9 de abril de 2011

Medicina: antes um sonho, agora nem durmo

Viram? Eu não morri.

Pois é, muuuuitas coisas aconteceram nas últimas semanas. Nem acredito que fiquei 37 dias sem postar.

Bem, passei um carnaval ótimo. Sim, viajei pra praia e choveu o tempo todo. Perfeito. Ah, e fui devorada pela cachorra da Carol. Ainda tem um vestígio de marquinha da dentada na minha perna. Perfeito.

Comecei a faculdade! Nunca, eu disse NUNCA estudei tanto na minha vida. Como entrei remanejada, perdi as duas primeiras semanas de aula e tiver que repor o tempo perdido. Mas o mundo não quis.
Pois é, o destino quer me destruir, degolar ou sei lá o quê. Porque perder cinco horas por dia em pé no onibus num transito traumático não pode ser lá muito bom. Não é nada bom.

Cheguei na universidade dia 14/03 e dei de cara com um teste na primeira aula, de bioquimica. Conversei com o professor que me liberou da prova, mas pediu pra eu tentar fazer alguma questão. Óbvio que não consegui nenhuma. Esse professor aplicava testes toda aula ( eu não estou brincando) e com muito custo eu passei raspando no primeiro bloco de bioquímica, sobre proteínas. Agora estou no segundo bloco, sobre bioenergética( isto é, metabolismo, respiração, ciclo de Krebs - pior materia do universo - etc).

Mas se você pensa que bioquímica é tenso, hahahha, vai sonhando. Porque pode piorar. Tipo, na sua segunda aula do primeiro dia de aula você descobre que terá uma prova - sim coleguinha, PROVA, e não um singelo teste, três dias depois - sobre um mooooonte de matérias em.... biologia celular.
Na minha opinião, biologia celular é a pior matéria que já inventaram. E pensar que no Ensino Médio eu achava legal. Como eu pude gostar de biologia celular? Isso é horrível.

Tive que estudar arduamente feito uma cachorra, virar noite com o The Cell aberto, lendo artigos científicos em inglês ( o que é horrível - e se alguém não souber inglês? se ferra). Pra no final cair só o que não deu tempo de estudar. Perfeito.

Com o passar dos dias vieram as outras matérias, anatomia e biofísica. Foi meio, tá, completamente, estranho ir no antômico ver pedaços de gente morta. Ainda bem que não vi ninguém inteiro. Ainda.
Porque eu acho que dessa semana eu não escapo. Fico impressionada em como o pessoal vê naturalidade nisso. Parece que ninguém lembra que o dono daquele crânio tinha sonhos, ambições, amores, frustrações...
E o mais estranho é que a gente almoça e depois vai pro anatomico ver difunto na boa. A gente é doente.

Dentro os fatos mais loucos dos últimos dias, houve o lance da chave.
Como assim? Contarei.

Quinta feira, 17/03/2011.

Meu dia estava completamente tenso, eu tinha ido muuuuito mal na prova de biologia celular pela manhã ( e, por mais incrível que pareça, ainda tirei 3,9/10), almoçado não lembro onde e tido aula de biofísica pela tarde. Na aula de biofísica, nós organizamos seminários e apresentamos a materia pra nós mesmos, com um professor que só supervisiona e nos faz perguntas difíceis. Na verdade, a gente nem teve biofísica de verdade. Foi biologia molecular.
Voltando ao assunto: o professor nos liberou às 15:00, o que é poético e incrivelmente raro já que a saída é sempre às 17:00. Aproveitei pra ir na biblioteca caçar um livro de anatomia. Deixei meu material no armário e peguei a chave. Andei por um corredor não achei NENHUM livro de antomia com menos de 30 anos e em potuguês. Sério, a biblioteca do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ tem uma quantidade ridiculamente mínima de livros. Quando eu páro e... cadê a chave do armário? Fiquei maluca, prourando em todos os cantos e não achava em lugar nenhum. E pior que nem dava pra pedir pra arrombar o ármario, já que não lembrava o número. Perguntei várias vezes na portaria da biblioteca, na recepção, e nada.
Lá pelas 16:40 eu fui de novo a portaria e o cara que fica lá se ofereceu pra me ajudar. A chave estava na minha cara, num lugar onde eu procurei, juro!

Saí voando da faculdade mas de nada adiantou. Por quê? Ah, porque nesse meio tempo um acidente na saída da Ilha do fundão, onde fica a universidade, fechou a pista e terminou de nos ilhar - literalmente. Só consegui sair do campus, e mesmo assim no ônibus caro e que não passa bilhete único, depois das 18:00 e sob um transito horrendo.
Cheguei em casa às 21:00 e óbvio que nem lembrei de estudar, dormi logo. Afinal, eu acordo às cinco, pra saí de casa às 05:40 e pegar muuito engarrafamento e onibus lotado. Mal sabia eu que deveria ler um artigo sobre genética e diabetes pra aula de biofísica do dia seguinte. E quando a monitora soube que eu não li, olhou pra mim com a cara mais esnobe do mundo. Sinto muito se ela tem recalque porque não fez medicina. Afinal, isso é muito comum lá no CCS. Gente da enfermagem, farmácia, fisioterapia etc, passa em frente ao Centro Acadêmio da Medicina cheio de inveja. Isso é horrível. Se for pra ser frutrado, tenta de novo, faz mais pré, mete a cara no estudo, oras. Ou então aceita, simples.

Traduzindo, por causa de uma droga da chave, não pude fazer a avaliação sobre o artigo (nem dava pra enrolar, a mulher queria uma redação sobre a pesquisa que o cara fez a nível molecular, total fail) e deixei de ganhar um décimo extra. Que eu percebo que fará muita falta depois da prova que fiz na última quinta.

Vou sair, tô com sono, estudei o dia inteiro todos os dias desde o primeiro dia de aula. Vou dormir.
Qualquer dia eu posto mais,

beeeijos

9 de abril de 2011

Medicina: antes um sonho, agora nem durmo

Viram? Eu não morri.

Pois é, muuuuitas coisas aconteceram nas últimas semanas. Nem acredito que fiquei 37 dias sem postar.

Bem, passei um carnaval ótimo. Sim, viajei pra praia e choveu o tempo todo. Perfeito. Ah, e fui devorada pela cachorra da Carol. Ainda tem um vestígio de marquinha da dentada na minha perna. Perfeito.

Comecei a faculdade! Nunca, eu disse NUNCA estudei tanto na minha vida. Como entrei remanejada, perdi as duas primeiras semanas de aula e tiver que repor o tempo perdido. Mas o mundo não quis.
Pois é, o destino quer me destruir, degolar ou sei lá o quê. Porque perder cinco horas por dia em pé no onibus num transito traumático não pode ser lá muito bom. Não é nada bom.

Cheguei na universidade dia 14/03 e dei de cara com um teste na primeira aula, de bioquimica. Conversei com o professor que me liberou da prova, mas pediu pra eu tentar fazer alguma questão. Óbvio que não consegui nenhuma. Esse professor aplicava testes toda aula ( eu não estou brincando) e com muito custo eu passei raspando no primeiro bloco de bioquímica, sobre proteínas. Agora estou no segundo bloco, sobre bioenergética( isto é, metabolismo, respiração, ciclo de Krebs - pior materia do universo - etc).

Mas se você pensa que bioquímica é tenso, hahahha, vai sonhando. Porque pode piorar. Tipo, na sua segunda aula do primeiro dia de aula você descobre que terá uma prova - sim coleguinha, PROVA, e não um singelo teste, três dias depois - sobre um mooooonte de matérias em.... biologia celular.
Na minha opinião, biologia celular é a pior matéria que já inventaram. E pensar que no Ensino Médio eu achava legal. Como eu pude gostar de biologia celular? Isso é horrível.

Tive que estudar arduamente feito uma cachorra, virar noite com o The Cell aberto, lendo artigos científicos em inglês ( o que é horrível - e se alguém não souber inglês? se ferra). Pra no final cair só o que não deu tempo de estudar. Perfeito.

Com o passar dos dias vieram as outras matérias, anatomia e biofísica. Foi meio, tá, completamente, estranho ir no antômico ver pedaços de gente morta. Ainda bem que não vi ninguém inteiro. Ainda.
Porque eu acho que dessa semana eu não escapo. Fico impressionada em como o pessoal vê naturalidade nisso. Parece que ninguém lembra que o dono daquele crânio tinha sonhos, ambições, amores, frustrações...
E o mais estranho é que a gente almoça e depois vai pro anatomico ver difunto na boa. A gente é doente.

Dentro os fatos mais loucos dos últimos dias, houve o lance da chave.
Como assim? Contarei.

Quinta feira, 17/03/2011.

Meu dia estava completamente tenso, eu tinha ido muuuuito mal na prova de biologia celular pela manhã ( e, por mais incrível que pareça, ainda tirei 3,9/10), almoçado não lembro onde e tido aula de biofísica pela tarde. Na aula de biofísica, nós organizamos seminários e apresentamos a materia pra nós mesmos, com um professor que só supervisiona e nos faz perguntas difíceis. Na verdade, a gente nem teve biofísica de verdade. Foi biologia molecular.
Voltando ao assunto: o professor nos liberou às 15:00, o que é poético e incrivelmente raro já que a saída é sempre às 17:00. Aproveitei pra ir na biblioteca caçar um livro de anatomia. Deixei meu material no armário e peguei a chave. Andei por um corredor não achei NENHUM livro de antomia com menos de 30 anos e em potuguês. Sério, a biblioteca do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ tem uma quantidade ridiculamente mínima de livros. Quando eu páro e... cadê a chave do armário? Fiquei maluca, prourando em todos os cantos e não achava em lugar nenhum. E pior que nem dava pra pedir pra arrombar o ármario, já que não lembrava o número. Perguntei várias vezes na portaria da biblioteca, na recepção, e nada.
Lá pelas 16:40 eu fui de novo a portaria e o cara que fica lá se ofereceu pra me ajudar. A chave estava na minha cara, num lugar onde eu procurei, juro!

Saí voando da faculdade mas de nada adiantou. Por quê? Ah, porque nesse meio tempo um acidente na saída da Ilha do fundão, onde fica a universidade, fechou a pista e terminou de nos ilhar - literalmente. Só consegui sair do campus, e mesmo assim no ônibus caro e que não passa bilhete único, depois das 18:00 e sob um transito horrendo.
Cheguei em casa às 21:00 e óbvio que nem lembrei de estudar, dormi logo. Afinal, eu acordo às cinco, pra saí de casa às 05:40 e pegar muuito engarrafamento e onibus lotado. Mal sabia eu que deveria ler um artigo sobre genética e diabetes pra aula de biofísica do dia seguinte. E quando a monitora soube que eu não li, olhou pra mim com a cara mais esnobe do mundo. Sinto muito se ela tem recalque porque não fez medicina. Afinal, isso é muito comum lá no CCS. Gente da enfermagem, farmácia, fisioterapia etc, passa em frente ao Centro Acadêmio da Medicina cheio de inveja. Isso é horrível. Se for pra ser frutrado, tenta de novo, faz mais pré, mete a cara no estudo, oras. Ou então aceita, simples.

Traduzindo, por causa de uma droga da chave, não pude fazer a avaliação sobre o artigo (nem dava pra enrolar, a mulher queria uma redação sobre a pesquisa que o cara fez a nível molecular, total fail) e deixei de ganhar um décimo extra. Que eu percebo que fará muita falta depois da prova que fiz na última quinta.

Vou sair, tô com sono, estudei o dia inteiro todos os dias desde o primeiro dia de aula. Vou dormir.
Qualquer dia eu posto mais,

beeeijos