosas ( frango assado? me poupe!) e seremos muito felizes. Ou eu não me chamo Luma.


beijos


P.S.: um feliz Natal pra vocês =D

3 de dezembro de 2010

7

Mas olhem que gracinha o selinho que a Fran, do Pensar é um ato, sentir é um fato me indicou. Não é, puramente, um mimo? Ah, é sim.





Bem, a brincadeira é responder algumas coisas. Vamos lá?


- Sete coisas para eu fazer antes de morrer:

- Salvar uma vida.
- Mostrar pro mundo que, se a gente se esforça, a gente consegue.
- Dar muito orgulho pra minha família e pros meus amigos.
- Fazer trabalho voluntário, de preferência ser uma médica sem fronteiras na África Subsaariana, no Haiti, no Sudeste Asiático ou tratar índios no Acre.
- Casar, ter seis filhos, um marido que me ame, e que todos vivamos em uma fazenda com uma plantação de girassóis e um belíssimo pomar.
- Ver um mundo com menos sofrimento.
- Publicar um livro, e que ele fique famoso.

- Sete coisas que eu mais falo:

- Surreal.
- Meshmo.
- Jesus Amado (mania da tia Cintia, minha professora da quarta série, que eu carrego há oito anos.)
- Tipo. (eu sei, isso não é nem um pouco original).
- Se você se esforçar, você consegue.
- Pelo menos eu tentei, tô com a consciência limpa.
- Como alguém consegue ser tão vulgar? Essa criatura não tem vergonha da família?

- Sete coisas que eu faço bem:

- Dever e prova de matemática.
- Economizar dinheiro.
- Bolo, macarrão, café e milk-shake de ovomaltine falsificado.
- Ser durona com meu irmão.
- Cuidar dos meus livros e cadernos de toda a vida escolar, sabendo exatamente em que canto do quartinho da bagunça, em que sacola, em que pasta está cada coisa, como um caderninho da segunda série.
- Me concentrar para ler.
- Acordar sozinha, a qualquer hora, independente da hora de ir dormir, do clima, e dos horários de verão da vida. Feliz, cantando, pulando, não existe mau humor matinal.


- Sete defeitos:

-Teimosa.
- Impaciente.
- Não conseguir demonstrar meus sentimentos.
- Querer impor minhas idéias.
- Estressada e às vezes violenta.
- Totalmente neurótica.
- Preocupada com o que os outros pensam.

- Sete qualidades:

- Altruísta
- Determinada.
- Lutadora.
- Econômica.
- Estudiosa.
- Realista demais.
- Preocupada com os outros, muito mais que comigo.

- Sete coisas que eu amo:

- Sentir a presença das pessoas que amo.
- Sentir a presença de Deus, e entender todos os sinais que ele manda pra mim.
- Rir, rir e rir.
- Histórias. Ler histórias, ouvir histórias, contar histórias.
- Receber e dar carinho.
- Crianças, de todas as idades. Amo muito crianças.
- Os livros de Meg Cabot.

- Sete blogs que eu indico:

- Carol, Caixa a a
- Carol, Memórias... apenas
- Bruna, que conheci na fila da Bienal, rs
- Babi, do Diário de uma nerd
- A Nana, minha conterrânea cinéfila
- Pra Sol, do Soll, artes e outras coisas

bem, é isso.

beijos.

P.S.: depois de amanhã é a minha última prova de vestibular esse ano. Eu adoraria, é claro, que fosse a última da minha vida. Depois de não passar pra segunda fase da UFF por uma questão (eu acertei 49 / 67 e a nota de corte foi 50), Deposito minhas esperanças no Sisu, na Uerj e no Prouni. (algo me diz que não fui lá muito bem no exame discursivo da UFRJ). Bem, então na segunda feira minhas férias começam oficialmente. Claro que eu estou me sentindo, sem rumo, sem chão, sem destino. Mas eu tenho fé de que tudo vai passar. Essa uma questão ( de física, sobre resistores, que eu sabia mas marquei errado no cartão resposta) está entalada. E não quer descer. Também, quem manda querer logo medicina?

28 de novembro de 2010

Cada pessoa tem um sonho para quando fizer 18 anos. Alguns pensam em ir a uma boate com entrada só para maiores, outros sonham em dirigir. Mas eu, como típica criatura anormal, sonhava outra coisa. Sim, doar sangue.

O fato é que desde que eu soube que sangue era algo "doável", em algum momento remoto de minha infância, eu quis doar. Acho que é muito importante. Afinal, quantas pessoas não estão precisando dele todos os dias?

Pois então que, após completar 18 anos dia 21, eu fui ontem no Hemonit (no Hospital Universitário Antonio Pedro). E, é claro, praticamente obriguei a minha mãe a ir comigo. No começo ela não quis ir, ficou dizendo que não suporta agulha etc. Mas aí foi só eu comentar como receber sangue ajudou a vovó quando ela esteve doente, que mamãe acabou indo comigo.

Cheguei lá no hospital, preenchi meu cadastro. Gente, é incrível como eu me senti santa, pura e incrivelmente saudável ao preencher aquele formulário. Usa drogas? Não. Tem AIDS, sífilis, gonorréia, hepatite? Não. Quantos parceiros sexuais? Nenhum. Faz programa? NÃO!

Depois fui pra triagem, uma rápida entrevista e ganhei uma camiseta com a frase: "Dou meu sangue por você". Pois é, literalmente. É importante frisar algo pra vocês. Não dói. É sério. Embora ao olhar para a agulha (que é diferente da dos exames de sangue) você já sentir dor, na hora em que fura sua veia, não dói. Quero dizer, você sente uma picadinha, mas é de leve, rápido, e vale super a pena.
Só é meio estranho quando você vê quase meio litro de sangue( tipo, seu sangue, que você nutriu com muito arroz e feijão) sair de você. Depois, sabe o tal lanchinho feito no final? Pois é, sente o "lanchinho":
- um pão frânces com queijo e presunto
- um suco em caixinha
- um pacote pequeno de torrada integral Bauducco
- um pacote pequeno com biscoito salgado(aqueles que parecem palitinho) Bauducco
- uma maçã
- uma banana
- um bombom Garoto.

Ou seja, eles se esforçam para que você nunca fique abaixo dos 50 kg e deixe de doar, só pode.

Entretanto, eu fiz uma burrada. Tipo, sabe pessoas bem jegues? Foi o que eu fui. Porque depois de disponibilizar o meu lindo líquido vermelhinho cheio de hemoglobina( que devia estar ligado a H+ já que era uma veia das que transportam sangue venoso - viu, tô estudando biologia rapá!) eu inventei de ir ho hospital ao centro de Niterói a pé. Num sol quente. Vestindo a blusa quente demais Dou meu sangue por você.

Não podia ser diferente. Quando mamãe parou numa farmácia, comecei a ver tudo embaçado e a ouvir zumbidos e a ficar tonta. Imbecil que eu sou. Com 400ml de sangue a menos e andando por aí no sol quente ao meio-dia. Burra. Muito burra.

O pessoal da farmácia deve ter achado que éramos, sei lá, golpistas. Quero dizer, uma mulher de 39 anos e a filha de 18 entram numa farmácia com blusa Dou meu sangue por você e começam a passar mal? Só pode ter algo de errado. Mas fiquem tranquilos. Eu sentei, coloquei a cabeça entre os joelhos e tudo voltou ao normal. Ou seja, doar sangue não faz mal, o que faz mal é ser energúmena o suficiente para forçar a barra depois.

Por isso eu quero fazer um pedido a vocês. Doem sangue. Mesmo. É muito importante. Tem muita gente precisando e poucos ajudando. Você, entre 18 e 65 anos, com boa saúde e mais de 50kg, pode ajudar a salvar vidas em um gesto que dura menos de meia hora.

Também perguntei a mulher no Hemonit sobre a doação de medula. Ela me disse que isso é só no Rio que dá pra se cadastrar. Eu fiquei até meio desestimulada. Só o povo de Niterói e São Gonçalo reconhece a preguiça que dá de atravessar a Ponte.

Entretanto, quando eu estava voltando pra casa, vi um menininha do terminal rodoviário que parecia estar fazendo quimioterapia, pois estava com algumas bandagens(é assim que se fala?) no corpo, não tinha cabelos  ou sobrancelha. Aquela menina e muitas outras crianças podem estar precisando de um doador compatível. Você, que está lendo isso aqui pode ser compatível, e pode salvar a vida dela e de outras pessoas. Então, por que está perdendo tempo? Eu senti a presença daquela menina como um sinal e vou no Hemorio ou no INCA o mais breve possível.

beijos, fiquem com papai do céu =)

22 de novembro de 2010

Estou passando pelo período da minha vida que esperei por muitos anos. Estou passando por um momento melancólico.

Sempre esperei por essa época. Pelo fim desse novembro. Pelo início desse dezembro. Aguardei. Imaginei. Sonhei. É a época em que faço as três coisas que mais esperei, que mais desejei, e olha que irônico, mais temi.
Terminei o Ensino Médio na semana passada, fiz 18 anos ontem e estou gastando todos os meus fins de semana  prestando algum vestibular. Estou sem rumo. Acabou. Acabaram-se as certezas, a rotina garantida. Eu sabia que ia acabar. Eu sabia que um dia eu não ia mais ter que acordar pra colocar o uniforme e ir pra escola. E esse dia chegou. Eu sabia que um dia eu acordaria adulta. E esse dia chegou. Desculpe-me, mas é horrível. É incrivelmente horrível. Sempre fui mais independente que as outras meninas da minha idade e sempre fui mais, como dizer, "autônoma". Sempre fui uma menina que pensa como uma adulta, ou quem, sabe, uma avó, como disse Jéssica outro dia. Sim, uma avó, que é mais madura que uma mãe.

Mas agora aconteceu. Hoje eu acordei sendo adulta. Eu me olhei no espelho. Vi que agora minhas sobrancelhas são desenhadas e não mais naturais. Vi que meu cabelo estava escovado e não cacheado ou cheio de tranças. Vi que um machucadinho na testa, fruto de um cravo que inconscientemente tentei tirar de modo assassino, estava cicatrizando. Como as pessoas conseguem sobreviver no pós 18? 18. 18. Quando eu penso em "dezoito", uma dor profunda toma conta de mim. Eu quero voltar pra infância, pra escola, pro meu uniforme, minha mochila. Quero voltar a pedir para minha mãe assinar autorizações.

Como as pessoas comemoram os dezoito anos? Eu não consigo. Ontem parecia um dia frio pra mim, um dia frio como aqueles entre a briga e a reconciliação em uma comédia romântica. Horrível. Sei que terei de aprender a lidar com isso. Só não sei como.

E a escola? Quantas saudades vou sentir! Um ensino fundamental intenso. Nada de importante acontecia, mas eu me importava. É estranho, pois dizem que as crianças não têm problemas. Só Deus sabe o quanto fiquei nervosa por coisas bobas, como quando uma amiguinha da segunda série disse que meu colar era brega. Ou então quando eu fui parar na direção por querer fazer justiça. Sempre me preocupando com os outros. Com o que os outros sentiam, faziam, achavam de mim. Não liguei pra mim. Apaguei-me.

Pois só na oitava série, prestes a completar 15 anos, que passei a ver que a Luma existia. Que a Luma tinha que se preocupar com ela também, que a Luma tinha que passar a se olhar no espelho. Olhar no espelho. Quando criança, não me olhava no espelho. E, depois de um ano muito divertido, o ano onde mais cresci, tive de partir.
Partir para o Ensino Médio. Ensino Médio. Ensino Médio.

O Ensino Médio que conheci é completamente diferente do que imaginava. Meu Ensino Médio não foi o sonhado, não foi o desejado, não foi o temido. Meu Ensino Médio não foi simplesmtente o inesperado. Ele foi lindo. Lindo, a única definição que encontrei. Não fui um estereótipo de filme. Não fui popular. Não fui odiada (eu espero). Fui simplesmente feliz.

Minha escola não é como a de Malhação, como a de Meninas Malvadas. Não é como as novelas onde meninas ficam grávidas o tempo todo, ou onde as líderes de torcida saem com atletas e eles dominam o mundo. Definitivamente não é. Afinal, minha escola é o Colégio Pedro II. Mais que CPII, minha escola é CPII-Niterói.

O CPII tem 172 anos e foi fundada em homenagem ao futuro imperador Pedro II. Funcionou como referência de ensino no país, quando não existia Ministério da Educação, teve alunos famosos, como Álvares de Azevedo, Fernanda Montenegro, Fátima Bernardes, Lima Barreto, Oswaldo Cruz, Manuel Bandeira, Mário Lago; além dos presidentes da República Floriano Peixoto, Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Rodrigues Alves e Washington Luís. E, como nada é perfeito, Mr Catra.
Como professores contou com Aurélio (sim, o do dicionário), Joaquim Manuel de Macedo, Villa-Lobos, Euclides da Cunha, Gonçalves Dias(minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá...).

Há cinco anos o CPII implantou uma unidade em Niterói. E é lá que passei a maior parte do meu tempo nos últimos anos. O CPII funciona num ciep ( que, talvez quem não é do RJ não conheça, mas é um tipo de prédio pra lá de ruim), mas tem um ensino de muita qualidade, professores fantásticos, alunos maravilhosos. Formamos um time impressionante. Impressionante de bom.

Apesar de tudo, o CPII é uma instituição pública, que como outras, sofre por culpa do "sistema". Mas vocês acham que a gente liga? Os alunos só ganharam merenda escolar há dois meses, depois de cinco anos pedindo muito. Entretanto, driblamos ao máximo os problemas. Nossos professores são workaholics, dando um monte de aulas extras sem ganhar mais por isso, são amigos, conversando com a gente. Que o diga Claudinha, professora de Biologia, de quem roubei um monte de recreios para que tirasse minhas dúvidas de questões de vestibular.
Com esse esforço, alcançamos, com a primeira turma de formandos, em 2008, o 7º lugar do munícípio no ENEM e, em 2009, com a segunda turma, a 4ª posição. Resta saber o que nós, turma de 2010, conseguiremos.

O CPII também abriga tudo quanto é tipo de aluno. Da mais patricinha a mais desarrumada, do filhinho de papai da zona sul ao filho de empregada doméstica que mora na periferia. E aqui, todo mundo é igual. Ninguém liga sobre qual a marca do seu tênis, já que só pode usar tênis totalmente preto, e quase todo mundo tem tênis da mesma marca (OLK colegial preto). Ninguém liga se você viajou nas últimas férias, se você vai naquele show cuja entrada custa 200 reais ou se você vai ficar em casa porque tá sem grana. Claro que nem todos são assim. Mas a maioria é. É claro que quem tem mais dinheiro acaba se enturmando com outro que tem, já que têm o mesmo padrão de vida, do mesmo jeito que acontece com os mais pobres. Mas nada que "rache" a escola.

Agora, o CPII, mais que isso tudo, tem carinho. Ao entrar na instituição, você já é recebido pelos cachorrinhos que a escola acabou adotando, e que todos nós tomamos conta. Você vai ver um gramadão verde, onde jovens de 17 anos brincam de pique pega. Sim, você leu certo. Jovens de 17 anos brincando de pique pega.
Você vai ver um prédio que, incrivelmente, parece estar sempre iluminando. É como se espíritos de luz o cercassem para garantir que todos ali sejam felizes. E são.





Simplesmente vou morrer de saudades.

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre,
sempre acaba"



p.s.: fotos roubadas dos perfis de alunos do cp2 nit no orkut, =D

8 de novembro de 2010

: )

É, eu sei, que não tenho dado atenção não apenas ao blog, como à toda a blogosfera e nem tenho tido tempo de visitar e comentar nos posts dos "coleguinhas" de hobby. Mas eu prometo que, quando essa agonia de vestibular acabar, minha vida será menos turbulenta.

E por falar em vestibular, o que foi esse fim de semana de ENEM? Bem, eu não tenho opinião alguma sobre os erros ( só que isso é muito chato, mas errar é humano, repetir nos erros é desordem), só sei que eu não pretendo passar por outra maratona dessa amplitude nem tão cedo. Quero dizer, no primeiro dia eu fui relativamente bem, mas ontem... Minha cabeça doía sem parar, intensamente. Eu fiquei com sono, minha vista estava embaçada. Resultado: ao contrário da maioria das pessoas eu fui bem melhor no sábado. Agora é estudar pros outros vestibulares para compensar a frustração de ontem.

Mudando de assunto....

Eu não lembro de falei aqui, mas no ano passado eu fiquei entre os finalistas do Concurso Municipal de Contos de Niterói.. E, olhem que lindo, eu fui publicada! A cerimônia de premiação foi na quinta passada, e eu vi meu nomezinho no livro. Não é fofo? Bem, vocês também podem conferir a matéria do O Globo, onde, tcharam: eu saí!
http://oglobo.globo.com/rio/bairros/posts/2010/11/06/niteroi-premia-amantes-da-literatura-338463.asp
O Concurso desse ano está aberto até 30 de novembro. Participem, é super legal.

Mudando de assunto de novo...

Gente, o que é o mundo de óculos? Quero dizer, o que é enxergar a lousa de óculos? Parece que a minha visão está em high definition, rs. Apesar do grau pequeno, a diferença é gritante. Mas eu ainda estou me adaptando e, como os óculos dão dor de cabeça, evito usá-lo (além de que ninguém merece eu de óculos). De qualquer forma, já dá pra tirar uma onda de intelectual. ou seja, todo mundo fala agora: "que cara de nerd, hein?". Valeu.

E outro assunto ainda...

Essa semana eu farei as últimas provas finais da escola. Que aperto no peito, que tristeza! Foram três anos de Ensino Médio que mudaram aquela garotinha prepotente de 15 anos e a transformaram numa desesperada de quase 18. ( nem acredito que daqui a treze dias serei oficialmente adulta).
E, adivinhem só. Consegui, na última avaliação, realizar meu sonho. Transformar a minha turma nos personagens de Grease - nos Tempos da Brilhantina (na minha opinião o melhor filme de todos os tempos) e fazê-los Dançar Summer Nights! Gente, foi um trabalho árduo. Primeiro, convencer o professor de espanhol a substituir o trabalho trimestral pelo musical(pois só aí todos concordariam), depois pesquisar as coreografias do teatro e do filme para montar a nossa coreografia, além de treinar e ensaiar a turma inteira. Claro que não fiz isso sozinha. Tive ajuda de Ana Carol, Paulinha, Vivi... enfim, da 1303. Cara, vocês realizaram o meio sonho cantando e dançando Noches de Verano, a versão em espanhol. A música agora não sai de nossas cabeças. Os meninos, depois de reclamaram, acabaram se divertindo muito e criando a própria coreografia, que surpreendeu a todo mundo. É, acho que Danny Zuko e os Thunder Birds nunca mais serão os mesmos. Eu quase chorei de tanta emoção em ver que aquilo, que eu imaginei ser impossível, se concretizando!!



Thunder Birds

Pink Ladies




Eu só não ponho o vídeo na internet porque Guilherme me ameaçou de morte caso o fizesse. E, mesmo que ele não seja assassino(não que eu saiba), eu preciso da minha vida para no futuro salvar outras e assim permitir a propagação da humanidade.


besitos =*

P.S.: depois do desastre do fim de semana torçam por mim, para que minha redação seja corrigida por alguém que ame aquele texto porcaria. Lembre-se, eu posso ser a médica que vai te salvar de sei lá, um aneurisma ou um câncer no futuro. Eu sei que é triste, mas é a realidade.

P.S. 2: torçam por mim no domingo dia 14, dia da primeira fase da UFF.

P.S. 3: torçam por mim na segunda dia 15, primeiro dia da 2ª fase da UFRJ

P.S. 4: torçam por mim no dia 21, pois, além de meu aniversário de 18 anos, é o 2º dia da 2ª fase da UFRJ

P.S.5: torçam por mim em 5 de dezembro, dia da segunda fase da UERJ

P.S 6 : torçam para que eu aprenda a usar esse óculos sem sentir tanta dor de cabeça.

P.S 7: não torçam por um mundo melhor, façam-o.

22 de outubro de 2010

Four eyes

Olha, quando a gente acha que a coisa tá ruim, acredite na lei de Murphy, ela vai piorar. Depois de uma inflamação na garganta traumática , um terçol que mais parecia um monstro ocular, e depois que um inseto me picou e daí surgiu uma infeccção que me tornou escrava de antibióticos ( e acredite, nem eu nem os três médicos que consultei sabem que inseto foi esse), finalmente achei que ia ficar livre. Tolinha.

O lance é que há uns meses percebi que estava tendo dificuldades pra enxergar o quadro, já que eu sento lá atrás. Mas eu tinha feito exame de vista no final do ano passado e não tinha dado nada. Poxa, ninguém adquire miopia tão rápido, foi o que pensei. Tolinha, de novo. Quando notei que era a única lá do fundão que não enxergava, tomei vergonha na cara e marquei um oftalmologista. E daí, anteontem, eu descobri: vou ter que usar óculos. Sim, quando eu vi que não estava enxergando as letrinhas no quadro, bateu o desespero. Desespero maior foi quando o médico desceu  a lente em frente ao meu olho e eu enxerguei bem melhor.

Ai meu Deus. Nunca, em toda a minha vida, nesses 17 anos de dura jornada, achei que ia usar óculos.


Hoje eu e mamãe fomos ver em algumas óticas os orçamentos, os modelos de armação e tal. Gente, como um mundo de coisas acontece e eu não percebo. Quero dizer, depois das duas primeiras óticas, eu fui em uma terceira. Quando saí dali, um cara, que aparentemente trabalhava pra outra ótica duas lojas depois nos cercou na rua e fez com que entrássemos na loja. Acabei entrando e fazendo um outro orçamento, embora eu não quisesse comprar ali porque achei a abordagem do cara uma baita falta de educação. E quando saí desta loja, fui abordada por um outro cara, que tinha uma cárie horrível entre os dois dentes da frente (observação: é uma vergonha a saúde bucal dos habitantes desse país) e praticamente nos jogou na outra ótica. Cara, como têm óticas no centro da cidade! Eu acabei entrando, mas eu não queria comprar lá pelo mesmo motivo. E daí quando saí da loja, virei pra minha mãe: "Será que agora vou poder andar em paz pela rua? Tem mais alguma outra ótica nessa droga dessa rua?". Depois que a minha mãe me disse que não eu fiquei tranquila. Tolinha.

Porque aí eu vi o cara da cárie vindo na minha direção. "Ah, não.", pensei. Mas ele virou pra mim e falou. "Vou fazer o seguinte. Vão naquela ótica ali, é o melhor preço. A dona de lá já trabalhou comigo. Vou levá-las. " Eu olhei interrogativa pra mamãe. Ela virou pro homem do dente da cárie e falou: "Peraí, pra quem você trabalha afinal? ". E aí, ele falou: "não, ali eu trabalho de carteira assinada", e pausou. "a loja pra onde estou levando vocês é dessa outra mulher.". Pois é, lances da vida. E ele continuou: " o dono daquelas três lojas era meu amigo também, trabalhava comigo, mas depois que ele participou do Big Brother e ganhou uma bolada, virou patrão e não fala com mais ninguém. E tanto que eu torci pra ele ganhar o meio milhão."

Mamãe perguntou : " Ei, mas ele não abriu um restaurante?". E o cara: "Também. E não me dá um prato de comida." E aí que eu me liguei: se as três óticas com aliciadores são do mesmo dono, por que diabos esses aliciadores que nos abordam nas ruas como abutres existem? E foi aí que o cara me explicou que era tudo uma jogada de marketing, para dar ao cliente a ilusão de concorrência, preço, sei lá. Pois é, meus caros, o mundo neoliberal é tenso. Fui na outra ótica mas não comprei lá também. E não foi por ética não. Descobri que no mundo das óticas ninguém presta. Dane-se o caráter. Comprei em outra ótica em outra rua, em outro lugar do centro. O preço saiu parecido, mas achei um modelo do jeito que eu aceitaria usar, bem discreto, clássico e o mais retangular possível pra equilibrar minhas bochechas de Fofão.

Outro problema foi explicar para a balconista da ótica final que eu não queria nenhum modelo vazado, tipo, que tem espaço entre lente e haste.



Viram o espacinho? Pois é. Aquilo me dá uma sensação de que estive numa guerra e houve uma explosão e um pedaço do óculos foi-se. A droga é que as balconistas não entendem minha percepção de mundo. Droga. Quando meu óculos chegar, eu coloco uma foto aqui pra vocês verem como é, tá? Ele é uma grça, dourado, simples, clássico e levemente charmoso.

é mais ou menos parecido com esse aí de cima

Ah, mas o pior dessa história da miopia não para por aí. Porque na quinta feira o assunto da aula de física ótica foi, tcharam: olho humano e os problemas de visão!!!

Sim, é um complô universal. Porque assim que a aula começou, no primeiro tempo, o professor Anderson falou: " Gente, eu posso dar a aula de olho humano, que é opcional já que não faz parte do conteúdo da escola, ou fazer revisão. Aposto que Luma, como quer ser médica, vai gostar da aula." E foi aí, meus caros que cometi O erro.
"Ainda mais agora Anderson. Descobri que tenho miopia."
E aí a minha miopia virou O tema da aula. Todo mundo que usa óculos ficou me dando dicas, dizendo que não é tão ruim. Exceto Ana Carol, que lembrou que a tendência é o grau aumentar. (sacanagem lembrar uma coisa dessas, amiga. Saiba que eu só te perdôo porque você é legal.)
E "miopia da Luma" não foi só o tema da aula da minha turma, a 1303. Foi tema pra aula de outras turmas. Lembrem-me de no futuro armar um plano de vingança pra Anderson. Eu não vou esquecer.

Gente, preciso ir. Tenho muita coisa pra estudar e amanhã tenho aula, pra variar.

beijos, papai do céu os guie sempre.

P.S.: pessoinhas, me compreendam: como um cara com dois trabalhos ( um legalizado e outro de espião) não tem dinheiro pra mandar um dentista fazer uma obturação nos dentes da frente? Como?

P.S.2: se eu prejudiquei a vida ou o trabalho de alguém com meu post, dane-se. Quem não deve não teme.

P.S. 3: hoje chegou o cartão de confirmação do ENEM. Torçam por mim. Eu preciso mandar bem, ralei muito a vida inteira por isso, dedicação integral aos estudos por quase 18 anos. Eu mereço.

4 de outubro de 2010

Destino

Há muito tempo quero escrever e não encontro tempo. Na verdade, as 24 horas de um dia tem sido pouquíssimas para mim. A concorrencia 68 por vaga da UFF me forçou a estudar muito. Ai, que medo gente!! E o pior é que, por mais que eu organize meu tempo ao máximo, NÃO DÁ!

Quero dizer, eu quero passar esse ano. Se eu não passar, o que vai ser de mim ano que vem? Essas incertezas estão me consumindo por dentro. O que eu faço? Escolho outra carreira? Fico trancada em casa estudando (vocês já viram o preço de um pré-vestibular? são os olhos da cara!)? Tomo vergonha na cara e vou trabalhar?

E esse sonho de ser médica? Será só uma ilusão? Será que eu poderia fazer outra coisa? Se sim, o quê? Psicologia? Odonto? Ou, radicalizando um pouco... História? Comunicação?

Ai, isso é tão confuso. Pensei estar certa até chegar nessa reta final, nesse último semestre. Minha última prova da escola é dia 13 de novembro. Tenho um mês. E depois, bem é uma incógnita pra mim.

Tem batido um vazio muito grande. A incerteza. Durante três anos da minha vida quis ser médica, mas agora parece que não é ali que vou ser feliz. Parece que... sei lá.

Outro dia estava comentando com o professor de física sobre essas coisas de profissões. E comentei sobre gostar muito de psicologia, mas do meu medo de mudar. Sim, tenho medo de mudar. Mudar meus conceitos, minhas idéias. Sempre fui tão certinha, vai que eu fico maluca? Vai que eu deixo essa minha personalidade de lado? E foi aí que ele disse: "Luma, e qual o problema de mudar?"

Eis o x da questão. Por que eu não quero mudar? Por que eu quero seguir os cronogramas que planejei?

Hoje estava assistindo Sessão da Tarde ( o que me impediu de estudar literatura e química), vendo De Repente 30 pela bilionésima vez. Pois é, eu SEI que meu cronograma não vai funcionar. Basta olhar pra trás.

Quando eu tinha 12 anos queria ser contadora. Sim, contadora. Porque eu odiava biologia. Eu dizia que a última coisa que faria seria fazer algo relacionado a isso. E hoje sou fissurada por corpo humano. Eu devo ser doente. Ou sem personalidade. Naquela época eu achava que aos 17 anos, meus pais estariam ricos (doce e distante ilusão), eu seria magra, alta, popular, estudaria numa escola tradicional voltada para a elite, namoraria o cara mais gato da escola e teria um exército de amigas patricinhas e ensinaria a todos eles a ser pessoas melhores, promovendo um mundo melhor. Que ridículo!

Hoje eu continuo pobre, gordinha, baixinha, estudo em escola pública e minha popularidade é próxima de zero. Me tornei adulta demais, madura demais pra minha idade. Talvez insuportável demais pra minha idade. Minhas unhas não estão pintadas de francesinha, e sim sem esmalte, apenas de base. Às vezes, é deprimente. Será que mais frustrações estão a caminho?

Oh, meu Deus! E meus pais, eles acreditam que eu vou fazer medicina, que vou passar, que vai dar tudo certo e eu vou ter sucesso. E se eles se decepcionarem? E se eu virar uma fracassada depois de tanto esforço, de tantos ônibus lotados, de tantas provas e seleções, de tantos engarrafamentos, de tantas horas gastas no estágio que larguei, no coral que acabou, no curso de inglês que terminou? E se eu nunca casar e tiver minha família de comercial de margarina?

Acontece que, quando a gente vai fazer inscrição no vestibular, e tem que escolher aquela opção, o coração bate mais forte, a gente se sente perdido. É como se, em um clique, eu tivesse que escolher todo o meu destino. Será que é errado descobrir o que se quer da vida só depois de já ter ingressado na universidade? Quero dizer, se eu passar e depois desistir, não estaria roubando a vaga de alguém que realmente queria aquilo?

Ética. Frieza. Carinho. Saudades. Destino. Fim. MUDANÇA.

É muita loucura de uma só vez.

beijos.

P.S.: antes que alguém me ache chata, eu só queria desabafar. As pessoas com quem tento conversar não entendem o que é ser eu, ter a minha vida, os meus problemas, as minhas dúvidas. Não quero que o ano acabe. Não quero terminar a escola. Não quero fazer 18 anos.

13 de setembro de 2010

Um ano!!



Leia até o fim. É importante para mim.





Pois é amiguinhos, hoje faz um ano que criei esse blog. Na verdade o meu objetivo inicial era publicar textos de minha autoria. É que de vez em quando eu escrevo pra aliviar o stress. Mas, em ano de vestibular, cada minuto é precioso. Por isso, não escrevo mais tanto quanto antes. Escrever os meus problemas no estilo "diretão, foi e pronto" no blog é melhor pra mim.




Ah, sim, o blog mudou muito a minha vida. Embora eu não tenha tempo de postar aqui sempre (como eu gostaria), nem de acompanhar todas as coisas super interessantes que ocorrem na blogosfera, esse cantinho tornou-se pra mim uma terapia 0800. Aprendi, quando conto alguma coisa louca que pensei, vivi, presenciei, que tudo na vida tem seu lado cômico (ou não), e que é graças a ele que viver é tão bom. Aprendi a gostar mais da vida e senti que eu posso ter meu espaço no mundo. 





Cada comentário que eu recebo me dá uma alegria incrível. Seja ele bom ou ruim, um elogio ou uma crítica, eu gosto. É sinal de que alguém quis visitar minhas idéias, deu atenção e tem algo a dizer sobre isso. Queria muito ter mais tempo de escrever um monte de coisas. Tudo o que acontece a minha volta, eu já imagino como história para ser contada aqui. Só que apenas 0,000001% delas chegam até meus visitantes.


Pois é, não caí nas estatísticas. Uma vez li que mais da metade dos blogs criados "morrem" antes de completar o primeiro ano. Mas olhem pra mim, mesmo não dando atenção devida a esse universo maravilhoso tenho 42 seguidores. As pessoas não têm a menor idéia do quanto é emocionante para mim quando alguém me pára e diz: "Ei, Luma. Vi seu blog. Tava legal.". 


O mais engraçado é que "O que Luma pensa?" me deu a chance de mostrar para os outros quem eu realmente sou, o quê eu realmente penso. Uma vez Matheus virou pra mim e falou: "Luma, seu blog é tão legal. Nem parece que é de uma nerd.". Talvez seja importante mostrar ao mundo que ser estudiosa e tirar boas notas não me impede de amar a minha Ipanema de fitinha dourada, de ser obcecada por literatura fútil (embora eu odeie futilidade, como resistir a um livro da Meg Cabot? Como?), de ter neuroses, de discutir com meus pais, de usar gloss, de ser alguém incrivelmente pão-dura (embora todos achem que sou mão-de-vaca, me considero apenas econômica), de querer casar, ter cinco filhos e morar num sítio.


É essa a Luma que eu quero que conheçam, uma Luma sem estereótipos. Tenho tantas características que me sinto original, como todos nós, seres humanos somos: únicos.


Como estava sem muita idéia de post, cacei no meu arquivo de textos antigos. Encontrei uma história VERDADEIRA, que ocorreu em 1997 comigo.


Mamãe estava grávida do meu irmão. Engraçado é que mamãe parecia uma melancia. Todos achavam que mamãe estava grávida de gêmeos, mas o obstetra garantiu: só havia um menino ali. Pensando agora, poderia haver outra criança ali, mas o médico roubou na hora do parto e vendeu para um comércio ilegal. Eu ouvi dizer que as pessoas gostam de adotar bebês brancos. O gêmeo do meu irmão seria um bebê branco. Cara, a minha mãe pode ter sido enganada! Eu posso ter um irmão perdido, que pode me doar medula caso eu tenha leucemia um dia, que nem a menina de  'Laços de Família'. Afinal, quem entende o que se passa em um ultrassom? Aquilo é coisa de doido.


Bem, o fato é que eu tinha ganho um boneco Chucky. Sim, Chucky, um boneco assassino. Aí você pensa: "que pessoa, em sã consciência, daria um boneco Chucky a uma menina de quatro anos?". Eu respondo: minha bisavó. Ela nunca teve sã consciência. E pra piorar, ainda me deu um palhaço de brinquedo. Sentiu? Palhaço! EU ODEIO PALHAÇOS. Parece que são psicopatas traficantes de órgãos disfarçados.


Ok, eu tinha o Chucky. A noite, eu olhava pro Chucky, o Chucky, olhava pra mim. Mamãe, grávida neurótica( Deus queira que, quando eu engravide, daqui a uns 15 anos, eu não enlouqueça), resolveu jogar o boneco fora. Ela achava que o boneco poderia nos matar. ( detalhe: a criança de quatro anos era eu, e não mamãe).





Ela pegou o boneco e colocou em cima do muro, junto com o lixo, para o lixeiro levar. Mas, ao fazer isso, sentiu um aperto no coração. E, ainda no quintal, antes de entrar em casa novamente, se arrependeu. Nesse exato momento ela olha pra trás e....  CADÊ O CHUCKY?





Sim, caros amigos, o Chucky havia sumido em um intervalo de segundos!! O lixo estava lá, mas o Chucky não. Mamãe se desesperou e saiu me arrastando para fora de casa. Ela achava que o Chucky ia querer vinganças pelo desprezo que sofreu e poderia querer meu corpo (lembram que no filme o boneco quer o corpo do garotinho? acho que pra mamãe o Chucky agora era transexual). Chegamos na casa da vizinha da frente, a Mara (que inclusive é mãe do Vinícius, do maravilhoso blog Macacoloko).


Mamãe estava desesperada. Ela realmente achava que íamos morrer. Mara nos levou para a sala da casa dela. E foi aí que ele apareceu. Sim, o Chucky estava lá, com aquele sorriso macabro dele, sentado na poltrona.


Eu juro que essa história é verdadeira. 



A empregada da vizinha viu minha mãe jogando o boneco fora e pegou ele pra ela. O lance é que ela viu EXATAMENTE na hora que mamãe se livrou dele. 

É claro que eu nem me importei de me livrar do boneco.


Quis fazer uma listinha de posts que gostaria que visitassem - caso não tenham visto:

- Não tenha medo! - 03/10/09, sobre orgulho. Eu havia acabado de abandonar o estágio na Fiocruz. Eu não queria desistir. Mas vi o que era melhor. E não me arrependo.

- Nina e Caio, um conto que escrevi.
Partes> I, II, III, IV, V e VI


- Raio-X, 22/01/2010. O lance é que depois desse post eu acabei tendo garganta inflamada umas cinco vezes só esse ano. Acho que dá pra colecionar receitas e vidro de amoxcilina.


- Geração 1990, pra quem é da minha época.


Bem, vou parar, preciso dormir.


beijos, fiquem com papai do céu

22 de agosto de 2010

...

Olá pessoinhas! Tô sumida, né? Mas é que estive em semana de provas (como minha escola é trimestral, as provas ocorrem na 2ª semana de agosto) e essa semana eu estava tão... desligada. Tipo assim, é como se estivessem apertado um off no meu cérebro. E eu só fiquei desligada assim duas outras vezes na vida( e não, não vou contar agora, talvez daqui a uns vinte anos eu conte, hoje definitivamente não. Mas fiquem tranquilos, não tem nada a ver com sexo, drogas ou atividades criminosas.). O lance é que estou tentando ficar ligada.

Outra coisa estranha que tem acontecido comigo. Sono. Sim, eu sempre, disse SEMPRE  fui elétrica. Que diga o pessoal que viajou comigo para a final da 1ª ONHB, em Campinas. Foram 72 horas a 220V.
Eu, habitualmente, dormia cerca de seis horas por noite no ano passado. Esse ano, não sei porque, tenho dormido, tipo, umas nove horas por noite. E, nós últimos tempos tenho dormido até durante a tarde! Isso mesmo, eu, que NUNCA consegui dormir à tarde na vida, pois sempre me dava dores de cabeça horríveis, estou apagando durante umas três horas por tarde, sem comprometer as onze horas de sono da noite. E ler? Ano passado, eu li mais de 70 livros, e esse ano acho que não vou chegar a 30! O que está acontecendo comigo? Quero dizer, eu caminho cerca de uma hora por dia, me alimento razoavelmente bem - pelo menos eu acho, e estou até evitando Coca-Cola depois que eu fiz um trabalho sobre cocaína.

Bem, mudando completamente de assunto. Essa semana o pessoal da minha escola fez uma visita à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), para o Projeto Conhecendo a UFRJ, com 52 palestras e estandes apresentando melhor os cursos que a Universidade oferece. Durante a visita, teríamos tempo de assistir até sete palestras. A maioria do pessoal assistiu de duas a cinco palestras, usando o restante do tempo pra conhecer o campus e visitar os estandes. ( Meu, o nome não devia ser Cidade Universitária e sim País Universitário. AQUILO. É. MUITO. GRANDE. MESMO.). Entretanto, eu e Mylena, que queremos fazer Medicina, preenchemos todo o nosso horário com sete palestras.

10: 00 às 10:40 - Odontologia

Meu, Odontologia é MUITO LEGAL. Sabe, eu posso fazer que nem uns dentistas que vão pro Acre, segundo uma reportagem do Globo Repórter, ou trabalhar na Polícia Federal fazendo perícia. O trabalho do dentista não é apenas mexer na boca e fazer uma obturação. é muito mais complexo. É trazer às pessoas a oportunidade de sorrir novamente, de fazê-las voltar à sociedade. Algumas coisas como a oportunidade de fazer estágio já no 5º período e o curso ter duração de 4 anos, me interessaram muito. Estou pensando seriamente em fazer Odonto. Só não deixem meu pai saber disso.

10:50 às 11:30 - Física Médica

Meu, tem que ser MUITO, eu disse, MUITO NERD pra fazer uma coisa dessas. O trabalho envolve usar conhecimentos como a radiação, por exemplo, são usados em tratamentos médicos, como a radioterapia. É um mercado em expansão e não existem profissionais suficientes no mercado. Eu não faria, mas pra quem gosta deve ser legal.

11:40 às 12:20 - Saúde Coletiva

Parece ser muito legal. Praticamente todo mundo que faz isso queria Medicina e não passou, passou pra Saúde Coletiva como segunda ou terceira opção. Mas o lance é que, aparentemente, quem começa esse curso gosta pra caramba. Ao chegar ao fim a pessoa se forma em sanitarista e pode trabalhar em Vigilância Sanitária, Vigilância em Saúde ou em Secretarias e Ministério da Saúdde, elaborando políticas para melhorar a saúde da população. Entretando, eu não sei se faria, já que política me estressa muito. MUITO MESMO. Além disso, a grade curricular do curso envolve muito as ciências humanas, que não são meu forte, já que acho tudo tão abstrato.

12:20 às 13:30 - almoço. Eu não faço fotossíntese.

13:30 às 14:10 - Psicologia

Esse foi uma horário muito disputado pra mim. No mesmo horário teriam palestras Psicologia e Enfermagem. Acabei, depois de muita dúvida indo para a Psicologia. É muito legal, mas eu acho que teria dificuldades pelo fato de envolver muita filosofia. Entretanto, se eu clinicasse, ouviria muitas histórias por dia, e eu amo ouvir histórias. Talvez fosse prejudicial. Eu ia querer acompanhar meus pacientes como se cada um deles fosse um seriado.

14:20 às 15:00 - Nutrição

Gente, descobri uma coisa, eu não preciso ser magra pra ser nutricionista! É isso mesmo! Tipo assim, mesmo que as pessoas me dissessem isso, eu ficava meio em dúvida, pois sempre achei que pegava mal se uma pessoa manequim 42 ( chegando a 44 depois das férias =/) fosse nutricionista. Mas a palestrante era gordinha e ninguém ( muito menos eu ) viu nenhum problema nisso. Nutrição é legal Aprendi também a diferença entre nutricionista e nutrólogo. Nutricionista é o cara formado em nutrição e nutrólogo é o médico que se especializa nisso. Enquanto o nutrólogo faz diagnósticos o nutricionista prescreve dietas. É claro que o nutricionista não trabalha só em consultórios. Trabalha em hospitais, creches, programas de saúde, vigilência sanitária, indústria alimentícia..

15:10 às 15:50 - Ciências biológicas - Microbiologia e Imunologia

Eu, particularmente, não gostei muito. é um trabalho muito ligado a laboratório e eu aprendi, depois de um ano de estágio no Vigileish ( Laboratório de Vigilência em Leishmanioses ) que trabalhar nisso é um saco. Primeiro, porque você vê as mesmas pessoas todos os dias. Sem variar. Segundo, porque você faz a mesma coisa todos os dias. é como se você ficasse 30 anos indo pra escola estudar com a mesma turma e aprender a mesma matéria. Cadê a ação, cadê?

16:00 às 16:40 - Medicina

Cara, ser médico é lindo, né? E meu, choveram perguntas pro palestrante. Acho que se a organização não chutasse a gente do auditório por termos excedido o horário o médico e todos os estudantes teriam ficado lá por dias. O enfoque principal foi que os médicos devem ser mais humanos, saber conversar com os pacientes. O legal é que o cara falou sobre Medicina do mesmo jeito que eu penso.


Depois de tudo isso, a gente só fica mais e mais a fim de querer conhecer todas as carreiras, foi uma experiência ótima. Odontologia mexeu comigo de tal forma, que eu estou pensando em largar tudo e tentar Odonto, onde minhas chances de passar são bem maiores que em Medicina. E agora, gente?

beijos, =D

P.S.: Antes que alguém diga que ser dentista é nojento eu aviso logo: qual o problema de colocar a minha mão, protegida por luva, na boca de outra pessoa, se as pessoas vivem trocando saliva em beijos desentupidores de pia? Fala sério!

P.S. 2: Vinícius, pelo amor de Deus, pára de ficar gritando no meio da aula "O que Luma pensa?" de palhaçada. Eu estou pensando seriamente em levar as idéias de Ana Carol a sério e criar uma enquete bolando a melhor maneira de te matar. Eu ainda tenho 17 anos, em pouco tempo estaria livre. Da cadeia e de você, ;T

31 de julho de 2010

Vida

Anteontem eu estava sentada no ônibus, quando uma mulher sentou ao meu lado. Ela estava lendo um panfleto sobre o aborto, e porque isso é um crime ( algo que concordo). É por isso que hoje eu senti vontade de vir aqui escrever sobre isso.

Antes de qualquer outra coisa, quero dizer que o que forma a minha opinião não são argumentos religiosos, antiquados. Eu não sou aquela "defensora do tradicional" com tudo. Pelo contrário, eu procuro entender um monte de situações pelos balanços felicidade - sofrimento - preservação da vida. Sim, porque eu acho que a vida deve sim ser preservada, SEMPRE.
  ( Aproveitando, deixo publicado: se eu estiver em estado vegetativo daqui a 50 anos, não me matem por eutanásia, não quero morrer à míngua. Se eu morrer de morte cerebral, podem doar todos os meus órgãos. Talvez podem até doar meu corpo pra pesquisas, embaixo da terra ele não terá nenhuma utilidade.)


Todos os anos, cerca de 50 milhões de abortos são feitos no mundo. Particularmente, eu acho que esse número é bem maior, pois em países onde essa prática é proibida os números são bem defasados.

Antigamente, as práticas abortivas eram muito perigosas ( e ainda são). Por isso, em muitas culuras, era comum o "infantício". Isto é, a mulher descobria que estava grávida, mas sabia que, se tentasse abortar, corria o risco de morrer também. Esperava-se então a criança nascer e matavam o recém-nascido. (quando, no século XVI, europeus chegaram ao Japão, ficaram espantados com a frequência dessa prática na sociedade japonesa). No século XIX, com a descoberta de como ocorria a concepção ( a junção de óvulo e espermatozóide e o desenvolvimento do embrião no útero materno), os médicos começaram uma campanha para evitar o aborto. Suas frases eram "a vida humana começa na concepção" e "adoção ao invés de aborto". A partir daí que o aborto passou a ser proibido em quase todo o mundo.

No século XX que o aborto começou a ser permitido em alguns países. Hitler, por exemplo, permitia o aborto. O porquê? Bem, na Alemanha nazista, havia práticas de extermínio que visava a exaltação da raça ariana em detrimento das outras. Mulheres arianas que tinham muitos filhos da "raça pura" eram premiadas enquanto para a população não-ariana era estimulado o uso de práticas abortivas.

A maioria dos abortos são feitos nos primeiros três meses de gestação. Observe como está o desenvolvimento embrionário nas primeiras 16 semanas:


Semana 0 
A concepção é o momento no qual o esperma penetra no óvulo. Uma vez fertilizado denomina-se zigoto, até que alcance o útero 3-4 dias mais tarde.
Semana 2
O embrião pode flutuar livremente no útero por 48 horas, antes da implantação. Após a implantação, ligações complexas entre a 
mãe e o embrião desenvolvem-se para formar a placenta.
Semana 4
O embrião tem 4-6 mm de comprimento. Um coração primitivo começa a bater. Cabeça, boca, fígado e intestinos começam a tomar forma.
Semana 8
O embrião tem agora cerca de 25 mm de comprimento. Traços faciais, membros, mãos, pés, dedos e unhas tornam-se aparentes. O sistema nervoso está receptivo e muitos dos órgãos internos começam a funcionar.
Semana 12
O feto tem agora 5-8 cm de comprimento e pesa quase uma onça (28,35 gramas) – 10-45g. Os músculos começam a desenvolver-se e os órgãos sexuais a formar-se. Começam também a formar-se as pálpebras, as unhas das mãos e as unhas dos pés.
Podem ser observados movimentos espontâneos da criança.
Semana 16
O feto tem agora cerca de 9-14 cm de comprimento. A criança pestaneja, agarra e move a sua boca. O cabelo cresce na cabeça e o pêlo no corpo.

Os principais métodos de aborto são feitos a partir de envenenamento do feto por substâncias químicas ou então em clínicas onde procedimentos "despedaçam" o feto ainda "vivo", cortando e arrancando partes de seu corpinho.
Fico me perguntando em como existe quem consegue fazer algo assim, é um assassinato. Como matar um ser que está dentro da mãe, querendo crescer, querendo nascer, só pedindo uma chance para viver? E a mãe, que é tudo com quem essa futura criança pode contar nesse momento, vai lá e o liquida friamente. Bem, sabemos que isso é muito comum. Dados revelam que, pelo menos 1 em cada 5 mulheres já fez algum aborto.
Acho um absurdo em mundo onde existem tantos métodos contraceptivos, as pessoas chegarem a esse ponto. E acho que, uma vez ocorrida a concepção, que a mãe entregue o bebê para a adoção após nascido, que nem a menina de Juno.

beijos,

P.S.: acho que uma exceção para o aborto é quando a própria vida da mãe está em risco. Afinal, antes só o feto morrer do que mãe e filho.
Fontes: (vocês não acharam que eu sabia essas informações todas de cor, né?)

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3769&ReturnCatID=763

http://vida.aaldeia.net/

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22 de julho de 2010

Seria eu uma paranormal? Nãããããão..

Hoje, pela quinta noite consecutiva, tive problemas com pesadelos. Quero dizer, será que nem de férias ( se bem que eu não sei se vestibulanda que continua estudando pode chamar isso de férias) eu tenho paz. Acontece que meus sonhos são muito, eu disse MUITO sem noção.

Na maioria das vezes eu nem estou no sonho, é como se eu estivesse assistindo a um filme, sei lá, e o filme é o sonho. Pra vocês terem idéia, essa noite, depois de sonhar que eu não passava no vestibular porque não sei nada de histologia, eu sonhei um "filme" muito doido. Nele, uma família composta de pai, mãe, avó(ou era avô) e dois filhos ( dois meninos, sendo um bebê) iam acampar num lugar meio estranho. Tipo uma planície americana. A cabana deles era estranhona, tipo uma oca indígena da América do Norte.


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Só que tinham uns índios morando naquele lugar. Esses índios achavam que essa família era enviada por um deus macabro e resolveu exterminá-la. Um dos índios era "bonzinho" e veio correndo avisá-los. Só que só conseguiu avisar à mãe, que estava com o bebê, a tempo. A mãe tentava salvar o restante da família, mas não  conseguia. Ela tinha que escolher entre morrerem todos juntos, ou fugir com o bebê. Esse índio, que imediatamente se apaixonou pela mulher, aconselhou que ela fugisse. Então, no final, a mulher, o bebê e o índio atravessavam planícies, pontes e florestas fugindo. Aí eu acordei. Bem, o lance é que eu normalmente consigo voltar para o mesmo sonho quando acordo e volto a dormir. Mas dessa vez eu forcei a barra pra ficar acordada. Chega de sonhos loucos. Pelo menos por hoje.

Se alguém que está lendo isso é guru, curioso, intrometido, paranormal, sei lá, e puder me falar o que esse sonho significa, eu agradeço pra caramba. Ah, sim, e antes que alguém pense, nos últimos dias eu não ouvi nenhuma história, ou li, ou vi filme sobre famílias que acampam, planícies norte-americanas e índios. Sério mesmo.


beijos, fui    = *