28 de novembro de 2010

Cada pessoa tem um sonho para quando fizer 18 anos. Alguns pensam em ir a uma boate com entrada só para maiores, outros sonham em dirigir. Mas eu, como típica criatura anormal, sonhava outra coisa. Sim, doar sangue.

O fato é que desde que eu soube que sangue era algo "doável", em algum momento remoto de minha infância, eu quis doar. Acho que é muito importante. Afinal, quantas pessoas não estão precisando dele todos os dias?

Pois então que, após completar 18 anos dia 21, eu fui ontem no Hemonit (no Hospital Universitário Antonio Pedro). E, é claro, praticamente obriguei a minha mãe a ir comigo. No começo ela não quis ir, ficou dizendo que não suporta agulha etc. Mas aí foi só eu comentar como receber sangue ajudou a vovó quando ela esteve doente, que mamãe acabou indo comigo.

Cheguei lá no hospital, preenchi meu cadastro. Gente, é incrível como eu me senti santa, pura e incrivelmente saudável ao preencher aquele formulário. Usa drogas? Não. Tem AIDS, sífilis, gonorréia, hepatite? Não. Quantos parceiros sexuais? Nenhum. Faz programa? NÃO!

Depois fui pra triagem, uma rápida entrevista e ganhei uma camiseta com a frase: "Dou meu sangue por você". Pois é, literalmente. É importante frisar algo pra vocês. Não dói. É sério. Embora ao olhar para a agulha (que é diferente da dos exames de sangue) você já sentir dor, na hora em que fura sua veia, não dói. Quero dizer, você sente uma picadinha, mas é de leve, rápido, e vale super a pena.
Só é meio estranho quando você vê quase meio litro de sangue( tipo, seu sangue, que você nutriu com muito arroz e feijão) sair de você. Depois, sabe o tal lanchinho feito no final? Pois é, sente o "lanchinho":
- um pão frânces com queijo e presunto
- um suco em caixinha
- um pacote pequeno de torrada integral Bauducco
- um pacote pequeno com biscoito salgado(aqueles que parecem palitinho) Bauducco
- uma maçã
- uma banana
- um bombom Garoto.

Ou seja, eles se esforçam para que você nunca fique abaixo dos 50 kg e deixe de doar, só pode.

Entretanto, eu fiz uma burrada. Tipo, sabe pessoas bem jegues? Foi o que eu fui. Porque depois de disponibilizar o meu lindo líquido vermelhinho cheio de hemoglobina( que devia estar ligado a H+ já que era uma veia das que transportam sangue venoso - viu, tô estudando biologia rapá!) eu inventei de ir ho hospital ao centro de Niterói a pé. Num sol quente. Vestindo a blusa quente demais Dou meu sangue por você.

Não podia ser diferente. Quando mamãe parou numa farmácia, comecei a ver tudo embaçado e a ouvir zumbidos e a ficar tonta. Imbecil que eu sou. Com 400ml de sangue a menos e andando por aí no sol quente ao meio-dia. Burra. Muito burra.

O pessoal da farmácia deve ter achado que éramos, sei lá, golpistas. Quero dizer, uma mulher de 39 anos e a filha de 18 entram numa farmácia com blusa Dou meu sangue por você e começam a passar mal? Só pode ter algo de errado. Mas fiquem tranquilos. Eu sentei, coloquei a cabeça entre os joelhos e tudo voltou ao normal. Ou seja, doar sangue não faz mal, o que faz mal é ser energúmena o suficiente para forçar a barra depois.

Por isso eu quero fazer um pedido a vocês. Doem sangue. Mesmo. É muito importante. Tem muita gente precisando e poucos ajudando. Você, entre 18 e 65 anos, com boa saúde e mais de 50kg, pode ajudar a salvar vidas em um gesto que dura menos de meia hora.

Também perguntei a mulher no Hemonit sobre a doação de medula. Ela me disse que isso é só no Rio que dá pra se cadastrar. Eu fiquei até meio desestimulada. Só o povo de Niterói e São Gonçalo reconhece a preguiça que dá de atravessar a Ponte.

Entretanto, quando eu estava voltando pra casa, vi um menininha do terminal rodoviário que parecia estar fazendo quimioterapia, pois estava com algumas bandagens(é assim que se fala?) no corpo, não tinha cabelos  ou sobrancelha. Aquela menina e muitas outras crianças podem estar precisando de um doador compatível. Você, que está lendo isso aqui pode ser compatível, e pode salvar a vida dela e de outras pessoas. Então, por que está perdendo tempo? Eu senti a presença daquela menina como um sinal e vou no Hemorio ou no INCA o mais breve possível.

beijos, fiquem com papai do céu =)

22 de novembro de 2010

Estou passando pelo período da minha vida que esperei por muitos anos. Estou passando por um momento melancólico.

Sempre esperei por essa época. Pelo fim desse novembro. Pelo início desse dezembro. Aguardei. Imaginei. Sonhei. É a época em que faço as três coisas que mais esperei, que mais desejei, e olha que irônico, mais temi.
Terminei o Ensino Médio na semana passada, fiz 18 anos ontem e estou gastando todos os meus fins de semana  prestando algum vestibular. Estou sem rumo. Acabou. Acabaram-se as certezas, a rotina garantida. Eu sabia que ia acabar. Eu sabia que um dia eu não ia mais ter que acordar pra colocar o uniforme e ir pra escola. E esse dia chegou. Eu sabia que um dia eu acordaria adulta. E esse dia chegou. Desculpe-me, mas é horrível. É incrivelmente horrível. Sempre fui mais independente que as outras meninas da minha idade e sempre fui mais, como dizer, "autônoma". Sempre fui uma menina que pensa como uma adulta, ou quem, sabe, uma avó, como disse Jéssica outro dia. Sim, uma avó, que é mais madura que uma mãe.

Mas agora aconteceu. Hoje eu acordei sendo adulta. Eu me olhei no espelho. Vi que agora minhas sobrancelhas são desenhadas e não mais naturais. Vi que meu cabelo estava escovado e não cacheado ou cheio de tranças. Vi que um machucadinho na testa, fruto de um cravo que inconscientemente tentei tirar de modo assassino, estava cicatrizando. Como as pessoas conseguem sobreviver no pós 18? 18. 18. Quando eu penso em "dezoito", uma dor profunda toma conta de mim. Eu quero voltar pra infância, pra escola, pro meu uniforme, minha mochila. Quero voltar a pedir para minha mãe assinar autorizações.

Como as pessoas comemoram os dezoito anos? Eu não consigo. Ontem parecia um dia frio pra mim, um dia frio como aqueles entre a briga e a reconciliação em uma comédia romântica. Horrível. Sei que terei de aprender a lidar com isso. Só não sei como.

E a escola? Quantas saudades vou sentir! Um ensino fundamental intenso. Nada de importante acontecia, mas eu me importava. É estranho, pois dizem que as crianças não têm problemas. Só Deus sabe o quanto fiquei nervosa por coisas bobas, como quando uma amiguinha da segunda série disse que meu colar era brega. Ou então quando eu fui parar na direção por querer fazer justiça. Sempre me preocupando com os outros. Com o que os outros sentiam, faziam, achavam de mim. Não liguei pra mim. Apaguei-me.

Pois só na oitava série, prestes a completar 15 anos, que passei a ver que a Luma existia. Que a Luma tinha que se preocupar com ela também, que a Luma tinha que passar a se olhar no espelho. Olhar no espelho. Quando criança, não me olhava no espelho. E, depois de um ano muito divertido, o ano onde mais cresci, tive de partir.
Partir para o Ensino Médio. Ensino Médio. Ensino Médio.

O Ensino Médio que conheci é completamente diferente do que imaginava. Meu Ensino Médio não foi o sonhado, não foi o desejado, não foi o temido. Meu Ensino Médio não foi simplesmtente o inesperado. Ele foi lindo. Lindo, a única definição que encontrei. Não fui um estereótipo de filme. Não fui popular. Não fui odiada (eu espero). Fui simplesmente feliz.

Minha escola não é como a de Malhação, como a de Meninas Malvadas. Não é como as novelas onde meninas ficam grávidas o tempo todo, ou onde as líderes de torcida saem com atletas e eles dominam o mundo. Definitivamente não é. Afinal, minha escola é o Colégio Pedro II. Mais que CPII, minha escola é CPII-Niterói.

O CPII tem 172 anos e foi fundada em homenagem ao futuro imperador Pedro II. Funcionou como referência de ensino no país, quando não existia Ministério da Educação, teve alunos famosos, como Álvares de Azevedo, Fernanda Montenegro, Fátima Bernardes, Lima Barreto, Oswaldo Cruz, Manuel Bandeira, Mário Lago; além dos presidentes da República Floriano Peixoto, Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Rodrigues Alves e Washington Luís. E, como nada é perfeito, Mr Catra.
Como professores contou com Aurélio (sim, o do dicionário), Joaquim Manuel de Macedo, Villa-Lobos, Euclides da Cunha, Gonçalves Dias(minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá...).

Há cinco anos o CPII implantou uma unidade em Niterói. E é lá que passei a maior parte do meu tempo nos últimos anos. O CPII funciona num ciep ( que, talvez quem não é do RJ não conheça, mas é um tipo de prédio pra lá de ruim), mas tem um ensino de muita qualidade, professores fantásticos, alunos maravilhosos. Formamos um time impressionante. Impressionante de bom.

Apesar de tudo, o CPII é uma instituição pública, que como outras, sofre por culpa do "sistema". Mas vocês acham que a gente liga? Os alunos só ganharam merenda escolar há dois meses, depois de cinco anos pedindo muito. Entretanto, driblamos ao máximo os problemas. Nossos professores são workaholics, dando um monte de aulas extras sem ganhar mais por isso, são amigos, conversando com a gente. Que o diga Claudinha, professora de Biologia, de quem roubei um monte de recreios para que tirasse minhas dúvidas de questões de vestibular.
Com esse esforço, alcançamos, com a primeira turma de formandos, em 2008, o 7º lugar do munícípio no ENEM e, em 2009, com a segunda turma, a 4ª posição. Resta saber o que nós, turma de 2010, conseguiremos.

O CPII também abriga tudo quanto é tipo de aluno. Da mais patricinha a mais desarrumada, do filhinho de papai da zona sul ao filho de empregada doméstica que mora na periferia. E aqui, todo mundo é igual. Ninguém liga sobre qual a marca do seu tênis, já que só pode usar tênis totalmente preto, e quase todo mundo tem tênis da mesma marca (OLK colegial preto). Ninguém liga se você viajou nas últimas férias, se você vai naquele show cuja entrada custa 200 reais ou se você vai ficar em casa porque tá sem grana. Claro que nem todos são assim. Mas a maioria é. É claro que quem tem mais dinheiro acaba se enturmando com outro que tem, já que têm o mesmo padrão de vida, do mesmo jeito que acontece com os mais pobres. Mas nada que "rache" a escola.

Agora, o CPII, mais que isso tudo, tem carinho. Ao entrar na instituição, você já é recebido pelos cachorrinhos que a escola acabou adotando, e que todos nós tomamos conta. Você vai ver um gramadão verde, onde jovens de 17 anos brincam de pique pega. Sim, você leu certo. Jovens de 17 anos brincando de pique pega.
Você vai ver um prédio que, incrivelmente, parece estar sempre iluminando. É como se espíritos de luz o cercassem para garantir que todos ali sejam felizes. E são.





Simplesmente vou morrer de saudades.

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre,
sempre acaba"



p.s.: fotos roubadas dos perfis de alunos do cp2 nit no orkut, =D

8 de novembro de 2010

: )

É, eu sei, que não tenho dado atenção não apenas ao blog, como à toda a blogosfera e nem tenho tido tempo de visitar e comentar nos posts dos "coleguinhas" de hobby. Mas eu prometo que, quando essa agonia de vestibular acabar, minha vida será menos turbulenta.

E por falar em vestibular, o que foi esse fim de semana de ENEM? Bem, eu não tenho opinião alguma sobre os erros ( só que isso é muito chato, mas errar é humano, repetir nos erros é desordem), só sei que eu não pretendo passar por outra maratona dessa amplitude nem tão cedo. Quero dizer, no primeiro dia eu fui relativamente bem, mas ontem... Minha cabeça doía sem parar, intensamente. Eu fiquei com sono, minha vista estava embaçada. Resultado: ao contrário da maioria das pessoas eu fui bem melhor no sábado. Agora é estudar pros outros vestibulares para compensar a frustração de ontem.

Mudando de assunto....

Eu não lembro de falei aqui, mas no ano passado eu fiquei entre os finalistas do Concurso Municipal de Contos de Niterói.. E, olhem que lindo, eu fui publicada! A cerimônia de premiação foi na quinta passada, e eu vi meu nomezinho no livro. Não é fofo? Bem, vocês também podem conferir a matéria do O Globo, onde, tcharam: eu saí!
http://oglobo.globo.com/rio/bairros/posts/2010/11/06/niteroi-premia-amantes-da-literatura-338463.asp
O Concurso desse ano está aberto até 30 de novembro. Participem, é super legal.

Mudando de assunto de novo...

Gente, o que é o mundo de óculos? Quero dizer, o que é enxergar a lousa de óculos? Parece que a minha visão está em high definition, rs. Apesar do grau pequeno, a diferença é gritante. Mas eu ainda estou me adaptando e, como os óculos dão dor de cabeça, evito usá-lo (além de que ninguém merece eu de óculos). De qualquer forma, já dá pra tirar uma onda de intelectual. ou seja, todo mundo fala agora: "que cara de nerd, hein?". Valeu.

E outro assunto ainda...

Essa semana eu farei as últimas provas finais da escola. Que aperto no peito, que tristeza! Foram três anos de Ensino Médio que mudaram aquela garotinha prepotente de 15 anos e a transformaram numa desesperada de quase 18. ( nem acredito que daqui a treze dias serei oficialmente adulta).
E, adivinhem só. Consegui, na última avaliação, realizar meu sonho. Transformar a minha turma nos personagens de Grease - nos Tempos da Brilhantina (na minha opinião o melhor filme de todos os tempos) e fazê-los Dançar Summer Nights! Gente, foi um trabalho árduo. Primeiro, convencer o professor de espanhol a substituir o trabalho trimestral pelo musical(pois só aí todos concordariam), depois pesquisar as coreografias do teatro e do filme para montar a nossa coreografia, além de treinar e ensaiar a turma inteira. Claro que não fiz isso sozinha. Tive ajuda de Ana Carol, Paulinha, Vivi... enfim, da 1303. Cara, vocês realizaram o meio sonho cantando e dançando Noches de Verano, a versão em espanhol. A música agora não sai de nossas cabeças. Os meninos, depois de reclamaram, acabaram se divertindo muito e criando a própria coreografia, que surpreendeu a todo mundo. É, acho que Danny Zuko e os Thunder Birds nunca mais serão os mesmos. Eu quase chorei de tanta emoção em ver que aquilo, que eu imaginei ser impossível, se concretizando!!



Thunder Birds

Pink Ladies




Eu só não ponho o vídeo na internet porque Guilherme me ameaçou de morte caso o fizesse. E, mesmo que ele não seja assassino(não que eu saiba), eu preciso da minha vida para no futuro salvar outras e assim permitir a propagação da humanidade.


besitos =*

P.S.: depois do desastre do fim de semana torçam por mim, para que minha redação seja corrigida por alguém que ame aquele texto porcaria. Lembre-se, eu posso ser a médica que vai te salvar de sei lá, um aneurisma ou um câncer no futuro. Eu sei que é triste, mas é a realidade.

P.S. 2: torçam por mim no domingo dia 14, dia da primeira fase da UFF.

P.S. 3: torçam por mim na segunda dia 15, primeiro dia da 2ª fase da UFRJ

P.S. 4: torçam por mim no dia 21, pois, além de meu aniversário de 18 anos, é o 2º dia da 2ª fase da UFRJ

P.S.5: torçam por mim em 5 de dezembro, dia da segunda fase da UERJ

P.S 6 : torçam para que eu aprenda a usar esse óculos sem sentir tanta dor de cabeça.

P.S 7: não torçam por um mundo melhor, façam-o.

28 de novembro de 2010

Cada pessoa tem um sonho para quando fizer 18 anos. Alguns pensam em ir a uma boate com entrada só para maiores, outros sonham em dirigir. Mas eu, como típica criatura anormal, sonhava outra coisa. Sim, doar sangue.

O fato é que desde que eu soube que sangue era algo "doável", em algum momento remoto de minha infância, eu quis doar. Acho que é muito importante. Afinal, quantas pessoas não estão precisando dele todos os dias?

Pois então que, após completar 18 anos dia 21, eu fui ontem no Hemonit (no Hospital Universitário Antonio Pedro). E, é claro, praticamente obriguei a minha mãe a ir comigo. No começo ela não quis ir, ficou dizendo que não suporta agulha etc. Mas aí foi só eu comentar como receber sangue ajudou a vovó quando ela esteve doente, que mamãe acabou indo comigo.

Cheguei lá no hospital, preenchi meu cadastro. Gente, é incrível como eu me senti santa, pura e incrivelmente saudável ao preencher aquele formulário. Usa drogas? Não. Tem AIDS, sífilis, gonorréia, hepatite? Não. Quantos parceiros sexuais? Nenhum. Faz programa? NÃO!

Depois fui pra triagem, uma rápida entrevista e ganhei uma camiseta com a frase: "Dou meu sangue por você". Pois é, literalmente. É importante frisar algo pra vocês. Não dói. É sério. Embora ao olhar para a agulha (que é diferente da dos exames de sangue) você já sentir dor, na hora em que fura sua veia, não dói. Quero dizer, você sente uma picadinha, mas é de leve, rápido, e vale super a pena.
Só é meio estranho quando você vê quase meio litro de sangue( tipo, seu sangue, que você nutriu com muito arroz e feijão) sair de você. Depois, sabe o tal lanchinho feito no final? Pois é, sente o "lanchinho":
- um pão frânces com queijo e presunto
- um suco em caixinha
- um pacote pequeno de torrada integral Bauducco
- um pacote pequeno com biscoito salgado(aqueles que parecem palitinho) Bauducco
- uma maçã
- uma banana
- um bombom Garoto.

Ou seja, eles se esforçam para que você nunca fique abaixo dos 50 kg e deixe de doar, só pode.

Entretanto, eu fiz uma burrada. Tipo, sabe pessoas bem jegues? Foi o que eu fui. Porque depois de disponibilizar o meu lindo líquido vermelhinho cheio de hemoglobina( que devia estar ligado a H+ já que era uma veia das que transportam sangue venoso - viu, tô estudando biologia rapá!) eu inventei de ir ho hospital ao centro de Niterói a pé. Num sol quente. Vestindo a blusa quente demais Dou meu sangue por você.

Não podia ser diferente. Quando mamãe parou numa farmácia, comecei a ver tudo embaçado e a ouvir zumbidos e a ficar tonta. Imbecil que eu sou. Com 400ml de sangue a menos e andando por aí no sol quente ao meio-dia. Burra. Muito burra.

O pessoal da farmácia deve ter achado que éramos, sei lá, golpistas. Quero dizer, uma mulher de 39 anos e a filha de 18 entram numa farmácia com blusa Dou meu sangue por você e começam a passar mal? Só pode ter algo de errado. Mas fiquem tranquilos. Eu sentei, coloquei a cabeça entre os joelhos e tudo voltou ao normal. Ou seja, doar sangue não faz mal, o que faz mal é ser energúmena o suficiente para forçar a barra depois.

Por isso eu quero fazer um pedido a vocês. Doem sangue. Mesmo. É muito importante. Tem muita gente precisando e poucos ajudando. Você, entre 18 e 65 anos, com boa saúde e mais de 50kg, pode ajudar a salvar vidas em um gesto que dura menos de meia hora.

Também perguntei a mulher no Hemonit sobre a doação de medula. Ela me disse que isso é só no Rio que dá pra se cadastrar. Eu fiquei até meio desestimulada. Só o povo de Niterói e São Gonçalo reconhece a preguiça que dá de atravessar a Ponte.

Entretanto, quando eu estava voltando pra casa, vi um menininha do terminal rodoviário que parecia estar fazendo quimioterapia, pois estava com algumas bandagens(é assim que se fala?) no corpo, não tinha cabelos  ou sobrancelha. Aquela menina e muitas outras crianças podem estar precisando de um doador compatível. Você, que está lendo isso aqui pode ser compatível, e pode salvar a vida dela e de outras pessoas. Então, por que está perdendo tempo? Eu senti a presença daquela menina como um sinal e vou no Hemorio ou no INCA o mais breve possível.

beijos, fiquem com papai do céu =)

22 de novembro de 2010

Estou passando pelo período da minha vida que esperei por muitos anos. Estou passando por um momento melancólico.

Sempre esperei por essa época. Pelo fim desse novembro. Pelo início desse dezembro. Aguardei. Imaginei. Sonhei. É a época em que faço as três coisas que mais esperei, que mais desejei, e olha que irônico, mais temi.
Terminei o Ensino Médio na semana passada, fiz 18 anos ontem e estou gastando todos os meus fins de semana  prestando algum vestibular. Estou sem rumo. Acabou. Acabaram-se as certezas, a rotina garantida. Eu sabia que ia acabar. Eu sabia que um dia eu não ia mais ter que acordar pra colocar o uniforme e ir pra escola. E esse dia chegou. Eu sabia que um dia eu acordaria adulta. E esse dia chegou. Desculpe-me, mas é horrível. É incrivelmente horrível. Sempre fui mais independente que as outras meninas da minha idade e sempre fui mais, como dizer, "autônoma". Sempre fui uma menina que pensa como uma adulta, ou quem, sabe, uma avó, como disse Jéssica outro dia. Sim, uma avó, que é mais madura que uma mãe.

Mas agora aconteceu. Hoje eu acordei sendo adulta. Eu me olhei no espelho. Vi que agora minhas sobrancelhas são desenhadas e não mais naturais. Vi que meu cabelo estava escovado e não cacheado ou cheio de tranças. Vi que um machucadinho na testa, fruto de um cravo que inconscientemente tentei tirar de modo assassino, estava cicatrizando. Como as pessoas conseguem sobreviver no pós 18? 18. 18. Quando eu penso em "dezoito", uma dor profunda toma conta de mim. Eu quero voltar pra infância, pra escola, pro meu uniforme, minha mochila. Quero voltar a pedir para minha mãe assinar autorizações.

Como as pessoas comemoram os dezoito anos? Eu não consigo. Ontem parecia um dia frio pra mim, um dia frio como aqueles entre a briga e a reconciliação em uma comédia romântica. Horrível. Sei que terei de aprender a lidar com isso. Só não sei como.

E a escola? Quantas saudades vou sentir! Um ensino fundamental intenso. Nada de importante acontecia, mas eu me importava. É estranho, pois dizem que as crianças não têm problemas. Só Deus sabe o quanto fiquei nervosa por coisas bobas, como quando uma amiguinha da segunda série disse que meu colar era brega. Ou então quando eu fui parar na direção por querer fazer justiça. Sempre me preocupando com os outros. Com o que os outros sentiam, faziam, achavam de mim. Não liguei pra mim. Apaguei-me.

Pois só na oitava série, prestes a completar 15 anos, que passei a ver que a Luma existia. Que a Luma tinha que se preocupar com ela também, que a Luma tinha que passar a se olhar no espelho. Olhar no espelho. Quando criança, não me olhava no espelho. E, depois de um ano muito divertido, o ano onde mais cresci, tive de partir.
Partir para o Ensino Médio. Ensino Médio. Ensino Médio.

O Ensino Médio que conheci é completamente diferente do que imaginava. Meu Ensino Médio não foi o sonhado, não foi o desejado, não foi o temido. Meu Ensino Médio não foi simplesmtente o inesperado. Ele foi lindo. Lindo, a única definição que encontrei. Não fui um estereótipo de filme. Não fui popular. Não fui odiada (eu espero). Fui simplesmente feliz.

Minha escola não é como a de Malhação, como a de Meninas Malvadas. Não é como as novelas onde meninas ficam grávidas o tempo todo, ou onde as líderes de torcida saem com atletas e eles dominam o mundo. Definitivamente não é. Afinal, minha escola é o Colégio Pedro II. Mais que CPII, minha escola é CPII-Niterói.

O CPII tem 172 anos e foi fundada em homenagem ao futuro imperador Pedro II. Funcionou como referência de ensino no país, quando não existia Ministério da Educação, teve alunos famosos, como Álvares de Azevedo, Fernanda Montenegro, Fátima Bernardes, Lima Barreto, Oswaldo Cruz, Manuel Bandeira, Mário Lago; além dos presidentes da República Floriano Peixoto, Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Rodrigues Alves e Washington Luís. E, como nada é perfeito, Mr Catra.
Como professores contou com Aurélio (sim, o do dicionário), Joaquim Manuel de Macedo, Villa-Lobos, Euclides da Cunha, Gonçalves Dias(minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá...).

Há cinco anos o CPII implantou uma unidade em Niterói. E é lá que passei a maior parte do meu tempo nos últimos anos. O CPII funciona num ciep ( que, talvez quem não é do RJ não conheça, mas é um tipo de prédio pra lá de ruim), mas tem um ensino de muita qualidade, professores fantásticos, alunos maravilhosos. Formamos um time impressionante. Impressionante de bom.

Apesar de tudo, o CPII é uma instituição pública, que como outras, sofre por culpa do "sistema". Mas vocês acham que a gente liga? Os alunos só ganharam merenda escolar há dois meses, depois de cinco anos pedindo muito. Entretanto, driblamos ao máximo os problemas. Nossos professores são workaholics, dando um monte de aulas extras sem ganhar mais por isso, são amigos, conversando com a gente. Que o diga Claudinha, professora de Biologia, de quem roubei um monte de recreios para que tirasse minhas dúvidas de questões de vestibular.
Com esse esforço, alcançamos, com a primeira turma de formandos, em 2008, o 7º lugar do munícípio no ENEM e, em 2009, com a segunda turma, a 4ª posição. Resta saber o que nós, turma de 2010, conseguiremos.

O CPII também abriga tudo quanto é tipo de aluno. Da mais patricinha a mais desarrumada, do filhinho de papai da zona sul ao filho de empregada doméstica que mora na periferia. E aqui, todo mundo é igual. Ninguém liga sobre qual a marca do seu tênis, já que só pode usar tênis totalmente preto, e quase todo mundo tem tênis da mesma marca (OLK colegial preto). Ninguém liga se você viajou nas últimas férias, se você vai naquele show cuja entrada custa 200 reais ou se você vai ficar em casa porque tá sem grana. Claro que nem todos são assim. Mas a maioria é. É claro que quem tem mais dinheiro acaba se enturmando com outro que tem, já que têm o mesmo padrão de vida, do mesmo jeito que acontece com os mais pobres. Mas nada que "rache" a escola.

Agora, o CPII, mais que isso tudo, tem carinho. Ao entrar na instituição, você já é recebido pelos cachorrinhos que a escola acabou adotando, e que todos nós tomamos conta. Você vai ver um gramadão verde, onde jovens de 17 anos brincam de pique pega. Sim, você leu certo. Jovens de 17 anos brincando de pique pega.
Você vai ver um prédio que, incrivelmente, parece estar sempre iluminando. É como se espíritos de luz o cercassem para garantir que todos ali sejam felizes. E são.





Simplesmente vou morrer de saudades.

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre,
sempre acaba"



p.s.: fotos roubadas dos perfis de alunos do cp2 nit no orkut, =D

8 de novembro de 2010

: )

É, eu sei, que não tenho dado atenção não apenas ao blog, como à toda a blogosfera e nem tenho tido tempo de visitar e comentar nos posts dos "coleguinhas" de hobby. Mas eu prometo que, quando essa agonia de vestibular acabar, minha vida será menos turbulenta.

E por falar em vestibular, o que foi esse fim de semana de ENEM? Bem, eu não tenho opinião alguma sobre os erros ( só que isso é muito chato, mas errar é humano, repetir nos erros é desordem), só sei que eu não pretendo passar por outra maratona dessa amplitude nem tão cedo. Quero dizer, no primeiro dia eu fui relativamente bem, mas ontem... Minha cabeça doía sem parar, intensamente. Eu fiquei com sono, minha vista estava embaçada. Resultado: ao contrário da maioria das pessoas eu fui bem melhor no sábado. Agora é estudar pros outros vestibulares para compensar a frustração de ontem.

Mudando de assunto....

Eu não lembro de falei aqui, mas no ano passado eu fiquei entre os finalistas do Concurso Municipal de Contos de Niterói.. E, olhem que lindo, eu fui publicada! A cerimônia de premiação foi na quinta passada, e eu vi meu nomezinho no livro. Não é fofo? Bem, vocês também podem conferir a matéria do O Globo, onde, tcharam: eu saí!
http://oglobo.globo.com/rio/bairros/posts/2010/11/06/niteroi-premia-amantes-da-literatura-338463.asp
O Concurso desse ano está aberto até 30 de novembro. Participem, é super legal.

Mudando de assunto de novo...

Gente, o que é o mundo de óculos? Quero dizer, o que é enxergar a lousa de óculos? Parece que a minha visão está em high definition, rs. Apesar do grau pequeno, a diferença é gritante. Mas eu ainda estou me adaptando e, como os óculos dão dor de cabeça, evito usá-lo (além de que ninguém merece eu de óculos). De qualquer forma, já dá pra tirar uma onda de intelectual. ou seja, todo mundo fala agora: "que cara de nerd, hein?". Valeu.

E outro assunto ainda...

Essa semana eu farei as últimas provas finais da escola. Que aperto no peito, que tristeza! Foram três anos de Ensino Médio que mudaram aquela garotinha prepotente de 15 anos e a transformaram numa desesperada de quase 18. ( nem acredito que daqui a treze dias serei oficialmente adulta).
E, adivinhem só. Consegui, na última avaliação, realizar meu sonho. Transformar a minha turma nos personagens de Grease - nos Tempos da Brilhantina (na minha opinião o melhor filme de todos os tempos) e fazê-los Dançar Summer Nights! Gente, foi um trabalho árduo. Primeiro, convencer o professor de espanhol a substituir o trabalho trimestral pelo musical(pois só aí todos concordariam), depois pesquisar as coreografias do teatro e do filme para montar a nossa coreografia, além de treinar e ensaiar a turma inteira. Claro que não fiz isso sozinha. Tive ajuda de Ana Carol, Paulinha, Vivi... enfim, da 1303. Cara, vocês realizaram o meio sonho cantando e dançando Noches de Verano, a versão em espanhol. A música agora não sai de nossas cabeças. Os meninos, depois de reclamaram, acabaram se divertindo muito e criando a própria coreografia, que surpreendeu a todo mundo. É, acho que Danny Zuko e os Thunder Birds nunca mais serão os mesmos. Eu quase chorei de tanta emoção em ver que aquilo, que eu imaginei ser impossível, se concretizando!!



Thunder Birds

Pink Ladies




Eu só não ponho o vídeo na internet porque Guilherme me ameaçou de morte caso o fizesse. E, mesmo que ele não seja assassino(não que eu saiba), eu preciso da minha vida para no futuro salvar outras e assim permitir a propagação da humanidade.


besitos =*

P.S.: depois do desastre do fim de semana torçam por mim, para que minha redação seja corrigida por alguém que ame aquele texto porcaria. Lembre-se, eu posso ser a médica que vai te salvar de sei lá, um aneurisma ou um câncer no futuro. Eu sei que é triste, mas é a realidade.

P.S. 2: torçam por mim no domingo dia 14, dia da primeira fase da UFF.

P.S. 3: torçam por mim na segunda dia 15, primeiro dia da 2ª fase da UFRJ

P.S. 4: torçam por mim no dia 21, pois, além de meu aniversário de 18 anos, é o 2º dia da 2ª fase da UFRJ

P.S.5: torçam por mim em 5 de dezembro, dia da segunda fase da UERJ

P.S 6 : torçam para que eu aprenda a usar esse óculos sem sentir tanta dor de cabeça.

P.S 7: não torçam por um mundo melhor, façam-o.