29 de janeiro de 2012

Perdendo o fio da meada...

Como vocês bem sabem, eu sou uma criatura tipicamente acima do peso. Calma, meu manequim não é 50, não como dois hambúrgueres seguidos, nada disso.

Mas, assim como Heather Wells ( personagem da diva Meg) meu manequim é 42, o que me afasta dos padrões de beleza.

Há pouco mais de um ano eu fiquei desesperada quando subi numa balança e ela registrou 78 kg. Nunca tinha ido tão longe. Chorei, fiquei triste e entendi a razão de ter popularidade zero e estar "encalhada" como diriam alguns.
( e se algm vier me falar "mas vc tem um rostinho tão bonito..." morre, ok?)

Eu tenho 1,61 m, e ter 78 kg levou meu IMC às alturas. O que era uma puta falta de sacanagem, se é que vocês me entendem. Então quando chegaram as férias de fim de ano tomei vergonha na cara, proucurei uma nutricionista ( não usem dietas de endocrinologistas. Além de não estarem capacitados pra isso elas nunca dão certo) e me matriculei na academia. Mas nas férias tudo é fácil, não é mesmo? Você pode se dar ao luxo de gastar três horas diárias na academia, de comprar suas verduras e fazer sua salada, de ir ao supermercado escolher as melhores frutas, ah como é lindo! Sem contar que você não fica nervosa e sua cabecinha não pede overdose de chocolate e café com leite integral.

E aí consegui chegar com 68 kg ao mês de março. Que diferença! Eu sei que 68 kg ainda parece que sou obesa, mas nem tanto, porque minha bunda e minhas pernas não negam os genes afrodescendentes que estão em minhas células. Agora eu já conseguia andar sem estar complexada, conseguia ir à praia de biquíni sem tanta vergonha, usava minhas blusinhas sem achar que meus bracinhos gordos estavam explodindo.

 














antes                                                   depois




Não estou aqui pra defender que todos devem ser magrelos ( até porque há uns doze anos não sei o que é ser magra ) mas uma enxugada pode melhorar muuuuuito a nossa auto-estima. Não que depois disso eu tenha arrumado um namorado, acho que já é um problema crônico( entretanto, acho que é melhor assim. Quero dizer, sem grana do jeito que vivo, não estou podendo incluir no mínimo três despesas anuais no meu orçamento - presentes de aniversário, natal e 12 de junho).

Entretanto, ao longo do ano letivo, a faculdade não me ajudou muito. Por razões óbvias tive que sair da academia ( quando a gente sai de casa às 5:40 e chega no mínimo às 19:30 não sobra muita energia) e fui ficando sem tempo de fazer minha saladinhas tão sem calorias. Tomei litros de café e comia quase que um bombom por dia, acreditem. Não deu outra, acabei engordando. Não sei ao certo, porque tive medo de me pesar. É, eu sei. Na última vez que subi numa balança, há uns seis meses, deu 69 quilos e alguma coisa, então eu acho que passei dos 70 e tenho medo de subir.

Prometi que essas férias faria um novo projeto desses pra perder uns 3 quilinhos pelo menos, mas pela primeira vez em cinco anos não fiz o projetinho "emagreça nas férias", que agora foi batizado de "só na fineze" (rs) por Sthefane.
Em dezembro estava vendo Legendários com mamis ( não que eu assista Legendários - acho chato - mas nesse dia eu vi) e Marcos Mion falou de ginástica a la Jane Fonda nos anos 80.

"
- Mãe, na década de 80 não existia musculação?
- Não.
-Era ginática a la Jane Fonda o que a senhora fazia na academia?
- Era ginática, Luma.

Ai, meu Deus. Eu não acreditei que...
- ... a senhora usava aquela fitinha estranha na cabeça?
Diz que não, diz que não, diz que não.
- Era moda.

Pronto, agora não dá pra esquecer. Veio a minha cabeça uma imagem de mamis e e sua amiga de adolescência, Silvinha, fazendo ginástica com fitinha na caeça sendo orientadas por aquele professor estranho de Norbit.

- A senhora tinha um professor estranho com fitinha?
-Era uma professorA Luma.

Menos mal."



Depois desse episódio de minha vida resolvi que precisava voltar a malhar. Não por mim, mas pela humanidade. Era um desperdício eu viver numa sociedade que possui musculação e não utilizá-la.
(assim como é um desperdício você ter internet e não visitar meu blog, no mínimo, mensalmente)
Mas quem disse que fui pra academia? O projeto fineze tomou outros rumos.

Comecei a ter problemas no estômago, que doía muito, e finalmente tomei vergonha na cara e dinheiro no bolso pra ir ao gastro.
- Então, Luma, o que você tem?
- O lance é o seguinte. Meu estômago tá me sacaneando. Tudo bem que nos últimos dois anos com vestibular e faculdade eu tomei muito café e tenho ficado nervosa, mas tá demais. Ele dói quando eu fico mais de três horas sem comer, e depois que como parece que ele incha horrores. Me sinto um monstrinho mutante.
- Você faz faculdade de quê?
- Medicina.

Nessa hora o médico olhou pra mim e riu. Disse que isso era comum  e que eu estava me estressando demais. Passou uma porrada de remédios ( estou me sentindo uma velhinha diabética, hipertensa e com artrite com tantos remédios ) e disse pra eu ficar calma.

Falou que nada de :  cafeína, chocolate, refrigerante, condimentos...

Peraí, se eu não posso tomar café nem chocolate nem guaraná em pó nem nada disso...

- Doutor, como eu vou ficar acordada na aula?
- Você tem que dormir bem durante a noite, umas oito horas.

E é nessa hora que você quer mandar todo mundo pro inferno. Porque é muito fácil falar pra algm que ela deve dormir 8 horas por noite. A merda O problema é que essa pessoa não tem oito horas disponíveis.

Quero dizer, se eu chego em casa às 19:30, tenho que tomar um banho, arrumar minhas coisas e jantar umas 20:00. Daí, tenho que esperar três horas antes de dormir, pro meu estômago aguentar. Então, durmo às 23:00. Mas eu tenho que dormir oito horas por noite, então devia acordar umas 07:00. Mas às 5:40 eu tenho que estar no ponto de ônibus ou eu perco minha carona, alllow!

Além disso eu tenho que ficar longe das pessoas estressadas, como papai ( pessoa mais estressada que já vi na vida) e meus coleguinhas da faculdade que só sossegam com CR=10.

Ótimo, então além de ter que parar no tempo no meio da noite pra poder dormir as oito horas seguidas, ainda tenho que me afastar do meu pai e nunca mais conversar com pessoas desesperadas como Sthefane, Stephanie e Vinicius. Ótimo.

Agora que perdi minha familia, meus amigos e descobri que preciso fazer uma maquina do tempo eu vou ficar muito mais tranquila, obrigada.

Eu, a fatura do meu cartão de crédito, minha ausência de salário ou mesada, e meu IMC acusando sobrepeso. Todos juntos e felizes, uhum. Senta lá.
 



29 de janeiro de 2012

Perdendo o fio da meada...

Como vocês bem sabem, eu sou uma criatura tipicamente acima do peso. Calma, meu manequim não é 50, não como dois hambúrgueres seguidos, nada disso.

Mas, assim como Heather Wells ( personagem da diva Meg) meu manequim é 42, o que me afasta dos padrões de beleza.

Há pouco mais de um ano eu fiquei desesperada quando subi numa balança e ela registrou 78 kg. Nunca tinha ido tão longe. Chorei, fiquei triste e entendi a razão de ter popularidade zero e estar "encalhada" como diriam alguns.
( e se algm vier me falar "mas vc tem um rostinho tão bonito..." morre, ok?)

Eu tenho 1,61 m, e ter 78 kg levou meu IMC às alturas. O que era uma puta falta de sacanagem, se é que vocês me entendem. Então quando chegaram as férias de fim de ano tomei vergonha na cara, proucurei uma nutricionista ( não usem dietas de endocrinologistas. Além de não estarem capacitados pra isso elas nunca dão certo) e me matriculei na academia. Mas nas férias tudo é fácil, não é mesmo? Você pode se dar ao luxo de gastar três horas diárias na academia, de comprar suas verduras e fazer sua salada, de ir ao supermercado escolher as melhores frutas, ah como é lindo! Sem contar que você não fica nervosa e sua cabecinha não pede overdose de chocolate e café com leite integral.

E aí consegui chegar com 68 kg ao mês de março. Que diferença! Eu sei que 68 kg ainda parece que sou obesa, mas nem tanto, porque minha bunda e minhas pernas não negam os genes afrodescendentes que estão em minhas células. Agora eu já conseguia andar sem estar complexada, conseguia ir à praia de biquíni sem tanta vergonha, usava minhas blusinhas sem achar que meus bracinhos gordos estavam explodindo.

 














antes                                                   depois




Não estou aqui pra defender que todos devem ser magrelos ( até porque há uns doze anos não sei o que é ser magra ) mas uma enxugada pode melhorar muuuuuito a nossa auto-estima. Não que depois disso eu tenha arrumado um namorado, acho que já é um problema crônico( entretanto, acho que é melhor assim. Quero dizer, sem grana do jeito que vivo, não estou podendo incluir no mínimo três despesas anuais no meu orçamento - presentes de aniversário, natal e 12 de junho).

Entretanto, ao longo do ano letivo, a faculdade não me ajudou muito. Por razões óbvias tive que sair da academia ( quando a gente sai de casa às 5:40 e chega no mínimo às 19:30 não sobra muita energia) e fui ficando sem tempo de fazer minha saladinhas tão sem calorias. Tomei litros de café e comia quase que um bombom por dia, acreditem. Não deu outra, acabei engordando. Não sei ao certo, porque tive medo de me pesar. É, eu sei. Na última vez que subi numa balança, há uns seis meses, deu 69 quilos e alguma coisa, então eu acho que passei dos 70 e tenho medo de subir.

Prometi que essas férias faria um novo projeto desses pra perder uns 3 quilinhos pelo menos, mas pela primeira vez em cinco anos não fiz o projetinho "emagreça nas férias", que agora foi batizado de "só na fineze" (rs) por Sthefane.
Em dezembro estava vendo Legendários com mamis ( não que eu assista Legendários - acho chato - mas nesse dia eu vi) e Marcos Mion falou de ginástica a la Jane Fonda nos anos 80.

"
- Mãe, na década de 80 não existia musculação?
- Não.
-Era ginática a la Jane Fonda o que a senhora fazia na academia?
- Era ginática, Luma.

Ai, meu Deus. Eu não acreditei que...
- ... a senhora usava aquela fitinha estranha na cabeça?
Diz que não, diz que não, diz que não.
- Era moda.

Pronto, agora não dá pra esquecer. Veio a minha cabeça uma imagem de mamis e e sua amiga de adolescência, Silvinha, fazendo ginástica com fitinha na caeça sendo orientadas por aquele professor estranho de Norbit.

- A senhora tinha um professor estranho com fitinha?
-Era uma professorA Luma.

Menos mal."



Depois desse episódio de minha vida resolvi que precisava voltar a malhar. Não por mim, mas pela humanidade. Era um desperdício eu viver numa sociedade que possui musculação e não utilizá-la.
(assim como é um desperdício você ter internet e não visitar meu blog, no mínimo, mensalmente)
Mas quem disse que fui pra academia? O projeto fineze tomou outros rumos.

Comecei a ter problemas no estômago, que doía muito, e finalmente tomei vergonha na cara e dinheiro no bolso pra ir ao gastro.
- Então, Luma, o que você tem?
- O lance é o seguinte. Meu estômago tá me sacaneando. Tudo bem que nos últimos dois anos com vestibular e faculdade eu tomei muito café e tenho ficado nervosa, mas tá demais. Ele dói quando eu fico mais de três horas sem comer, e depois que como parece que ele incha horrores. Me sinto um monstrinho mutante.
- Você faz faculdade de quê?
- Medicina.

Nessa hora o médico olhou pra mim e riu. Disse que isso era comum  e que eu estava me estressando demais. Passou uma porrada de remédios ( estou me sentindo uma velhinha diabética, hipertensa e com artrite com tantos remédios ) e disse pra eu ficar calma.

Falou que nada de :  cafeína, chocolate, refrigerante, condimentos...

Peraí, se eu não posso tomar café nem chocolate nem guaraná em pó nem nada disso...

- Doutor, como eu vou ficar acordada na aula?
- Você tem que dormir bem durante a noite, umas oito horas.

E é nessa hora que você quer mandar todo mundo pro inferno. Porque é muito fácil falar pra algm que ela deve dormir 8 horas por noite. A merda O problema é que essa pessoa não tem oito horas disponíveis.

Quero dizer, se eu chego em casa às 19:30, tenho que tomar um banho, arrumar minhas coisas e jantar umas 20:00. Daí, tenho que esperar três horas antes de dormir, pro meu estômago aguentar. Então, durmo às 23:00. Mas eu tenho que dormir oito horas por noite, então devia acordar umas 07:00. Mas às 5:40 eu tenho que estar no ponto de ônibus ou eu perco minha carona, alllow!

Além disso eu tenho que ficar longe das pessoas estressadas, como papai ( pessoa mais estressada que já vi na vida) e meus coleguinhas da faculdade que só sossegam com CR=10.

Ótimo, então além de ter que parar no tempo no meio da noite pra poder dormir as oito horas seguidas, ainda tenho que me afastar do meu pai e nunca mais conversar com pessoas desesperadas como Sthefane, Stephanie e Vinicius. Ótimo.

Agora que perdi minha familia, meus amigos e descobri que preciso fazer uma maquina do tempo eu vou ficar muito mais tranquila, obrigada.

Eu, a fatura do meu cartão de crédito, minha ausência de salário ou mesada, e meu IMC acusando sobrepeso. Todos juntos e felizes, uhum. Senta lá.