26 de novembro de 2011



Diálogo entre meus pais:

Papai: "Luciana, acho que a gente tá gastando muito gás nessa casa".
(na minha cidade se usa gás de butijão)

Mamãe: "A gente usa a quantidade que uma família de 4 pessoas normalmente usa."

Papai: "Mas o feijão por exemplo, eu ouvi dizer que antes de cozinhar você deve deixar de molho na geladeira do dia pro outro, pra cozinhar menos."

Mamãe: " Eu já faço feijão na panela de pressão. Se eu deixar de molho, a casquinha dos grãos vai soltar e entupir a válvula. Quer que a casa exploda?"
(claro, porque não existem vávulas de segurança, uhum)

Papai: "É só você descascar o feijão antes de cozinhar."


E depois ainda querem que eu seja normal.

12 de novembro de 2011

Não precisa ler



Estou a nove dias de deixar te ter 18 anos. Ter 19 não me parece tão bom. É adulto demais. 18 anos ainda parece tão jovem, erros são aceitáveis como adaptação.

Sofro do mal da falta de sonhos. Não sei quais são meus sonhos ou objetivos. E a vida não está bem assim. Não sei o que quero em relação a nada e vou levando o tempo. É normal? Aceitável?

As coisas que sinto vontade de fazer parecem impossíveis, mas... é só vontade. Objetivo, sonhos. Cadê? Por que diabos tenho passado por isso nos últimos meses? Sempre fui tão esclarecida quanto aos meus objetivos na vida: ser médica, salvar crianças desnutridas e ganhar o nobel da paz.

Agora não tenho essa vontade. Sinto que persistir em não mudar é um erro. Vejo que não mudei em nada nos últimos 3 ou 4 anos. Exceto perder uns cinco quilos e aprender a comer salada. Ainda sou aquela mesma pessoa.

Outro dia vi uma foto minha aos 14 anos e vi a mesma coisa. Acontece que 4 anos depois sou a mesma, com as mesmas vontades, vivendo na mesma casa, com o mesmo filme preferido e ainda querendo casar com o harry pra virar princesa. Quero lutar contra o "adultismo" mas parece que isso não é certo, bom. Quando páro pra pensar que estou na universidade e sou uma adulta, que se quisesse largava tudo, trabalharia e me mandava pra um lugar qualquer, minha mente entra em paranóia. E fico off. Completamente off.

Queria congelar o tempo então. Porque não sei se um dia quero mudar. Acho que não. E não vou poder continuar sem mudar em nada pra sempre. A não ser que eu seja congelada numa câmara frigorífica.

Só acho que, se for pra ser adulta, que o seja direito. trabalhando, pagando as minhas contas. Sinto que enquanto eu não fizer isso não sou adulta. Mas não posso afirmar que ainda sou uma adolescente. Sou o quê então?Essa história de meio-termo sem nome é pra patricinhas ricas cujos pais podem bancá-las até que se tornem adultas. E eu, faço o quê?

Quando digo que queria ter meu dinheiro acho que é isso que eu quero. Ser adulta sem culpa. Não consigo nem pegar um iogurte na geladeira sem pedir permissão a mamãe. Mas que droga, por que não consigo ou não quero ou sequer posso deixar de ser assim?

De verdade, espero que o destino exista, porque eu não tô a fim de me culpar pelo oculto futuro que me aguarda.






26 de novembro de 2011



Diálogo entre meus pais:

Papai: "Luciana, acho que a gente tá gastando muito gás nessa casa".
(na minha cidade se usa gás de butijão)

Mamãe: "A gente usa a quantidade que uma família de 4 pessoas normalmente usa."

Papai: "Mas o feijão por exemplo, eu ouvi dizer que antes de cozinhar você deve deixar de molho na geladeira do dia pro outro, pra cozinhar menos."

Mamãe: " Eu já faço feijão na panela de pressão. Se eu deixar de molho, a casquinha dos grãos vai soltar e entupir a válvula. Quer que a casa exploda?"
(claro, porque não existem vávulas de segurança, uhum)

Papai: "É só você descascar o feijão antes de cozinhar."


E depois ainda querem que eu seja normal.

12 de novembro de 2011

Não precisa ler



Estou a nove dias de deixar te ter 18 anos. Ter 19 não me parece tão bom. É adulto demais. 18 anos ainda parece tão jovem, erros são aceitáveis como adaptação.

Sofro do mal da falta de sonhos. Não sei quais são meus sonhos ou objetivos. E a vida não está bem assim. Não sei o que quero em relação a nada e vou levando o tempo. É normal? Aceitável?

As coisas que sinto vontade de fazer parecem impossíveis, mas... é só vontade. Objetivo, sonhos. Cadê? Por que diabos tenho passado por isso nos últimos meses? Sempre fui tão esclarecida quanto aos meus objetivos na vida: ser médica, salvar crianças desnutridas e ganhar o nobel da paz.

Agora não tenho essa vontade. Sinto que persistir em não mudar é um erro. Vejo que não mudei em nada nos últimos 3 ou 4 anos. Exceto perder uns cinco quilos e aprender a comer salada. Ainda sou aquela mesma pessoa.

Outro dia vi uma foto minha aos 14 anos e vi a mesma coisa. Acontece que 4 anos depois sou a mesma, com as mesmas vontades, vivendo na mesma casa, com o mesmo filme preferido e ainda querendo casar com o harry pra virar princesa. Quero lutar contra o "adultismo" mas parece que isso não é certo, bom. Quando páro pra pensar que estou na universidade e sou uma adulta, que se quisesse largava tudo, trabalharia e me mandava pra um lugar qualquer, minha mente entra em paranóia. E fico off. Completamente off.

Queria congelar o tempo então. Porque não sei se um dia quero mudar. Acho que não. E não vou poder continuar sem mudar em nada pra sempre. A não ser que eu seja congelada numa câmara frigorífica.

Só acho que, se for pra ser adulta, que o seja direito. trabalhando, pagando as minhas contas. Sinto que enquanto eu não fizer isso não sou adulta. Mas não posso afirmar que ainda sou uma adolescente. Sou o quê então?Essa história de meio-termo sem nome é pra patricinhas ricas cujos pais podem bancá-las até que se tornem adultas. E eu, faço o quê?

Quando digo que queria ter meu dinheiro acho que é isso que eu quero. Ser adulta sem culpa. Não consigo nem pegar um iogurte na geladeira sem pedir permissão a mamãe. Mas que droga, por que não consigo ou não quero ou sequer posso deixar de ser assim?

De verdade, espero que o destino exista, porque eu não tô a fim de me culpar pelo oculto futuro que me aguarda.