6 de março de 2010

Eu odeio chuva!

A minha vida está acabada.
Isso soou totalmente adolescente fútil, mas tipo, a minha vida está acabada mesmo. Principalmente depois do que me aconteceu hoje. Sem sombras de dúvidas.

Eu sempre gostei de chuva. Nós sempre fomos muito ligadas. É claro que a partir daí vocês percebem que eu nunca morei numa área de risco de enchentes ou deslizamentos. Mas o lance é que a chuva é super presente na minha vida. Por exemplo, mamãe me disse que quando eu nasci, choveu tanto, que ocorreu falta de luz elétrica em Niterói. Qualquer semelhança com a Jean de Sorte ou Azar? (livro da minha super ídola Meg Cabot), não é mera coincidência. E tipo, todo meu aniversário sempre chove. Exceto no de 13 e de 17 anos. Mas sempre chove.

Tá, vamos aos fatos. A minha vizinha do 501, a Mere teve neném essa semana. Uma menina linda (gente é linda mesmo, nada a ver com esses recém-nascidos feiosos), a Sophia. E como vocês sabem, pobre deixa tudo pra última hora. Então mamãe e Simone(amiga de mamãe e irmã da Mere) resolveram ir a Alcântara (distrito comercial de São Gonçalo que fica a uns 10 minutos de ônibus aqui do bairro), comprar os móveis do quarto do bebê.

A princípio, meu irmão quis ir junto. Tudo bem. Depois, Letícia, a filha de 13 anos de Simone quis ir junto. Tudo bem. Quando eles estavam saindo do prédio, eu decidi ir junto. Tudo bem. Porque, sabe como é, eu ADORO ver coisinhas fofas. E eu sabia que eles iriam em um monte de lojas fofas de coisas fofas para bebês fofos. E como eu só pretendo ser mãe daqui a uns 15 anos (isso se o mundo não acabar em 2012), vou curtir a minha paixão por bebês e coisas de bebês enquanto dá.

Passamos em várias lojas, com coisas muito fofas. Por fim, os móveis vieram provenientes da minha sugestão (eba!), e eu e Simone combinamos de pintar uma parede do quarto do bebê de rosa em alguma noite da próxima semana. Cara, eu tô muito empolgada. Parece que é meu bebê, hehehehe. Ainda bem que eu quero ter seis filhos pra matar meu vício em bebês.

Saímos da loja onde fizemos a combinação mais fofa e barata (lembram que eu, a pão-dura da década, estava lá?), uma cômoda gracinha, um armário fofíssimo, e um berço simples. Simples, porque a gente já tinha gastado demais no armário e na cômoda. Tudo bem. Daqui a uns três anos esse berço não vai ter utilidade nenhuma.

Fomos então lanchar no McDonalds ( o que eu acho um cúmulo. Você engorda e gasta horrores. Prefiro guardar meu dinheiro no meu porquinho de barro e emagrecer). Mas em frente ao McDonalds tinha um Mr Pizza e induzi o consumo de uma promoção composta de Pizza Família + Coca 2lts por 29,90. Letícia e Teco ficaram meio decepcionados. Dane-se, o importante é economizar, babies.

Enfim fomos embora. Não sem antes passar na Tamoio ( a rede de drogarias mais barata que tem, que eu particularmente amo ), e comprar uns esmaltes. Qual é, tinha um monte de marcas desconhecidas por R$ 0,99. Comprei dois. Não preciso de mais de dois esmaltes pra ser feliz. Até proque eu já tinha vários em casa. Letícia fez drama porque queria um rosa chiclete de R$ 2,29, da Impala. Tinha um igual, da Dute (eu acho que é esse o nome da marca) por R$ 0,99. Mas ela achava um absurdo levar o de R$0,99. Resultado: ela não levou nada, kkk. Pronto, agora se Lê visitar meu blog e ver esse post vai pegar ódio mortal de mim. Fazer o quê?

Pegamos o ônibus pra casa, e começou a chover, chover muito. Mas eu não percebi porque fiquei brincando com um bebê loirinho muito fofo que estava no banco da frente. Até que, na altura do IML, o trânsito parou. (Bom, o lance é que na rodovia onde moro, tem um IML localizado no km 0. eu moro na plaquinha km2. A minha escola fica na rua de um cemitério horrendo e gigante. E no caminho até lá eu passo por um presídio. Sabe como é, energia super positiva.)
Aí que eu percebi que estava chovendo demais. Porque as crianças do microônibus ( a Viação Rio Ouro, em que eu estava, é 100% composta por microônibus) estavam escrevendo seus nomes no vidro embaçado. Quando, depois de muito tempo, cheguei no ponto de ônibus em que solto, A rua estava TOTALMENTE ALAGADA. Simone, desesperada, disse que ia colocar uma sacola plástica para proteger o cabelo escovado da chuva. E ela realmente colocou um saco plástico na cabeça. Sombrinhas eram inúteis considerando o temporal. Uma sacola? Isso é suicídio social. E ter 40 anos não te permite fazer algo assim.

Sem contar os raios. Dia desses eu vi na Ana Maria Braga que no Brasil morrem, em média, 130 pessoas vítimas de raio por ano. Eu achei que ia morrer. Que um raio ia me atingir e eu ia morrer eletrocutada. Afinal, eu estava com alguns objetos de metais. Como o zíper do short e o par de brincos. Mas foi pior, muito pior.
A enchente estva praticamente uma enxurrada( não sei se enxurrada é com x ou ch, vai assim mesmo). Ao colocar meus pés lá, uma das minhas Ipanemas de fitinha dourada foi arrastada, como sempre acontece nos meus pesadelos*.  Eu comecei a gritar. Muito. Cara, você snunca me viram gritar. Eu fico histérica. Olho pra trás, no meio da enxurrada e só vi Simone tentando salvar o cabelo. Allloww! Minha Ipanema de fitinha dourada que eu consegui comprar por R$ 8,99 no mercadinho que tem aqui perto estava indo embora. É, foi embora.

Eu, já puta da vida  revoltada, desesperada, desolada, porque eu amo aquele chinelo gritei para Simone,que estava me irritando com aquela sacola na cabeça. " Foda-se a escova, ela vai embora. Seu cabelo vai enrolar, esquece!". Tenho certeza que Simone não ouviu, porque ela continuou sã e salva. Agora me diz, poderia piorar? Claro que sim. Porque a enxurrada logo em seguida levou a minha outra sandália e eu fiquei completamente descalça. Nem liguei. Já tinha perdido uma mesmo. A única vantagem de ter uma única sandália seria de usá-la se um dia engessasse o outro pé. Agora entrei em pânico. Me refugiei no bar da esquina ( em São Gonçalo existe muitos bares. Aqui na esquina tem dois grandes, um de frente pro outro. E é claro, tem consumidores de cervejas o suficiente pros dois.). Alguns caras vieram me falar que eu poderia pegar leptospirose. Como se eu já não soubesse. Senão, por que diabos eu estaria gritando**?
 Aí um dos caras vira pra mim e fala: "Cuidado garota, o chão tá cheio de vidro.(lembra que eu tava descalça?) Acabou de quebrar uma lâmpada". Agradeci e continuei a atravessar o bar, para a saída. Já tava toda ferrada mesmo, era melhor me ferrar até chegar em casa.

Automaticamente pensei na lâmpada do bar estourando. Que nem nos filmes de terror. Será que foi um raio? O cara que foi na Ana Maria Braga disse que é muito comum um raio cair várias vezes no mesmo lugar. Ótimo, os raios estavam atrás de mim, que nem em Premonição. Talvez Mariane estivesse certa.

O meu prédio é a terceira construção de um dos lados da minha rua. Primeiro um bar, depois a Associação de Moradores, depois: Lar, doce Lar. Nesse percurso de alguns metros, enlouqueci. Achei que ia pisar em um rato morto, e ele ia explodir sobre meus pés, e eu cairia pra trás, e engoliria água podre e morreria. Comecei a gritar muito. E a chorar alto. Na frente de todo mundo. Todos os refugiados da marquise do meu prédio ficaram olhando. Os caras do mototáxi. O pessoal da padaria. Os garotos da Lan House, que não tem o que fazer e ficam lá o dia todo. O pessoal do abatedouro. Os vizinhos que estavam na rua. Os crentes da igreja. ( o primeiro andar do meu prédio é formado por quatro lojas. Uma padaria, um abatedouro, uma lan house e uma igreja evangélica que tem um pastor com cordas vocais de aço. Sem contar que ali também é o ponto de moto táxi. )
Eu não disse que a minha vida estava arruinada? E antes que você pense: "Ah, pior não poderia ficar", eu vos digo. Eu estava de blusa e sutiã brancos. Entendeu?

Peguei o elevador correndo, subi, fui direto para o banheiro dos fundos, onde tomei banho e esfreguei meus pés e pernas até a pele quase desfolar. Depois me sequei e passei litros de álcool. E antes que vocês digam que piorar não dava, eu descobri um machucadinho próximo ao meu tornozelo. Sim, uma picada de mosquito que levei em Cachoeiras de Macacu ***, e que eu eu fico coçando o tempo todo e nunca cicatriza. Eu posso ter pego lepstospirose e morrer! Senhor, help me!

Teco pouco depois foi na padaria comprar pão ( e antes que alguém diga que é pleonasmo, eu digo que não, porque existem outras coisas a venda na padaria ) e disse que todo mundo ainda estava rindo de mim e do meu medo de achar um rato.

Pelo menos consegui pintar minhas unhas com o esmalte de R$ 0,99. Pelo menos vou estar com as unhas bonitinhas para o fim.

Preciso bolar um plano de como vou passar na rua agora. É que em todas as casas onde morei, as pessoas da rua sempre me viam como  nojenta, metida e patty. Coisas que definitivamente não sou. Mas eles acharem é crucial para minha impopularidade total. A única solução é tirar as grades do meu quarto, criar um sistema de rapel e sair no estacionamento do prédio. De lá, eu pulo o muro do estacionamento e fujo pela porta dos fundos pra poder ir pra escola. Eu só acho que vai ser meio vulgar, eu, com meu uniforme de colegial, descer cinco andares de rapel. Droga. Ainda existe a possibilidade de comprar uma peruca e fazer uma plástica.

Ah, e a escova de Simone? Babem, mas a sacola funcionou. O cabelo dela continua perfeito e intacto. Mesmo.

*eu sempre sonho que estou em uma praia. Aí vem uma onda forte, carrega meus chinelos e as chaves do carro e de casa. E eu tenho que voltar a pé pra casa, sem ter como abrir a porta. Macabro. E eu SEMPRE sonho isso. E em ir de chinelo para a escola. E em ficar pelada na rua do nada. Se alguem que tem poderes sobrenaturais ou então vê nisso um traço psicológico importante quiser me ajudar, vou agradecer.

** poucas pessoas tem tanto medo de leptospirose e raiva como eu. As duas são terríveis. Mas tem uma delas que não tem cura. Como eu sempre me esqueço qual é, morro de medo das duas.

** pois é, já tem mais de um mês que voltei de Cachoeiras de Macacu e as picadas de mosquito ainda não curaram completamente. Minha mãe diz que é porque eu coço o tempo todo. Estou com medo de ter leishmaniose. Eu fiz um ano de estágio na Fiocruz, estudando leishmaniose. É horrenda. Doença very bad. Tem que ser tratada desde o começo. Para toda a vida. Meu machucadinho não está tão grave nem tem característica alguma de picada do agente transmissor da leishmaniose. A droga e´que Cachoeiras de Macacu é uma cidade com muitos casos de leishmaniose. Principalmente na zona rural, em que fui picada. É, melhor começar a acreditar na Teoria da Conspiração.

beeijos, ; )

P.S.: Acho que finalmente minhas aulas vão voltar segunda-feira.  Também, depois de praticamente quatro meses de férias! Provável que eu passe a postar bem menos. De qualquer forma, vou tentar postar e ler os blogs que eu sigo (acreditem, eu sempre leio, mesmo que sejam muitos) da sala de informática da escola. Eles bloqueiam orkut e devem ter bloqueado twitter também. Mas duvido que tenham bloqueado o Blogger. Rá!

4 comentários:

  1. Menina...que historia foi essa. Nossa acho qeu ficaria igual voce...histerica!
    Ah... e entendo a Simone... só quem tem escova sabe o que é perde-la assim... de repente! rss
    Estaria belissima também com a sacolinha na cabeça! rss
    Ah..v.i que gosta de joguinhos também... eu adoro, mas nesse ainda não sou muito boa... num faço muitos pontos.
    Beijo.
    Soll*

    ResponderExcluir
  2. HAUAHUAHUAUHAHUAHUA ! mijei de rir, mt tenso! iamgino você na rua, toda histérica ;x coitada da simone, que nem eu ! a minha situação: eu , linda e chapada, com a mochila na cabeça correndo mt, na porta da frente da escola? MIIIIIIIIIIIIIIICO ;x

    ResponderExcluir
  3. APROVEITE.. VOCÊ SÓ PAGA O FRETE.. NÃO PERCA!
    http://bazardapitta.blogspot.com/2010/03/dia-das-mulheres-aqui-voce-ganha.html


    beijos

    ResponderExcluir
  4. Excelente texto,Luma .

    Voltarei sempre.

    Parabéns pelo DIA INTERNACIONAL DA MULHER!!!

    Que você consiga alcançar todos os seus objetivos.

    Se tiver um tempinho, escrevo crônicas de humor e será um prazer recebê-la.

    Um abração carioca e fique com Deus!

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6 de março de 2010

Eu odeio chuva!

A minha vida está acabada.
Isso soou totalmente adolescente fútil, mas tipo, a minha vida está acabada mesmo. Principalmente depois do que me aconteceu hoje. Sem sombras de dúvidas.

Eu sempre gostei de chuva. Nós sempre fomos muito ligadas. É claro que a partir daí vocês percebem que eu nunca morei numa área de risco de enchentes ou deslizamentos. Mas o lance é que a chuva é super presente na minha vida. Por exemplo, mamãe me disse que quando eu nasci, choveu tanto, que ocorreu falta de luz elétrica em Niterói. Qualquer semelhança com a Jean de Sorte ou Azar? (livro da minha super ídola Meg Cabot), não é mera coincidência. E tipo, todo meu aniversário sempre chove. Exceto no de 13 e de 17 anos. Mas sempre chove.

Tá, vamos aos fatos. A minha vizinha do 501, a Mere teve neném essa semana. Uma menina linda (gente é linda mesmo, nada a ver com esses recém-nascidos feiosos), a Sophia. E como vocês sabem, pobre deixa tudo pra última hora. Então mamãe e Simone(amiga de mamãe e irmã da Mere) resolveram ir a Alcântara (distrito comercial de São Gonçalo que fica a uns 10 minutos de ônibus aqui do bairro), comprar os móveis do quarto do bebê.

A princípio, meu irmão quis ir junto. Tudo bem. Depois, Letícia, a filha de 13 anos de Simone quis ir junto. Tudo bem. Quando eles estavam saindo do prédio, eu decidi ir junto. Tudo bem. Porque, sabe como é, eu ADORO ver coisinhas fofas. E eu sabia que eles iriam em um monte de lojas fofas de coisas fofas para bebês fofos. E como eu só pretendo ser mãe daqui a uns 15 anos (isso se o mundo não acabar em 2012), vou curtir a minha paixão por bebês e coisas de bebês enquanto dá.

Passamos em várias lojas, com coisas muito fofas. Por fim, os móveis vieram provenientes da minha sugestão (eba!), e eu e Simone combinamos de pintar uma parede do quarto do bebê de rosa em alguma noite da próxima semana. Cara, eu tô muito empolgada. Parece que é meu bebê, hehehehe. Ainda bem que eu quero ter seis filhos pra matar meu vício em bebês.

Saímos da loja onde fizemos a combinação mais fofa e barata (lembram que eu, a pão-dura da década, estava lá?), uma cômoda gracinha, um armário fofíssimo, e um berço simples. Simples, porque a gente já tinha gastado demais no armário e na cômoda. Tudo bem. Daqui a uns três anos esse berço não vai ter utilidade nenhuma.

Fomos então lanchar no McDonalds ( o que eu acho um cúmulo. Você engorda e gasta horrores. Prefiro guardar meu dinheiro no meu porquinho de barro e emagrecer). Mas em frente ao McDonalds tinha um Mr Pizza e induzi o consumo de uma promoção composta de Pizza Família + Coca 2lts por 29,90. Letícia e Teco ficaram meio decepcionados. Dane-se, o importante é economizar, babies.

Enfim fomos embora. Não sem antes passar na Tamoio ( a rede de drogarias mais barata que tem, que eu particularmente amo ), e comprar uns esmaltes. Qual é, tinha um monte de marcas desconhecidas por R$ 0,99. Comprei dois. Não preciso de mais de dois esmaltes pra ser feliz. Até proque eu já tinha vários em casa. Letícia fez drama porque queria um rosa chiclete de R$ 2,29, da Impala. Tinha um igual, da Dute (eu acho que é esse o nome da marca) por R$ 0,99. Mas ela achava um absurdo levar o de R$0,99. Resultado: ela não levou nada, kkk. Pronto, agora se Lê visitar meu blog e ver esse post vai pegar ódio mortal de mim. Fazer o quê?

Pegamos o ônibus pra casa, e começou a chover, chover muito. Mas eu não percebi porque fiquei brincando com um bebê loirinho muito fofo que estava no banco da frente. Até que, na altura do IML, o trânsito parou. (Bom, o lance é que na rodovia onde moro, tem um IML localizado no km 0. eu moro na plaquinha km2. A minha escola fica na rua de um cemitério horrendo e gigante. E no caminho até lá eu passo por um presídio. Sabe como é, energia super positiva.)
Aí que eu percebi que estava chovendo demais. Porque as crianças do microônibus ( a Viação Rio Ouro, em que eu estava, é 100% composta por microônibus) estavam escrevendo seus nomes no vidro embaçado. Quando, depois de muito tempo, cheguei no ponto de ônibus em que solto, A rua estava TOTALMENTE ALAGADA. Simone, desesperada, disse que ia colocar uma sacola plástica para proteger o cabelo escovado da chuva. E ela realmente colocou um saco plástico na cabeça. Sombrinhas eram inúteis considerando o temporal. Uma sacola? Isso é suicídio social. E ter 40 anos não te permite fazer algo assim.

Sem contar os raios. Dia desses eu vi na Ana Maria Braga que no Brasil morrem, em média, 130 pessoas vítimas de raio por ano. Eu achei que ia morrer. Que um raio ia me atingir e eu ia morrer eletrocutada. Afinal, eu estava com alguns objetos de metais. Como o zíper do short e o par de brincos. Mas foi pior, muito pior.
A enchente estva praticamente uma enxurrada( não sei se enxurrada é com x ou ch, vai assim mesmo). Ao colocar meus pés lá, uma das minhas Ipanemas de fitinha dourada foi arrastada, como sempre acontece nos meus pesadelos*.  Eu comecei a gritar. Muito. Cara, você snunca me viram gritar. Eu fico histérica. Olho pra trás, no meio da enxurrada e só vi Simone tentando salvar o cabelo. Allloww! Minha Ipanema de fitinha dourada que eu consegui comprar por R$ 8,99 no mercadinho que tem aqui perto estava indo embora. É, foi embora.

Eu, já puta da vida  revoltada, desesperada, desolada, porque eu amo aquele chinelo gritei para Simone,que estava me irritando com aquela sacola na cabeça. " Foda-se a escova, ela vai embora. Seu cabelo vai enrolar, esquece!". Tenho certeza que Simone não ouviu, porque ela continuou sã e salva. Agora me diz, poderia piorar? Claro que sim. Porque a enxurrada logo em seguida levou a minha outra sandália e eu fiquei completamente descalça. Nem liguei. Já tinha perdido uma mesmo. A única vantagem de ter uma única sandália seria de usá-la se um dia engessasse o outro pé. Agora entrei em pânico. Me refugiei no bar da esquina ( em São Gonçalo existe muitos bares. Aqui na esquina tem dois grandes, um de frente pro outro. E é claro, tem consumidores de cervejas o suficiente pros dois.). Alguns caras vieram me falar que eu poderia pegar leptospirose. Como se eu já não soubesse. Senão, por que diabos eu estaria gritando**?
 Aí um dos caras vira pra mim e fala: "Cuidado garota, o chão tá cheio de vidro.(lembra que eu tava descalça?) Acabou de quebrar uma lâmpada". Agradeci e continuei a atravessar o bar, para a saída. Já tava toda ferrada mesmo, era melhor me ferrar até chegar em casa.

Automaticamente pensei na lâmpada do bar estourando. Que nem nos filmes de terror. Será que foi um raio? O cara que foi na Ana Maria Braga disse que é muito comum um raio cair várias vezes no mesmo lugar. Ótimo, os raios estavam atrás de mim, que nem em Premonição. Talvez Mariane estivesse certa.

O meu prédio é a terceira construção de um dos lados da minha rua. Primeiro um bar, depois a Associação de Moradores, depois: Lar, doce Lar. Nesse percurso de alguns metros, enlouqueci. Achei que ia pisar em um rato morto, e ele ia explodir sobre meus pés, e eu cairia pra trás, e engoliria água podre e morreria. Comecei a gritar muito. E a chorar alto. Na frente de todo mundo. Todos os refugiados da marquise do meu prédio ficaram olhando. Os caras do mototáxi. O pessoal da padaria. Os garotos da Lan House, que não tem o que fazer e ficam lá o dia todo. O pessoal do abatedouro. Os vizinhos que estavam na rua. Os crentes da igreja. ( o primeiro andar do meu prédio é formado por quatro lojas. Uma padaria, um abatedouro, uma lan house e uma igreja evangélica que tem um pastor com cordas vocais de aço. Sem contar que ali também é o ponto de moto táxi. )
Eu não disse que a minha vida estava arruinada? E antes que você pense: "Ah, pior não poderia ficar", eu vos digo. Eu estava de blusa e sutiã brancos. Entendeu?

Peguei o elevador correndo, subi, fui direto para o banheiro dos fundos, onde tomei banho e esfreguei meus pés e pernas até a pele quase desfolar. Depois me sequei e passei litros de álcool. E antes que vocês digam que piorar não dava, eu descobri um machucadinho próximo ao meu tornozelo. Sim, uma picada de mosquito que levei em Cachoeiras de Macacu ***, e que eu eu fico coçando o tempo todo e nunca cicatriza. Eu posso ter pego lepstospirose e morrer! Senhor, help me!

Teco pouco depois foi na padaria comprar pão ( e antes que alguém diga que é pleonasmo, eu digo que não, porque existem outras coisas a venda na padaria ) e disse que todo mundo ainda estava rindo de mim e do meu medo de achar um rato.

Pelo menos consegui pintar minhas unhas com o esmalte de R$ 0,99. Pelo menos vou estar com as unhas bonitinhas para o fim.

Preciso bolar um plano de como vou passar na rua agora. É que em todas as casas onde morei, as pessoas da rua sempre me viam como  nojenta, metida e patty. Coisas que definitivamente não sou. Mas eles acharem é crucial para minha impopularidade total. A única solução é tirar as grades do meu quarto, criar um sistema de rapel e sair no estacionamento do prédio. De lá, eu pulo o muro do estacionamento e fujo pela porta dos fundos pra poder ir pra escola. Eu só acho que vai ser meio vulgar, eu, com meu uniforme de colegial, descer cinco andares de rapel. Droga. Ainda existe a possibilidade de comprar uma peruca e fazer uma plástica.

Ah, e a escova de Simone? Babem, mas a sacola funcionou. O cabelo dela continua perfeito e intacto. Mesmo.

*eu sempre sonho que estou em uma praia. Aí vem uma onda forte, carrega meus chinelos e as chaves do carro e de casa. E eu tenho que voltar a pé pra casa, sem ter como abrir a porta. Macabro. E eu SEMPRE sonho isso. E em ir de chinelo para a escola. E em ficar pelada na rua do nada. Se alguem que tem poderes sobrenaturais ou então vê nisso um traço psicológico importante quiser me ajudar, vou agradecer.

** poucas pessoas tem tanto medo de leptospirose e raiva como eu. As duas são terríveis. Mas tem uma delas que não tem cura. Como eu sempre me esqueço qual é, morro de medo das duas.

** pois é, já tem mais de um mês que voltei de Cachoeiras de Macacu e as picadas de mosquito ainda não curaram completamente. Minha mãe diz que é porque eu coço o tempo todo. Estou com medo de ter leishmaniose. Eu fiz um ano de estágio na Fiocruz, estudando leishmaniose. É horrenda. Doença very bad. Tem que ser tratada desde o começo. Para toda a vida. Meu machucadinho não está tão grave nem tem característica alguma de picada do agente transmissor da leishmaniose. A droga e´que Cachoeiras de Macacu é uma cidade com muitos casos de leishmaniose. Principalmente na zona rural, em que fui picada. É, melhor começar a acreditar na Teoria da Conspiração.

beeijos, ; )

P.S.: Acho que finalmente minhas aulas vão voltar segunda-feira.  Também, depois de praticamente quatro meses de férias! Provável que eu passe a postar bem menos. De qualquer forma, vou tentar postar e ler os blogs que eu sigo (acreditem, eu sempre leio, mesmo que sejam muitos) da sala de informática da escola. Eles bloqueiam orkut e devem ter bloqueado twitter também. Mas duvido que tenham bloqueado o Blogger. Rá!

4 comentários:

  1. Menina...que historia foi essa. Nossa acho qeu ficaria igual voce...histerica!
    Ah... e entendo a Simone... só quem tem escova sabe o que é perde-la assim... de repente! rss
    Estaria belissima também com a sacolinha na cabeça! rss
    Ah..v.i que gosta de joguinhos também... eu adoro, mas nesse ainda não sou muito boa... num faço muitos pontos.
    Beijo.
    Soll*

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  2. HAUAHUAHUAUHAHUAHUA ! mijei de rir, mt tenso! iamgino você na rua, toda histérica ;x coitada da simone, que nem eu ! a minha situação: eu , linda e chapada, com a mochila na cabeça correndo mt, na porta da frente da escola? MIIIIIIIIIIIIIIICO ;x

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  3. APROVEITE.. VOCÊ SÓ PAGA O FRETE.. NÃO PERCA!
    http://bazardapitta.blogspot.com/2010/03/dia-das-mulheres-aqui-voce-ganha.html


    beijos

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  4. Excelente texto,Luma .

    Voltarei sempre.

    Parabéns pelo DIA INTERNACIONAL DA MULHER!!!

    Que você consiga alcançar todos os seus objetivos.

    Se tiver um tempinho, escrevo crônicas de humor e será um prazer recebê-la.

    Um abração carioca e fique com Deus!

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