30 de dezembro de 2009

E lá se vai 2009 - Parte 3 - Pessoas

Falando sério, o que faz a vida da gente? Pessoas, é claro. O que faz com que as coisas materiais pareçam legais são as pessoas relacionadas a ela. Como, por exemplo, hoje eu tava tomando refrigerante de limão e lembrei da Vanessa, que foi minha vizinha e super amiga dos 10 aos 14 anos. Até que eu me mudei, o contato foi diminuindo, diminuindo, e hoje é bem pequeno. Mas era legal porque nós éramos as doidas que preferiam o refrigerante de limão entre todos os outros. Se não fosse pela Vanessa, eu talvez não gostasse tanto do refrigerante de limão. 


Logo, eu quero falar um pouco das pessoas que fizeram meu 2009 mais feliz!!! E como foi muita gente, (muita mesmo), quero destacar aqueles de quem me aproximei ou falei mais esse ano. Porque falar da Belle, da Isa, da Carol lá do Jecsa, e dos outros que já eram amigos de longa data nem conta, ou esse posta não acaba nunca!!!


1. Andressa - tive que começar por ela. Porque, tipo assim, há uns dez meses atrás eu odiava essa menina tanto quanto eu odeio o Hitler. Não, acho que odiava mais, porque do Hitler eu tenho é pena. Mas eu e a Andressa, eu acho que temos uma história, ok? Porque tudo começou devido sermos meninas inteligentes que correm atrás(eu sei que faltou modéstia aqui). Mas, em 2008, em meio aquela guerra que era o Processo Seletivo do Provoc para estágio na Fiocruz, criei briga, só pra variar, sabe como é.
E nisso eu criei uma inimiga. O que de vez em quando é bom pro ego. Mas só de vez em quando.
Mas esse ano, o pessoal da escola colocou a gente na mesma sala. E o lance? Bem, agora era enfrentar aquela garota insuportável todo dia. Na minha sala, tem noção? E bem, mesmo ela vivendo no celular(e eu ODEIO celular, sempre odiei), comecei a ir com a cara dela. E óbvio, custei a admitir isso. Mas não me sinto tão culpada porque sei que ela também não ia com a minha cara. Pelo menos eu acho.
E nisso a gente começa a sentar perto, conversar durante as aulas, fazer trabalho juntas. Lances da vida.
E na última semana eu acabo pagando o mico de chorar no meio da sala de informática(que estava lotada, importante observar), enquanto fazíamos o trabalho de sociologia, porque ano que vem a gente não vai mais estudar junta(já que voltaremos para nossas turmas antigas - é uma burocracia muito complicada pra expicar aqui).
 E nem nunca mais, porque 2010 é o nosso 3ºano do E.M.,  eu quero fazer Medicina(ou psicologia - tô discutindo com meu pai sobre isso) e ela quer fazer Engenharia de alguma coisa. E vendo pelo lado que eu detesto engenharia e ela não quer mudar de idéia, era realmente tchau. Logo eu que odeio mostrar minhas emoções em público. Culpa sua, Andressa! 



2. Gleyce - passamos todo 2008 estudando juntas e eu mal olhei na cara dela. Mas tudo bem, porque acho que ela mal olhou na minha cara também. Mas eu descobri esse ano, quando finalmente começamos a nos falar, que ela é uma pessoa incrível!!! Que tipo, tem muita coisa a ensinar. Que tem um sorriso muito legal, que passa uma energia super positiva. E mesmo ela tendo roubado meus feriados, fins de semana e tardes livres pra estudar química, eu adoro essa garota!!! Ela e sua mania de ser mais adulta que todo mundo são um máximo. Gleyce, tenha certeza, que muitas vezes(mas muitas mesmo) eu pensava em desistir do mundo, mas quando eu via você rindo de tudo, levantava a cabeça e seguia. Obrigada por colocar tanta coragem em mim, ok?


3. Yanaê - conhecia a Yanaê só de corredores da escola, mas esse ano, lá estava ela, também na 1203, a turma de segundo ano formada pelos nerds. E mesmo ela falando muito(tipo, eu!), querendo achar que as idéias dela são as certas(tipo, eu!), eu realmente amei conhecer essa garota. Porque, apesar da gente discutir quase sempre, ter idéias diferentes, e na hora da apresentação dos trabalhos em grupo ela ficar falando o tempo todo e não dar chance para mais ninguém falar(não negue, Yanaê) depois das discussões a gente sempre voltava a se falar como se nada tivesse acontecido, em tipo, uns 15 minutos. E pra todo mundo ter noção do quanto eu gostei de você(e do seu nome), o nome da minha primeira filha vai ser Ianaê. Mas com I, porque ninguém merece ser a última da chamada.


4. Nane - Dona Johanna, já te falei que você se tornou muito especial? Porque se tornou, MESMO. E pensar que da primeira vez que te vi eu pensei: "Será que vou ter que aturar essa garota durante todo o ensino médio?". E lá pelo fim do ano passado, começo a me dar bem com você. E eu que achava ridículo o seu nome: escrever Johanna e se falar "IORRANA"(porque é alemão), e ainda as pessoas te apelidarem de Nane! Mas hoje, eu simplesmente acho o seu nome SUPER original, e eu mesma te chamo de Nane. Percebi que mesmo você sendo uma das meninas mais populares, bonitas, inteligentes e atrapalhadas, seu coração é GIGANTE. Mesmo no amigo oculto de 2008, eu estando de dieta e fazendo a observação: "Não quero chocolate", você me deu um monte de chocolate. E quer saber? Eu nem liguei de ser chocolate. Porque a partir de 2009, nos tornamos amigas e existe presente melhor do que uma amiga feito Nane? Uma amiga que uma vez quando eu disse que não ia chorar - não lembro o porquê - já que eu achava chorar coisa de gente fraca, ela simplesmente virou pra mim e disse: "Eu acho o contrário. Chorar é coisa de gente forte o suficiente pra admitir que tem sentimentos, emoções. Admitir que às vezes a gente fica feliz e a gente sofre." Na boa, isso mudou toda a visão que eu tinha sobre chorar. Sério. 
E a Nane tá ali pra te ajudar sempre que você precisa. Seja quando você cisma de comprar um vestido numa quinta-feira à noite, véspera de feriado prolongado, e ela fica com você na fila quilométrica da loja. Que tem uma caixa lerda. Mesmo ela estando sem dormir há dois dias e sabendo que vai passar horas no engarrafamento porque ela pega a BR pra chegar em Itaboraí. E mesmo ela tendo uma prova de física e outra de história(100% discursiva) no sábado.
Ou então ela está lá, pra andar com você do Guanabara - em São Lourenço - até o Plaza shopping(de sapatilha!), mesmo estando sem almoço, porque a sua mãe falou pra você enfiar uns cupons de promoção numa urna.
Valeu, Nane. Saiba que de vez em quando, eu tava pra explodir com o mundo, mas você pegava sua máquina e falava "Vamos tirar foto?". E as coisas melhoravam. O astral melhorava.


5.Dênis e Vinícius - como eu amei conhecer esses meninos. Eles são um exemplo de amizade que todo mundo devia seguir. Eles fazem as pessoas rirem e esquecerem dos problemas. Seja o Dênis nas aulas de espanhol, ou Vinícius pedindo a droga do bombom da gincana. Porque eu inventei de fazer uma gincana valendo bombom coma turma. A equipe deles ganha e Vinícius passa meses me atazanando, pedindo a droga do bombom que eu esqueci de comprar. Eu cheguei a andar pelas ruas ouvindo Vinícius dizendo: "Cadê meu bombom?". Sério, me senti num filme de terror.
As imitações de Dênis, Vinícius vestido de mulher no Plaza Shopping só por um trabalho de escola. 
O meu presente de amigo oculto que Vinícius embrulhou em um MONTE de sacolas. E que ele me disse que foi no Saara comprar pra mim. Mas eu vi no selo de troca que ele comprou na loja da Saraiva que fica no Plaza.
Obrigada, meninos. Seja pelas risadas, seja pelo alfajor de maracujá que eu sempre comprava com o Vinícius, pelo Dênis ficar fazendo todo mundo virar a noite rindo em Campinas. Vocês são maravilhosos.


6.Malu e Myle - outro exemplo de amizade. Essas meninas são lindas, meigas, inteligentes. São amigas não só uma da outra, mas de todo mundo. Elas têm as versões de cabelo liso e cacheado mais lindas que já vi. São super legais!!! Trazem uma energia tão boa, tão calmante. Valeu, meninas.









7. Carol Magé e Rio Bonito - essas meninas da roça(rs), dão o maior ânimo que alguém pode precisar. Levantam o astral de qualquer ambiente, fazem você rir e ver que a vida não é tão complicada. Elas me mostraram que a gente tem que ser otimista, ver tudo pelo lado que nos faz rir. Simples assim.







8. Samara - Ai, conheço a Sami, desde a 7ª série. E a nossa história, é meio parecida com a minha e a de Andressa. Passei quase três anos da minha vida odiando essa garota pra hoje gostar demais dela. Afinal, quando pessoas acordam às cinco da manhã e pegam quatro ônibus por dia, elas acabam se unindo. E muitas vezes, como no nosso caso, descobrindo que podem ser amigas. Acabando com essa coisa de competir uma com a outra o tempo todo. E se unindo pra ficar até quase seis da tarde na sala de informática por causa de uma olimpíada de história, pra depois pegar a Alameda São Boaventura super engarrafada e chegar em casa super tarde. e quando uma desanima, a outra tá lá pra falar: " Se ergue, caramba!". Sami, é muito bom não ser mais sua inimiga.


9. Thaís e Mariana - essas, diferente das  pessoas que eu falei, não são da escola. Não conheci em curso algum, em academia, nem festa, nem por ser amiga de amiga. Conheci porque eu simplesmente fui na casa da minha vizinha do 501 e elas estavam lá por serem sobrinhas dela. E daí a gente começa a conversar sem parar. E depois de uns dez minutos já me sinto amiga delas. E depois de umas meia hora, estamos contando sobre coisas que eu não falo com mais ninguém nessa lista. E porque a gente fica conversando até de madrugada na escada do prédio. Ou porque, em plena noite de Natal, eu e Thaís comemos brigadeiro de panela e depois  ficamos assistindo Os Normais 2 de madrugada, quando todo mundo tava dormindo. Coisas assim unem as pessoas.

Gente, esse post tá gigante, maior que o que eu esperava. Mas eu não quero que pensem que a lista de pessoas especiais acabou por aqui. Porque tem gente como a Vivi, Laís, Ana Carol e suas neuroses, que já faziam parte do meu cotidiano. O pessoal da ONHB que é tão legal. Pessoas que conheci pela internet. Pessoas que eu vejo sempre e gosto tanto. E claro que outras pessoas também entraram nesse meu coração que já tá explodindo de tanta gente. Esse pessoal todo que me anima a viver cada dia mais. Saibam todos que amo vocês. Mesmo. É incrível isso. Não consigo ver quem de vocês amo mais. Sabe aquelas situações de "verdade e consequencia" que a gente brinca aos 12 anos? Se eu tivesse com vocês numa delas tava frita. Porque vocês são essenciais. E juntos, acho que somos todos essenciais para a humanidade, temos que provar isso, ok?


Descobri que não tem definição pra amizade. Existem aqueles recadinhos de orkut que as pessoas mandam por depoimento, mas nenhum deles tá 100% certo ou 100% errado. Existem diferentes tipo de amigos. Todo mundo precisa de um amigo que conte a vida dele pra você, um amigo que ouça a sua vida, um amigo que te faça rir, outro que você tem que fazer rir. Um amigo que seja doido e fale pra você fazer besteira. Um amigo que seja metido a correto e fale pra você ser sério. Um amigo que seja simples, e outro com mania de riqueza.. Um amigo mais bonito e outro mais feio que você. Um amigo que goste de ler e outro que goste de jogar bola. Amigos diferentes. Amigos fúteis ou nerd. Amigos profundos ou superficiais.


Pra ser amigo, basta ter um coração capaz de abrigar os outros. E isso, eu acho que todos nós temos, ou não estaríamos vivos, certo?



Porque, mesmo com características diferentes, somando tudo, todos nós temos um saldo igual. E é isso que faz de viver uma coisa tão legal.


O que faz dos seres humanos serem tão iguais e viverem tão juntos numa sociedade, é essa mania de ser diferente.

P.S.: depois de um 2009 cheio de novas amizades, transformando inimigos em amigos, sinto falta de uma rivalidade. Será que alguém se habilita a brigar comigo, hein? 8D





observação: essa foto foi no começo do ano. Tenho certeza que eu não tinha noção de como 2009 seria bom.

26 de dezembro de 2009

E lá se vai 2009 - Parte 2 - Meg Cabot

Na verdade tenho MUITA coisa pra fazer agora, mas estou tão, mas tão sem paciência, que estou aqui no blog fazendo mais uma sessão terapia. E aproveitando pra contar mais um episódio de como foi 2009. Porque se a gente reparar, o nosso dia a dia tem muito mais história que um livro, certo?

E por onde eu parei mesmo? Ah, sim, quando eu tava falando de livros, literatura e cheguei em Meg Cabot. Porque eu acho, que, tipo assim, a leitura foi feita pra divertir a gente. Se eu quiser ler algo difícil pra quebrar a cabeça eu leio um artigo científico. E é aí que a Meg entra. Porque os livros dela são super divertidos.

E pensar que no início do ano, lá pra primeira semana de janeiro, eu nunca tinha ouvido falar dela.

Então, como fã de alguém, acho que tenho o direito de contar a minha história sobre isso, certo?

Tudo começou quando na virada do ano eu quis ler Crepúsculo, porque tava todo mundo lendo e talz. O lance é que eu e minha teimosia levamos a coisa tão a sério que eu baixei os livros e deixei guardadinhos na pasta "Luma Beatriz" que tem no PC aqui de casa. Papai, mamãe e Teco - que é como chamo meu irmão - resolveram ir ver os fogos para Copacabana. Mas como eu não gosto de fogos mesmo, fiquei em casa. Sozinha. Ouvindo o especial da Claudia Leitte na Record e lendo Crepúsculo no PC. Não pense que eu sou emo, solitária ou doida. Bem, tem gente que diz que eu sou meio doida. Mas eu acho que não. Quando eu contei pras pessoas oq eu fiz no Ano Novo quase me apedrejaram. Mas eu fiquei muito mais feliz lendo Crepúsculo, ouvindo Claudia Leitte, sozinha de pijamas no meu quarto e comendo biscoitinhos amanteigados de chocolate da Bauducco do que eu ficaria se eu estivesse em Copacabana. Estou falando sério.

Bem, fiquei viciada na saga porque nunca tinha lido nada tão simples e divertido. E quis ver o preço do livro na internet. Foi nessa que entrei no submarino e digitei: "Crepúsculo". Nisso me aparece, além do livro da Stephenie, um outro, da série A Mediadora que eu nunca tinha ouvido falar. Mas li a sinopse e achei legal.
E foi aí que eu relacionei o nome da autora com a de "Tamanho 42 não é gorda" que eu tinha visto na Sisciliano  - que agora é Saraiva - do Plaza shopping outro dia com Isabela. E tipo, eu teria comprado o livro se ele não custasse uns quarenta reais, considerando que meu manequim é 42 e eu vivo discutindo coma  balança. (discutindo literalmente - eu a que tem no banheiro aqui de casa não nos comunicamos há mais de um ano por ela ter me ofendido das ultimas vezes)
Nisso eu baixo tudo e invento de ler nas férias. Pronto, virei fã da Meg. Talvez porque eu sou meio neurótica - tem gente que diz que eu sou totalmente neurótica, mas acho que não é pra tanto - e todas as personagens dela são. E quando você é uma neurótica e vê que tem gente que te entende, é superlegal.

Vou baixando um monte de livros dela, lendo tudo, vigiando a Saraiva e Submarino na internet todo dia procurando promoção dos livros dela. Entrando nas comunidades dela e de seus livros no orkut e conhecendo outras fãs neuróticas como eu.

Volto pra escola chateando todo mundo pra ler também. E descubro que ela vem pro Brasil. Pronto: o alarme fã maluca apitou.

Me preparei pra vê-la na Bienal do livro. Eu ia no domingo, dia 13,  com a minha mãe, mas a escola inventa de fazer a excursão da bienal no dia 11, que ela também tava lá.Eu armei o plano de ir na sexta e no domingo.

Saio da escola na sexta preocupada com a fila, desesperada de não conseguir falar com ela.

Eu e Ana Carol encontramos a fila gigante pra caramba e corremos pra lá. São 11 da manhã. Conhecemos muita gente na fila. Meninas neuróticas viciadas em Meg Cabot. Cara, um dia nós dominaremos o mundo. Meninas como a Bruna e a Priscila, e claro, a Marcelle, que era da nossa escola e eu nem reconheci. Só quando ela falou de São Gonçalo. Aí eu viro: "Ah, eu te conheço de algum lugar." E ela solta: "Ah, é porque a gente é da mesma escola." Abafa o caso, meus caros.

E quando eu tô entrando na cabine pra ver minha ídola - existe ídola ou ídolo é um substantivo que não varia? - quase tenho um treco. Tô falando sério. As meninas da fila pensaram que eu ia morrer porque tremia sem parar. Até o segurança dela ficou preocupado comigo, tem noção?

E quando eu entro pra pegar autógrafo, tcharam! Eu começo a gritar. O engraçado é que eu começo a gritar em inglês. Meu, que criatura brasileira em sã consciência grita em inglês quando tá nervosa? Eu devia estar muito louca. Depois Yanae me disse que o pavilhão inteiro ouviu meus gritos. Dane-se, eu tava nervosa mesmo. E eu tava com uma baita duma sorte. Porque, se você pensar, quantas pessoas conhecem seus ídolos internacionais, abraçam e conversam com eles? Quantos, hein?

E como anda minha leitura de Meg cabot? Bem, digamos que li os seis livros da série A Mediadora, os quatorze livros da série o Diário da Princesa, os três livros da série Os mistérios de Heather Wells, Pegando Fogo, Sorte ou Azar?, Ídolo Teen, Airhead, Avalon High(fofo demais, eu tenho que arrumar a continuação) e  daqui a pouco começo a ler Como ser Popular?.

Mamãe disse que eu sou meio doente, considerando que eu virei a noite de Natal lendo Avalon High, e que eu virei noites lendo toda a série de Mia Thermopolis sem parar. Mas acho que é porque mamãe não sabe o que é ser fã de alguém. Ou talvez soubesse, quando ela tinha 15 anos, na década de 80, e curtia os Menudos.

23 de dezembro de 2009

Nina & Caio, Parte VI - Final

Essa é a última parte de Nina & Caio. Estou parando por aqui antes que a história fique mais longa ainda.
Estou preparando uma nova novelinha-conto para janeiro, e pelo que eu estou bolando vai ser muito legal!!
Ah, espero que gostem do final!


Parte VI
Eu saí do carro um tempo depois feito uma idiota. O que, se você pensar, não é motivo pra me criticar, afinal, eu não estava enxergando absolutamente nada.
- Cuidado pra não cair, Nina.
- Eu não vou cair. Eu to bem. – eu falei enquanto saía do carro guiada pelo Caio.
Eu odeio ser guiada pelas pessoas. Mas o fato é que quando você é guiada pelo cara que você curte, a situação muda. Um vento passou nos meus cabelos, que eu deixei soltos e trouxe para a minha cara. E eu não fiquei falando nada, porque se eu abrisse a boca, eu ia acabar comendo cabelo. Eca.
Quando ele finalmente tirou a faixa dos meus olhos eu pude olhar onde estava. E a paisagem linda a minha frente. Eu já conhecia o lugar, uma vez tinha vindo aqui com os meus pais, quando tinha 10 anos. É, há muito tempo.
Mas são coisas que não dá esquecer. Como o verde das árvores, o céu muito azul, as criancinhas brincando e os casais de namorados. E claro, principalmente os caras que saltam de asa delta. É tão legal, eles parecem...pássaros, sei lá. E mesmo eu não gostando muito de pássaros(podem me apedrejar, mas eu acho eles sem graça,) é muito legal.
- Imagino que você já tinha vindo aqui antes. – foi o que o Caio falou.
- Pra ser sincera, já. Mas eu era pequena. Me lembrava pouco. Eu gosto daqui.
- É, meio a sua cara. Sempre quer estar por cima, no controle, sabe?
Nós rimos.
- Não necessariamente. – eu disse. – Mas dá uma certa sensação de poder ver tudo de cima, você não acha?
- Uhum, dá um pouco, nem tanto. Eu não estou me sentindo o Super-Homem.
- O problema é com você então. Eu me sinto a Mulher Maravilha. – brinquei. – O engraçado é que eu gosto tanto daqui, e nunca mais voltei. E é tão perto de casa. Como a gente se acomoda às coisas, não?
- Então, preparada para a surpresa?
- Como assim? – eu falei meio desligada, olhando para Baía.
- Eu pensei que você sonhava em voar de asa delta.
O quê? Eu ia voar de asa delta? Há! Era essa a minha surpresa? Fala sério, o Caio não é um amor? Óbvio que ele é. Tipo, nem a minha mãe nunca deixou eu voar de asa delta. Ela dizia que era coisa de maluco gastar dinheiro pra pular de um lugar alto pra caramba e sentir medo. O lance é que a minha mãe nunca entendeu que eu não tenho medo de altura. Eu gosto. E depois, com o tempo eu acabei me esquecendo dessa vontade.
- Como você sabia?
- Ah, Nina, você falou outro dia, quando a gente estava saindo da faculdade, não lembra?
Eu virei pra olhar pra ele. O tempo todo eu estava olhando em direção a cidade do Rio.
- Eu não lembrava de ter te falado isso. Eu to sem palavras, sério.
Tipo, quanto que era pra voar de asa delta? Barato não deveria ser. Não mesmo. E eu nem era namorada dele nem nada. Tipo, mesmo se eu fosse namorada dele(vai sonhando, Nina) ele pagaria um salto de asa delta pra mim, pagaria? Porque eu não conheço ninguém que tenha ganho um vôo de asa delta do namorado.
Logo depois a gente saltou dali. Foi muito bom. Eu senti aquele poder que eu tinha contado para o Caio mais cedo. A paisagem do Parque da Cidade de Niterói é realmente deslumbrante. E quando você sai dali voando é realmente muito bom. Mas eu acho que não consegui aproveitar a emoção de voar tipo, 100%. Porque eu ainda estava preocupada sobre o porquê do Caio ter preparado essa surpresa pra mim.
Mas eu não quis perguntar nada sobre isso. Sei lá, não me deu vontade. Ou eu só estava meio chocada com tudo, tanto faz.
O resto do dia foi legal. Peraí, correção: MARAVILHOSO! O sol estava menos quente que nos outros dias típicos e a gente ficou ali, conversando e tomando água de côco. Sentados onde os caras da asa delta saltam, mas agora eles não estavam aqui porque não tinha mais vento suficiente pra isso nesse horário.
Legal é que daqui de cima a gente não percebe que a Baía de Guanabara é um monte de esgoto. Parece que é uma baía limpa. Uma ilusão que é boa da gente ter de vez em quando. E um pássaro pousou do nosso lado. E eu, que não gosto muito de pássaros, achei aquele bonito. Com penas verdes e vermelhas. O assunto parou e nós dois ficamos admirando aquele passarinho. Eu percebi que mesmo eu achando os pássaros sem graça, ele poderia voar quando bem quisesse, sem precisar de asa delta. Invejei ele.
- Deve ser legal ser um pássaro né? Poder voar quando quiser. – Caio disse como se estivesse lendo minha mente.
- E também poder pousar nos cabos de eletricidade sem levar um choque mortal. – completei.
Caio deu uma risada e o pássaro saiu voando. A gente se olhou. E foi aí que ele me beijou. Algo meigo, se você não é eu. Mas se você é eu, é algo extremamente, altamente fofo. E mágico. Porque eu duvido que outra pessoa conheça um cara ao mesmo tempo tão gato e tão legal quanto Caio, que leve ela pra voar de asa delta. Duvido mesmo.
Acho que eu poderia ter ficado ali pra sempre, sentindo a brisa marítima, beijando o Caio, e ouvindo aquelas musiquinhas irritantes que os pássaros cantam.
Poderia se nesse momento, eu não ouvisse:
- Nina?
E foi aí que, espantada, olhei pra trás e dei de cara com Marcos. É, o meu chefe que queria que eu fosse pra Ponte cobrir o manifesto dos ativistas do Greenpeace.
Ele olhou zangado pra mim e falou:
- Segunda-feira você pode ir lá no jornal buscar suas coisas. Você não trabalha mais com a gente.
Mas, por mais estranho que pareça, eu nem liguei. Aquele jornal é muito chato mesmo.
- Tá, tudo bem. – disse sorrindo.
E voltei a beijar o Caio.
FIM



19 de dezembro de 2009

E lá se vai 2009 - Parte 1

Engraçado que, pela primeira vez na vida, estou tendo projetos para o ano seguinte. Estou revendo 2009, pensando em 2010. Estranho é que eu NUNCA fiz isso!! Nunquinha! Sempre fui contra aquele verso de Epitáfio, que diz que o acaso nos protege enquanto estamos distraídos. Eu nunca confiei no acaso, nunca confiei no destino. Sempre disse pras pessoas correrem atrás do que querem e ponto final. Mas hoje eu olho pra trás e vejo que essa ausência de planos e objetivos a vida inteira, fez com que eu fosse uma pessoa contraditória. Porque, uma pessoa sem planos, é vítima do acaso. 


Quis listar algumas coisas que me aconteceram esse ano. às vezes me parece que ele não foi tão significativo, mas olhando bem, foram tantas coisas!


1 . Inventei de escrever. Passei as férias sem ter o que fazer, e comecei a ler muito. Como tudo isso começou? Uma longa história, mas vamos lá. 


Em maio de 2008(é, ano passado), no aniversário de Bel, Amanda e Bruno começaram a falar de Harry Potter, e eu me senti boiando. Afinal, eu mal tinha assistido os filmes! Decidi então que ia ler Harry Potter pra nunca mais ficar boiando quando alguém tocasse nesse assunto. 


Pedi emprestado a Amanda o primeiro livro da série, queria ler tudo na ordem. Ela me emprestou e em três dias eu li tudo. Hoje em dia, em três dias eu leio muito mais, mas naquela época, ler quase 300 páginas em três dias pra mim era um recorde.


Depois veio o problema, ninguém tinha o segundo pra me emprestar. Todo mundo que tinha lido o segundo, tinha sido emprestado com alguém que eu não conhecia. 


Parei então no primeiro livro. Mas lá pra setembro(de 2008 ainda) abriu a biblioteca lá da escola, e eu inventei de ler de novo. Li muito Agatha Christie. Afinal, Isabela vivia falando de Agatha Christie isso, Agatha Christie aquilo. Na verdade, eu era tão por fora do assunto Agatha Christie, que eu imaginava que ela era uma escritora adolescente. Mas na verdade a mulher tinha vivido no começo do século, tinha morrido na década de 70, e escrevia mistérios do tipo "quem matou". É, nada a ver com o que eu imaginava. 


Depois juntei uma grana, comprei outros Harry Potter. Quando chegou a febre Crepúsculo, eu inventei de baixar e-book da internet. Viciante.Li muita coisa made in net.


No início do ano, a nova professora de português mandou a gente escrever uma narração, e ela gostou do meu texto sobre uma pintura de Van Gogh. Nunca ninguém tinha elogiado uma redação minha. Quis progredir. Inventei de escrever também.


Nunca gostei muito de poesias, nem de nada com linguagem difícil. Acho que leitura é pra se divertir. Se eu quiser ler palavras difíceis, leio um artigo científico, poxa!


Comecei a escrever meu livro. Nada que eu não entendesse. Queria fazer um mistério, algo policial. Mas eu não entendo nada de polícia, meu livro iria ficar uma droga! Fiz um romance de linguagem simples, adolescente, algo que eu leria. Lembrei da Débora do curso de inglês, que uma vez disse que uma pessoa precisa plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Acho que eu já tinha começado a fazer a minha parte em relação ao livro.


Outra pessoa que me manda energia positiva pra escrever o livro é a tia Gleysa,mãe de Carol. Ela diz que eu pareço a Clarice Lispector, e mesmo eu tendo odiado " A hora da estrela", acho que isso é um elogio.


Minha grande inspiração, ídola e o que eu quero ser quando crescer é tipo a Meg Cabot. Ela mostra que escrever, é pra se divertir e divertir os outros. Mas aí, já é assunto pra outro post.


ps.: Tentei escrever isso apenas no meu diário comum, mas não consegui, acho que precisava dividir essas histórias com o mundo.

17 de dezembro de 2009

Nina & Caio, Parte V

Parte V


Acordei deitada no sofá. Bem, e o rosto do Caio estava ali olhando pra mim. Tá, eu deveria estar sonhando. Mas eu pisquei de novo, esfreguei os olhos e lá estava ele, lindo como sempre, olhando pra mim, naqueles olhos simples e castanhos. Engraçado que as pessoas sempre idealizam olhos azuis ou verdes como os mais bonitos. Mas os olhos simplesmente cor de avelã do Caio eram, sem dúvida alguma, mais bonitos que qualquer par de olhos azuis ou verdes.
- Nina, você tá bem?
- Quê?
- Eu perguntei se você está sentindo alguma coisa.
- Ah, to sim.
- Sério, o que você sente? – ele perguntou preocupado.
- Não, o “to sim” quis dizer que “sim, eu estou bem”. – expliquei ainda meio confusa
- Talvez seja melhor levá-la ao hospital. – foi o que eu ouvi uma voz de mulher falar.
Mas que diabos de voz de mulher era essa que não estava em meu campo de visão?
Caio me levantou para que eu pudesse ficar sentada no sofá. E foi aí que eu vi Marina ao meu lado.
- Eu já disse que estou bem! Mas que droga! – e me levantei.
O problema é que assim que eu me levantei tropecei. E quase caí. Mas aí o Caio me segurou e não deixou que eu caísse de costas no chão. Sexy, não? Bem, seria sexy se minha cabeça não estivesse explodindo de dor. Ah, e claro, também o fato de Caio chegar aqui em casa às oito da manhã também não ajudou muito. E por falar nisso...
- Hei, Caio!
- Que foi?
- Que diabos você está fazendo aqui às oito da manhã?
Eu sei que não deve ser muito certo virar pro cara que você curte e perguntar que diabos ele está fazendo na sua casa. Mas são oito da manhã em pleno sábado, então acho que eu estou nesse direito.
- Eu falei pra você que ia passar aqui às oito.
- Mas da manhã? E se eu tivesse dormindo?
- Por isso eu te avisei, caramba. Você pensou que fosse o quê, oito da noite?
Ótimo, agora eu estou indo encontrar meu chefe e me juntar aos ativistas do Greenpeace que estão lá no vão central da Ponte. Talvez eu decida me jogar de lá.
Quando a gente não sabe o que fazer, tem que improvisar, certo? Pois é aí que entram os meus planos B, C, D e aí por diante. Comecei a tossir. Tossir, tipo assim, muito mesmo.
Sentei de volta e olhei pra janela.
- Calma, Nina. – Caio começou a falar, mas eu não parei de tossir, acho que não estava preparada para ouvi-lo – Olha, eu acho melhor a gente ir ao hospital.
E foi mais ou menos a essa hora que Fernanda chegou lá no apartamento.
- Oi, gente. Caio, que legal que você está aqui!
Como assim, “Que legal que ele está aqui”? Quem tem que achar bom ele estar aqui sou eu. Ela passa a noite fora com o namorado dela e quando chega vem em cima do cara que EU gosto e fala que é “legal” ele estar aqui? Qual é a dessa cachorra afinal? Eu ainda não entendo como ela e Marina podem ser primas, fala sério.
 - Fê, acho que o legal é você ter chegado agora. – disse Marina. – Nina bateu com a cabeça, desmaiou. Sei lá, você já tá quase se formando. Deve entender.
- Claro, claro.
Odeio Fernanda se sentindo a inteligente. E daí que quando ela passou pra Medicina foi em segundo lugar na classificação geral? Não to nem aí.
Ela ficou me fazendo umas perguntas idiotas sobre o que eu sentia e tal. Depois disse pra eu não dormir, que podia ter tido uma concussão.
Mas a minha teoria diz que ela estava errada. Ela, Caio e Marina. Porque creio que meu desmaio foi devido a causas emocionais. Bater a testa na janela não causaria um desmaio. Eu sou cabeça dura. Figurativamente e literalmente.
- Eu não tive uma concussão, que droga! Minha cabeça nem tá doendo direito! – gritei.
- Ok, ok, não está mais aqui quem falou. – Fernanda disse e foi lá pra dentro.
E realmente segundos depois não estava, amém.
- Eu tenho ainda muito o que fazer. – resmunguei.
- Ótimo, então você está pronta? – Caio me perguntou.
- Pronta pra quê?
- A gente ia sair, esqueceu? Perdeu a memória, foi? – ele soltou uma ironia.
Foi aí que eu me lembrei:
- Ah, tá. Eu...não sei. Mas acho que estou.
Ótimo, ele não me ama mesmo. Porque senão ele estaria aqui às oito da noite e não às oito da manhã. E quanto a vovó? Ela estava bem. E o trabalho o resto do grupo que fizesse. Eu sempre carrego todo mundo nas costas, hora da vingança.
- Só deixa eu trocar de roupa, ok?
- Por quê? Você está linda!
Linda, eu? Caio disse que eu estou linda? O que esse cara quer comigo afinal? Matar do coração?
- Tá, então, eu já vou.
Peguei minha bolsa e saímos.
Dentro do elevador que eu comecei a pensar sobre onde a gente estava indo.
- Caio, onde que a gente vai agora?
- É uma surpresa para você.
- Ah, tá.
O mais engraçado é que eu estava tão confusa com as coisas que aconteceram nos últimos minutos, que nem me preocupei em ficar ansiosa. Eu só queria me livrar dos problemas. Queria que o dia acabasse logo, com tudo resolvido da melhor forma possível. Seria pedir muito? Talvez para a Nina aqui seja, né?
Ele abriu a porta do carro pra mim, o que eu acho uma atitude extremamente machista, porque tem subentendida uma mensagem que os homens fortes e mulheres frágeis, ridículo.
Mas eu não falei nada, porque existem coisas muito mais sérias a serem discutidas e eu não tava a fim de falar nada.
- Deixe-me vendar seus olhos.
- O quê? Você tá louco?
- Ah, você não vai implicar, vai?
Na verdade eu ia, mas eu não tinha nada a perder. Ou tinha?
- Tá, tudo bem. – ele vendou meus olhos com uma faixa – Vai demorar? – perguntei com um sorriso. Acho que já havia sido muito mal humorada por hoje.
- Não, daqui a pouco a gente chega.
- Tá legal.
E comecei a rir com aquela situação toda.

15 de dezembro de 2009

ONHB - Unicamp

Sei que preciso postar Nina & Caio, já tem praticamente uma semana a última parte, mas esse fim de semana foi tão especial, tão legal na minha vida, que não tenho como não postar!




Foi a final da 1ª ONHB - Olimpíada Nacional de História do Brasil na Unicamp, em Campinas. Uma viagem fantástica e divertidíssima.
Quero listar aqui alguns momentos e observações importantes em meio a essa grande aventura:

1 - Larissa e sua vaca. Larissa queria muito comprar uma vaca no Colheita Feliz, tava juntando dinheiro há um tempão. Ela queria usar logo o computador pra comprar a vaca e jogar. Mas a professora Marisa disse que antes de parar na pousada, a gente iria no shopping. Larissa queria logo ir embora do shopping pra ir pra casa comprar a vaca. Quando a gente entra no shopping, Larissa fala bem alto: "Vamos rápido, que eu ainda tenho que compar uma vaca!"

2 - Eu, Vivi e o cartaz para o pessoal da Impacto 003, de Natal-RN. como eles não puderam ir, decidimos fazer um cartaz para tirar foto e mandar pra eles. O problema é que a gente chegou sexta a noitinha e não teve tempo de ir a lugar nenhum. No bairro de Barão Geraldo, em Campinas, só existe casas e restaurantes, nem sinal de papelaria. E olha que lá tem uma universidade! Eu e Vivi ficamos rondando o shopping atrás de papelaria, pra comprar uma cartolina branca, piloto preto e vermelho - algo super flamenguista, eca!




3 - Tomar milk shake. Podem me zoar, mas eu nunca tinha tomado milk shake na vida! E descobri que é muito gostoso!!

4 - A pizza de Campinas é o que há. Massa fininha, muito recheio e a muzzarela por cima. Aquela pizza me conquistou.

5 - Sotaque do interior paulista é o máximo. Aqueles "r" de caipira são muito comédia. toda vez que alguém falava eu tinha que segurar a risada. Po, aqui no Rio ninguém fala assim! O mais engraçado é ir pro shopping e ver aquele monte de patricinhas falando "porrrrta" rs

6 - A quantidade de emos é surpreendente. É emo demais! Deve ser a maior densidade demográfica de emos do país!! O lance da emotividade tava tão em alta que até o ônibus era emo. Ele tinha freio sensível - foi o que o motorista disse - e chorava!- na verdade era tipo uma goteira que tinha dentro do onibus por causa do ar condicionado.

7 - Jogar queimado na chuva não tem preço! A gente ficou jogando queimado no asfalto, em plena rua, em chuva torrencial. Lá as ruas são tão tranquilas que só apareceu um carro pra perturbar a gente!




8 - As frutas de Campinas são mutantes. Elas são muito bonitas, devem ter muito agrotóxico! As maças são muito vermelhas -  que nem as que mamãe custa a achar aqui e que eu gosto muito - e as bananas são 100% amarelas, não têm nenhuma pintinha!!!

9 - Dênis e Davi me fizeram rir muito! Cantaram Nosso sonho, do Claudinho e Buchecha, durante as 60 horas de viagem, sem parar. Ninguém aguentava mais: "Gatinha, quero te encontrar..."

10 - O brigadeiro da Tayane. Muito bom, ela faz no ponto, o meu sempre cria bolinhas duras e queimadas.

11 - Quatro e meia da manhã, a gente há praticamente 48 horas sem dormir. Estávamos bêbados de sono. Parecíamos drogados, mas era só sono mesmo. Ríamos o tempo todo, sem motivo algum. Eu, Tayane e Larissa chegamos a rir rolando no chão da área de serviço só por rir. Talvez fosse a Sukita.

12 - Os livros da Meg Cabot na Fnac. Muito baratos! Adoro livros, adoro promoção, adoro Meg Cabot. Os três juntos? Amo muito.

13 - Conhecer o pessoal de outros lugares. Uma mistura de sotaques surpreendente!



14 - Jogar mímica e presidente na garagem em plena madrugada é bom demais. Ri muito!

15 - Quando se junta 20 adolescentes entre 15 e 17 anos, uma coisa é certa: Ninguém dorme! E ninguém dormiu!

16 - Lá tem refrigerante de 3,3litros. Superrrrrrlegal, né?


10 de dezembro de 2009

Texto de Teco

O texto que vou colocar abaixo foi feito pelo meu irmão. Este foi um texto sobre o relacionamento entre pais e filhos que Teco(como eu chamo ele) fez para um teste de redação da escola. É bom que vocês compreendam que o autor só tem 12 anos e está na quinta série - sexto ano - então, existem alguns erros já que vou copiar na íntegra. O porquê de eu colocar o texto aqui?
Leiam e saberão:

O relacionamento com a sociedade


O relacionamento dentro de casa pode influenciar na relação com a sociedade como por exemplo, se a criança for mal-tratada a tendência é que ela seja violenta na escola nas ruas, se revolta em casa pelo menos é o meu ponto de vista.
Mas tem gente que acha o seguinte que a criança pode ser mal-tratada em casa mas se ela é violenta fora de casa fala que a criança é um capeta que já nasceu ruim fala, que a criança é tudo de ruim.
Também tem gente que fala que a criança ou adolescente reflete nos pais se os pais são bons ou ruins e etc.
E eu concordo eu acho que devia existir mais amor e carinho entre pais e filhos.


Talvez eu não seja a única neurótica na família..

8 de dezembro de 2009

Nina & Caio, Parte IV

Parte IV

Acordei com o despertador tocando. Definitivamente minha vida não é nada fácil, não mesmo. Por exemplo, em pleno sábado, um sol lindo lá fora, eu tenho que acordar cedo. Ah, tá, você não entendeu o porquê de “o sol lindo” estar relacionado com não acordar cedo? Simples, sol lindo é sol quente, o que é um aviso divino para que eu me mantenha trancada no delicioso e gelado ar condicionado do meu quarto. Acho que eu não deveria morar no Brasil. Devia morar na Islândia. Um sol a mais de 30ºC, antes das oito da manhã – isso em horário de verão, na verdade antes das sete da manhã – não é pra mim.
Desliguei o despertador e levantei da cama. Afinal, tenho que ir à luta. Um longo dia me espera!
Tomei logo um banho gelado, para que o sono fosse embora, coloquei um short jeans e uma regata. Tá, eram 7:20. Eu iria arrumar a minha cama depois– se a Ju não tivesse na cama ao lado, completamente apagada, eu faria isso agora – então era só tomar café da manhã, pegar meu notebook, verificar meus e-mails, fuxicar um pouco o Orkut do Caio(ainda bem que o meu não acusa!), e começar a fazer a minha pesquisa para o trabalho. Depois eu mando a minha pesquisa pra Ana ir fazendo a parte dela. Aí já vão ser umas 10:00. Ligo pro salão, marco hora lá pras 16:00. O que me dá 6 horas para ir em Nova Friburgo, visitar a vovó no hospital e falar com o papai que tá lá com ela. Talvez dê tempo de passar em casa pra almoçar com a mamãe. Tá, é isso que eu ia fazer.
Abri os e-mails, nada de importante. Enquanto eu estava vasculhando o Orkut do Caio, Marina levantou. Ela colocou o café para ser feito na cafeteira e sentou-se ao meu lado.
- Nossa, você já levantou! Isso é ansiedade?
- Não, Mari, muita coisa pra fazer mesmo.
Nisso meu celular começa a tocar. Quando que eu vou ter um pouco de paz, santo Deus? Peguei o telefone e atendi. Era o Marcos, meu supervisor no jornal, dizendo que eu deveria ir para lá agora. Ele está louco? Eram 07:50!
- Nina, uma multidão de ativistas do GreenPeace interditaram a Ponte-Rio-Niterói! Vai pra lá.
- Mas, hoje eu não posso!
- Pensei que você estivesse lutando para subir de carreira em algum lugar. Você não quer ser jornalista, cobrir matérias? É isso que a gente faz. Passo aí pra te pegar em vinte minutos.
- Mas, Marcos, você não entende. – fiz uma voz tristonha. – A minha avó está entre a vida e a morte. Essa noite meu pai me ligou dizendo que ela havia piorado. Ela quem me criou. E como se fosse minha mãe. Eu vou lá falar com ela hoje. – agora fingi uma voz desesperada de choro – Se eu for com você, ela pode morrer sem ter falado comigo! E aí, eu posso virar uma suicida!
Acabou que o Marcos entendeu e me liberou.
- Pensei que a sua avó já estivesse fora de perigo. – Mari me disse.
- Ah, mas ela está. Deve ter alta essa semana. – respondi rindo, mas com os olhos fixos no computador.
- Você não presta! – ela resmungou rindo e foi em direção à cozinha.
Nesse exato momento o interfone tocou.
Marina atendeu e falou com cara de surpresa para quem estava na portaria:
- Uhum, ela tá aqui.
Então ela passou pra mim e sussurou “Caio”.
O quê? O Caio estava lá embaixo? Mas são oito da manhã? Será que ele desistiu? Será que aquele não era ele, agora ele acordou desesperado e veio pedir desculpas? Quero dizer, ele pode ter um irmão gêmeo do mal que eu não conheço ou então um espírito maligno pode ter se apossado de seu corpo! É isso, nada de Caio para a pobre Nina aqui.
- Oi -  respondi meio que chocada.
- Ah, Nina, são oito horas. Está pronta?
O quê? É isso? Esse idiota, imbecil, desgraçado veio aqui às oito da manhã? Quem ele pensa que é? Quem ele pensa que eu sou?
- Ah, peraí. – olhei em direção à janela e vi que a Marina estava pendurada olhando pro carro dele lá embaixo. Soltei o interfone e fui parar ao lado dela. Foi aí que eu vi aquele carro azul marinho dele lá embaixo. E também foi aí que eu simplesmente desmaiei.

7 de dezembro de 2009

Falta pouco pro Natal!

Não adianta, mais um ano se acabou. Agora os shoppings estão super lotados de pessoas se individando para o próximo ano, os supermercados estão lotados de gente comprando um monte de coisa gostosa pra comer no Natal e no Ano Novo. 
As pessoas que trabalharam arduamente o ano todo pelo seu décimo terceiro já está gastando o que recebeu com dívidas acumuladas ao longo de 2009.
Os pobres frangões(tipo chester), perus e leitõezinhos estão no corredor da morte. E as pessoas querem emagrecer para a Noite Feliz, quando engordarão tudo outra vez.
Mas algumas coisas mudam. 
A musiquinha "Já é Natal na Leader Magazine..." em ritmo natalino, que embalou a minha infância não existe mais. Agora os publicitários quiseram mudar o ritmo da musiquinha que embalou nossas vidas para uma espécie de "hip hop". A letra do "Já é Natal na Leader Magazine, ..." continua, mas sem aquele jeitinho de Natal não é a mesma coisa.


Papai me fez montar a árvore de Natal o mais rápido possível. A gente sempre monta em 26 de novembro, mas esse ano eu(que sou a responsável por esse trabalho), fiquei enrolando. Aí me vem papai dizer que "quando a família passa o Natal sem árvore montada algum membro dela morre". Então significa que se a gente monta a árvore é garantia de vida? Papai e suas supertições.


Ah, Natal também me lembra papai Noel, o símbolo de como o mundo é afetado pela publicidade. Na sexta série, eu fiz um trabalho sobre A História do Papai Noel, e descobri coisas muito interessantes. Como que, até a década de 1930, o papai Noel usava roupa azul. Mas a Coca-cola fez uma propaganda dele usando vermelho e a imagem ficou assim até hoje. Curioso, não?
Devido a isso, pobres velhinhos que fazem trabalho temporário em shoppings estão utilizando roupas quentes e pesadas, com uma barba que deve incomodar pra caramba, nesse verão carioca onde os termômetros giram por volta de 40ºC!


As famílias se juntam na noite feliz com várias razões. Pode ser para falar mal de quem não está perto, pode ser para beber, comer e chatear as pobres crianças. A partir daí surgiu a minha teoria. Os pais subornam as ingênuas crianças com presentes.


Fala sério, pergunte a uma criança o que é bom no Natal. Ela vai dizer "ganhar presente". Talvez brincar com os primos. Como os pais bebem até ficarem chatos e ignoram o universo infantil, a estratégia de dar presente serve como um "cala a boca e me deixa em paz!". Logo as crianças já aprendem desde cedo a serem adultos corruptos que se vendem facilmente. Até as comidas de Natal não satisfazem as crianças. Elas não gostam de peru, panetone, avelãs, etc. Alguém faz bolo de chocolate, brigadeiro, cachorro quente ou hambúrguer? Não, ninguém faz!


Eu tenho muita coisa sobre Natal para desabafar aqui, mas não vou postar agora senão o texto vai ficar grande demais.


Além disso tenho muita coisa pra fazer, como terminar de escrever Nina& Caio, arrumar meu quarto, terminar as leituras empacadas e ainda ir na casa lotérica para a mamãe. 


P.S.: esse blog nunca que vai conseguir ser sério e decente, tsc tsc...

2 de dezembro de 2009

tive que postar

Eu estava tentando fazer disso aqui um blog descente, com coisas inteligentes.
Tá, nunca vou conseguir fazer disso um blog inteligente, fato. Porém tô tentando postar historinhas e ver se faço algo que preste aqui.

Mas não posso me esquecer que o nome disso aqui é "Pensamentos de Luma", então eu tenho direito de postar uma observação que meus neurônios fazem de vez em quando.

Bem, o fato é o seguinte:

Hoje eu estava lá, assistindo televisão com a minha mãe. Aí começa a propaganda das Casas Bahia dizendo que esse ano eles vão montar a Super Casas Bahia no Riocentro pro Natal desse ano, que nem fizeram ano passado. Então lá estava o Evandro Mesquita- garoto(ou coroa?) propaganda do comercial - falando sobre esse paraíso do consumo das donas de casa das classes C e D da sociedade, que se privam de seu suado dinheirinho com um monte de prestações. Mas ao fim de tudo o cara solta a seguinte frase: " E VOCÊ AINDA PODE GANHAR BRINDES DE GRAÇA!"

Qual é o nome daquela figura de linguagem mesmo? Deixa eu pensar... (algum tempo depois)..

Tá, ainda não lembro e pedia ajuda à mamãe mas ela também não lembra, mas é aquela de redundância, sabe? Pois é, essa aí mesma. Porque: analisamos o que o cara falou:

1. Se você GANHA alguma coisa, essa coisa é de GRAÇA, não é mesmo? Logo ela é um presente ou um BRINDE.

2. Se você recebe um BRINDE é porque você GANHA ele. E se você GANHA, é porque saiu de GRAÇA, você não pagou nada por ele, ok?

3. Quando uma coisa é de GRAÇA, você não compra, você GANHA. E como você ganha, é um presente. E o que é um BRINDE senão um tipo de presente?


Fala sério, esses publicitários precisam estudar português!!!

P.S.: e eu também. E eu também... qual o nome daquela figura de linguagem? Isso foi minha matéria do ano passado!!

29 de novembro de 2009

Nina & Caio, Parte III

Parte III

Entrei em casa cantando feito uma idiota. Só não me lembro agora qual era a música. Mas era uma música bem ridícula, não estou brincando.

Como entrei pela porta da cozinha, fui direto lavar as mãos na pia e depois pegar um copo de água na geladeira. Acho que pelo fato de ter me escutando entrar em casa e pior, cantando, Marina veio lá de dentro falar comigo.

- Posso saber o que aconteceu? – ela perguntou enquanto saía do corredor, chegando à cozinha.

- A melhor coisa do mundo, Mari! – respondi sorrindo.

- Oh, meu Deus, acabou a fome no mundo? Fidel Castro morreu? Acabou o talibã?

- Não, melhor!

Lavei o copo que bebi água, coloquei no porta-copo e fui andando em direção à sala. Marina veio atrás de mim:

- Me conta logo criatura!

- Amanhã eu vou sair com o Caio! – eu disse suspirando enquanto caía no grande pufe laranja que havia no canto, ao lado da televisão.

- NÃO ACREDITO! HÁ! – ela gritou.

- Eu que vou sair com o cara que eu amo e você que grita?- dei uma pausa. – Peraí, tem alguém em casa?

- Tem eu e você, Nina.

- Não, eu quis dizer além da gente, né?

- Não. Mas me conta como foi isso. Eu sabia que uma hora ele não iria resistir a ti, amiga!

Esse “ti” da Marina é tão fofo! Nessas horas eu queria ser gaúcha que nem ela, só pra falar “ti” desse jeito.

Me levantei e contei à Marina. Quero dizer, contei que eu tinha vindo de carona com ele e que depois ele me chamou pra sair e tal. O lance é que eu contei encenando.

- ... aí ele não acreditava, sabe? Ficava falando “quero dizer” toda hora, uma coisa tão meiga!

- Você tá parecendo uma menina de doze anos! – ela deu uma risada.- Mas e aí, você ficaram?

- É, não. – eu disse desanimada enquanto caía no sofá. – Ai, vai ver é isso, Mari!

- Isso o quê?

- Ele não me chamou pra sair, sair mesmo, quero dizer, do jeito que eu gostaria. Vai ver ele me chamou pra sair porque quer me mostrar algum lugar mesmo, mas sem romantismo, só como amigos, sabe?

- Não to entendendo, Nina.

- Como não? Ele não me chamou porque se interessa por mim. É isso, ele só me quer como amiga mesmo. Porque senão, vai ver ele teria ficado comigo, sabe como é.

- Você ta viajando.

- Não to nada. Mas pensa comigo, se...

Nessa hora fui interrompida pelo telefone que tocava. Marina se levantou e foi atender:

- Alô? – pausa – Ah, oi. – pausa – Não, ela já está dormindo. – É tia, a senhora sabe como é. Medicina é super cansativo, a Fernanda tem que dormir sempre que dá, coitada. – pausa. – Pode deixar que eu aviso a ela. – pausa – Uhum, não se preocupa, amanhã ela te liga. – pausa – Fica tranqüila, tia, não vou me esquecer. Ah, e manda um beijo pra mamãe. – pausa – Beijo, tchau.

Ela desligou o telefone.

- Onde que a Fê está afinal?

- Ah, hoje ela não dorme em casa. Saiu com o Miguel.

- Coitada da sua tia. Não entendo como vocês duas conseguem ser tão diferentes sendo da mesma família.

- Nem eu entendo, Nina.

- Ok, voltando ao assunto. – continuei falando enquanto fui à cozinha e voltei com uma maçã. – Isso não está certo. O comportamento do Caio, quero dizer. Ouve bem Mari, eu já tive cinco namorados, isso desde os 13. Sem contar o que não se tornou oficial. Eu tenho experiência nisso, sabe?

- Vai começar com neurose de novo?

- Não é neurose. É que você é muito nova. Acha que o mundo é um conto de fadas. – dei uma mordida na maçã e continuei falando de boca cheia – Ele é um homem, amiga. Tem 25 anos.

- Eu não sou nenhuma idiota. Não é porque eu tenho 17 e nunca tive um relacionamento duradouro que eu não entendo nada.

- Ah é, você vê novela.

- Não tem graça nenhuma, Nina. Vamos acabar com isso e ir dormir porque já são meia-noite e eu tenho um monte de coisas pra fazer amanhã.

- O que você vai fazer amanhã? – perguntei. Afinal, desde quando Marina têm algum programa nos fins de semana?

- Eu tenho que... que... visitar minha tia. Não a mãe da Fernanda. A minha tia por parte de pai.

- Eu não sabia que você tinha parentes no Rio.

- Tá vendo? E você acha que sabe de tudo. Minha tia mora na Tijuca.

- E você sabe chegar lá? – perguntei.

- Sei, eu me viro.

- Tá legal. Tá, vou tentar dormir né? Amanhã tenho que ver a vovó no hospital, adiantar um trabalho, marcar hora no salão, porque eu estou péssima.

- Ah, é você está péssima, ta mesmo. O que é isso? Ah, é você tem um fio de cabelo em pé, uhum. – Marina me disse com ironia e foi pro quarto dela.

Depois disso tomei meu banho e fui dormir. Fernanda não iria dormir em casa. E Juliana estava fora também, o que significava o meu quarto só pra mim! Eba!


P.S.: Sei que essa história está chata pelo fato de eu estar explicando muito a vida da Nina e com o Caio aparecendo pouco. Mas isso é importante para que entendam como é a rotina da Nina, como é a personalidade dela.

23 de novembro de 2009

Nina & Caio, Parte II

Gente, aí vai mais um pedacinho de Nina & Caio


- Quer sair comigo?


Parte II

- Hum, quê?

Eu me fingi de desentendida e comecei a tirar o cinto de segurança. É porque vai que eu invento de sorrir e correr dizer um sim e ele tava zoando com a minha cara. Isso acontece em filmes adolescentes, eu já assisti.

- Eu tava pensando se você queria sair comigo amanhã, sabe?

Eu tentei juntar as idéias. Peraí, o Caio realmente estava me chamando para sair? Isso REALMENTE estava acontecendo? Acho que como eu fiquei parecendo uma idiota ele continuou, meio que se justificando:

- É que eu conheço um lugar que é a sua cara, Nina. A sua cara mesmo. E aí eu achei que seria legal você conhecer. Porque você gosta de lugares assim. – ele parecia nervoso. – Quero dizer, eu acho que gosta. Quero dizer, de lugares como esse que eu conheço. E, não precisa se preocupar, é como amigos, mesmo. Quero dizer, como amigos, sabe? E...

- Seria ótimo. – eu respondi sorrindo.

Ele estava nervoso. Por estar falando comigo! Isso não é fofo? E ele disse “quero dizer” várias vezes. Ótimo, isso significa que se eu quiser, eu posso ficar no controle da relação. É, eu é quem mando. Tá, isso soou maquiavélico. E não é porque O Príncipe, de Maquiavel é o meu livro preferido que eu sou maquiavélica. Eu sou uma pessoa sociável e de bom coração. Sou mesmo.

- Tá, que horas eu posso passar aqui pra te pegar então?

- Ah, não sei, que horas pode ser pra você?

- Às oito? – ele perguntou.

- Ótimo pra mim.

Me inclinei e dei um beijo no rosto dele:

- Te vejo amanhã. – e saí do carro.

Enquanto eu estava na portaria do prédio, dei uma olhada pro carro dele, que ainda estava parado na calçada. Ele sorriu pra mim pela janela aberta. Sorri de volta e entrei no prédio.

- Seu Pedro, não está uma linda noite? – cumprimentei o porteiro, um senhor de uns 60 anos, baixinho e bigodudo, porém simpático.

- Com certeza. Cheia de estrelas. – ele me respondeu.

Entrei no elevador e fui até o apartamento, sorrindo feito uma criança boba. Fala sério, EU NÃO SOU A PESSOA MAIS SORTUDA DA FACE DA TERRA?

21 de novembro de 2009

haapy birthday?

hoje é meu aniversário e eu fui nos jornais online ver qual o tipo de noticia que havia hoje.
Sério, eu devo ser muito azarada mesmo!

O Globo online Brasil:
- Aluna é suspeita de envenenar água dos professores em MG
- Piloto de avião agrícola bate em fios e morre no RS
- Câmera flagra PM agredindo motociclista em SC
- Jovens descobrem que foram trocados em maternidade de SP
- Chuvas e vendavais deixam 8 mortos no sul do país
- Sepultura é violada em ritual religioso no RS
- Ladrões instalam explosivo em empresa na BA
- Bandidos usam granada para roubar carro forte em PE

preciso postar os outros sites?

Acho que vou ali fazer uma oração, cara..

14 de novembro de 2009

Nina & Caio - Parte I

Qual seria o segredo de um encontro ideal? E o de um relacionamento perfeito? O que é romantismo pra você?
São questões assim que pretendo abordar em Nina & Caio, um conto que quero desenvolver com o tempo. Hoje quero postar a primeira parte dele. Boa leitura!

Nina & Caio

Eu já estava saindo da faculdade. Essa rotina de trabalhar durante o dia e cursar Jornalismo à noite era bastante cansativa. Se bem que não era bem trabalho. Era apenas meu estágio. Mas eu trabalho mais do que os funcionários efetivos daquele jornal, então o que eu faço durante o dia pode ser considerado trabalho. Quero dizer, eu acho.

- Quer uma carona para a república, Nina?

Era o Caio que me chamava. Ele é um amor mesmo. Mas eu acho que ele mal sabe que eu existo. Na verdade ele até sabe que eu existo. A diferença é que não do jeito que eu sei que ele existe. Nem que eu seja apaixonada por ele. Isso é patético. É só algo diferente.

- Você vai pra lá agora? Porque eu não quero te atrapalhar, você sabe.

- Deixa de bobeira, eu vou para Icaraí de qualquer jeito. Vamos logo, é perigoso você andando sozinha por aí.

Entrei no carro e agradeci. Logo em seguida ele me deu um beijo no lado esquerdo do rosto. Deve ser por isso que ele me vê como um amigo. Você não leu errado. Deve ser algum amigo homem, porque ele não se interessa por mim. Afinal, quem se interessaria por uma garota que vai ao Maracanã quase todo domingo ver qualquer jogo? Seja Vasco, Fluminense, Flamengo ou Botafogo, eu estou sempre lá. É o espetáculo do futebol. Além do fato de eu não usar maquiagem ou fazer escova. Mas se for para Caio se interessar um dia por mim, vai ter que ser do jeito que eu sou. Sem maquiagem e respeitando meu futebol, ele é sagrado. Ei, mas o que eu estou falando? Eu nem estou apaixonada por ele, não é mesmo? Pois é, porque eu não estou.

No meio do caminho, o celular dele tocou. E ele atendeu no trânsito. Isso é ilegal. Mas foi sexy. Meu Deus, o que eu sou? Uma vândala? Uma bandida? É, acho que é isso que eu sou. Ou estou me tornando.

- Tá, eu estou indo pra aí. – ele disse na linha. E depois voltando-se para mim. – Que droga!

- Que foi? – eu só quis manter a conversa, porque, bem, eu já tinha problema demais para saber o dos outros.

- Eu vou ter que voltar pro campus pra pegar uns papéis com o Gustavo. Mas fica tranqüila que eu te deixo em casa primeiro.

- Não precisa se preocupar comigo, eu posso me virar. Quero dizer, eu posso pegar um ônibus, você sabe que eu não quero te atrapalhar...

Foi aí que eu percebi que o carro parou. Em frente ao apartamento que eu estava dividindo com mais três amigas. O que não faz dali uma república, pelo menos ao meu ver. Mas a Ju, uma das meninas, se refere assim. E por conseqüência, o Caio, que é veterano em Direito, estuda com ela.E pegou esse hábito.

- Obrigada. – eu disse enquanto tirava o cinto de segurança. – Valeu mesmo, Caio.

Mas antes de eu sair do carro, ele olhou pra mim rindo e disse:

- O que você pretende fazer amanhã?

Vejamos, amanhã é sábado. Tenho que visitar a vovó que está no hospital devido a seu terceiro infarto. Depois tenho que passar no jornal pra ver se tem alguma coisa que eu possa fazer. E tenho que fazer um trabalho surreal para quarta-feira. Tipo, super tranqüilo, não?

- Eu? Não sei. Por quê?

- Quer sair comigo?



continua..


30 de dezembro de 2009

E lá se vai 2009 - Parte 3 - Pessoas

Falando sério, o que faz a vida da gente? Pessoas, é claro. O que faz com que as coisas materiais pareçam legais são as pessoas relacionadas a ela. Como, por exemplo, hoje eu tava tomando refrigerante de limão e lembrei da Vanessa, que foi minha vizinha e super amiga dos 10 aos 14 anos. Até que eu me mudei, o contato foi diminuindo, diminuindo, e hoje é bem pequeno. Mas era legal porque nós éramos as doidas que preferiam o refrigerante de limão entre todos os outros. Se não fosse pela Vanessa, eu talvez não gostasse tanto do refrigerante de limão. 


Logo, eu quero falar um pouco das pessoas que fizeram meu 2009 mais feliz!!! E como foi muita gente, (muita mesmo), quero destacar aqueles de quem me aproximei ou falei mais esse ano. Porque falar da Belle, da Isa, da Carol lá do Jecsa, e dos outros que já eram amigos de longa data nem conta, ou esse posta não acaba nunca!!!


1. Andressa - tive que começar por ela. Porque, tipo assim, há uns dez meses atrás eu odiava essa menina tanto quanto eu odeio o Hitler. Não, acho que odiava mais, porque do Hitler eu tenho é pena. Mas eu e a Andressa, eu acho que temos uma história, ok? Porque tudo começou devido sermos meninas inteligentes que correm atrás(eu sei que faltou modéstia aqui). Mas, em 2008, em meio aquela guerra que era o Processo Seletivo do Provoc para estágio na Fiocruz, criei briga, só pra variar, sabe como é.
E nisso eu criei uma inimiga. O que de vez em quando é bom pro ego. Mas só de vez em quando.
Mas esse ano, o pessoal da escola colocou a gente na mesma sala. E o lance? Bem, agora era enfrentar aquela garota insuportável todo dia. Na minha sala, tem noção? E bem, mesmo ela vivendo no celular(e eu ODEIO celular, sempre odiei), comecei a ir com a cara dela. E óbvio, custei a admitir isso. Mas não me sinto tão culpada porque sei que ela também não ia com a minha cara. Pelo menos eu acho.
E nisso a gente começa a sentar perto, conversar durante as aulas, fazer trabalho juntas. Lances da vida.
E na última semana eu acabo pagando o mico de chorar no meio da sala de informática(que estava lotada, importante observar), enquanto fazíamos o trabalho de sociologia, porque ano que vem a gente não vai mais estudar junta(já que voltaremos para nossas turmas antigas - é uma burocracia muito complicada pra expicar aqui).
 E nem nunca mais, porque 2010 é o nosso 3ºano do E.M.,  eu quero fazer Medicina(ou psicologia - tô discutindo com meu pai sobre isso) e ela quer fazer Engenharia de alguma coisa. E vendo pelo lado que eu detesto engenharia e ela não quer mudar de idéia, era realmente tchau. Logo eu que odeio mostrar minhas emoções em público. Culpa sua, Andressa! 



2. Gleyce - passamos todo 2008 estudando juntas e eu mal olhei na cara dela. Mas tudo bem, porque acho que ela mal olhou na minha cara também. Mas eu descobri esse ano, quando finalmente começamos a nos falar, que ela é uma pessoa incrível!!! Que tipo, tem muita coisa a ensinar. Que tem um sorriso muito legal, que passa uma energia super positiva. E mesmo ela tendo roubado meus feriados, fins de semana e tardes livres pra estudar química, eu adoro essa garota!!! Ela e sua mania de ser mais adulta que todo mundo são um máximo. Gleyce, tenha certeza, que muitas vezes(mas muitas mesmo) eu pensava em desistir do mundo, mas quando eu via você rindo de tudo, levantava a cabeça e seguia. Obrigada por colocar tanta coragem em mim, ok?


3. Yanaê - conhecia a Yanaê só de corredores da escola, mas esse ano, lá estava ela, também na 1203, a turma de segundo ano formada pelos nerds. E mesmo ela falando muito(tipo, eu!), querendo achar que as idéias dela são as certas(tipo, eu!), eu realmente amei conhecer essa garota. Porque, apesar da gente discutir quase sempre, ter idéias diferentes, e na hora da apresentação dos trabalhos em grupo ela ficar falando o tempo todo e não dar chance para mais ninguém falar(não negue, Yanaê) depois das discussões a gente sempre voltava a se falar como se nada tivesse acontecido, em tipo, uns 15 minutos. E pra todo mundo ter noção do quanto eu gostei de você(e do seu nome), o nome da minha primeira filha vai ser Ianaê. Mas com I, porque ninguém merece ser a última da chamada.


4. Nane - Dona Johanna, já te falei que você se tornou muito especial? Porque se tornou, MESMO. E pensar que da primeira vez que te vi eu pensei: "Será que vou ter que aturar essa garota durante todo o ensino médio?". E lá pelo fim do ano passado, começo a me dar bem com você. E eu que achava ridículo o seu nome: escrever Johanna e se falar "IORRANA"(porque é alemão), e ainda as pessoas te apelidarem de Nane! Mas hoje, eu simplesmente acho o seu nome SUPER original, e eu mesma te chamo de Nane. Percebi que mesmo você sendo uma das meninas mais populares, bonitas, inteligentes e atrapalhadas, seu coração é GIGANTE. Mesmo no amigo oculto de 2008, eu estando de dieta e fazendo a observação: "Não quero chocolate", você me deu um monte de chocolate. E quer saber? Eu nem liguei de ser chocolate. Porque a partir de 2009, nos tornamos amigas e existe presente melhor do que uma amiga feito Nane? Uma amiga que uma vez quando eu disse que não ia chorar - não lembro o porquê - já que eu achava chorar coisa de gente fraca, ela simplesmente virou pra mim e disse: "Eu acho o contrário. Chorar é coisa de gente forte o suficiente pra admitir que tem sentimentos, emoções. Admitir que às vezes a gente fica feliz e a gente sofre." Na boa, isso mudou toda a visão que eu tinha sobre chorar. Sério. 
E a Nane tá ali pra te ajudar sempre que você precisa. Seja quando você cisma de comprar um vestido numa quinta-feira à noite, véspera de feriado prolongado, e ela fica com você na fila quilométrica da loja. Que tem uma caixa lerda. Mesmo ela estando sem dormir há dois dias e sabendo que vai passar horas no engarrafamento porque ela pega a BR pra chegar em Itaboraí. E mesmo ela tendo uma prova de física e outra de história(100% discursiva) no sábado.
Ou então ela está lá, pra andar com você do Guanabara - em São Lourenço - até o Plaza shopping(de sapatilha!), mesmo estando sem almoço, porque a sua mãe falou pra você enfiar uns cupons de promoção numa urna.
Valeu, Nane. Saiba que de vez em quando, eu tava pra explodir com o mundo, mas você pegava sua máquina e falava "Vamos tirar foto?". E as coisas melhoravam. O astral melhorava.


5.Dênis e Vinícius - como eu amei conhecer esses meninos. Eles são um exemplo de amizade que todo mundo devia seguir. Eles fazem as pessoas rirem e esquecerem dos problemas. Seja o Dênis nas aulas de espanhol, ou Vinícius pedindo a droga do bombom da gincana. Porque eu inventei de fazer uma gincana valendo bombom coma turma. A equipe deles ganha e Vinícius passa meses me atazanando, pedindo a droga do bombom que eu esqueci de comprar. Eu cheguei a andar pelas ruas ouvindo Vinícius dizendo: "Cadê meu bombom?". Sério, me senti num filme de terror.
As imitações de Dênis, Vinícius vestido de mulher no Plaza Shopping só por um trabalho de escola. 
O meu presente de amigo oculto que Vinícius embrulhou em um MONTE de sacolas. E que ele me disse que foi no Saara comprar pra mim. Mas eu vi no selo de troca que ele comprou na loja da Saraiva que fica no Plaza.
Obrigada, meninos. Seja pelas risadas, seja pelo alfajor de maracujá que eu sempre comprava com o Vinícius, pelo Dênis ficar fazendo todo mundo virar a noite rindo em Campinas. Vocês são maravilhosos.


6.Malu e Myle - outro exemplo de amizade. Essas meninas são lindas, meigas, inteligentes. São amigas não só uma da outra, mas de todo mundo. Elas têm as versões de cabelo liso e cacheado mais lindas que já vi. São super legais!!! Trazem uma energia tão boa, tão calmante. Valeu, meninas.









7. Carol Magé e Rio Bonito - essas meninas da roça(rs), dão o maior ânimo que alguém pode precisar. Levantam o astral de qualquer ambiente, fazem você rir e ver que a vida não é tão complicada. Elas me mostraram que a gente tem que ser otimista, ver tudo pelo lado que nos faz rir. Simples assim.







8. Samara - Ai, conheço a Sami, desde a 7ª série. E a nossa história, é meio parecida com a minha e a de Andressa. Passei quase três anos da minha vida odiando essa garota pra hoje gostar demais dela. Afinal, quando pessoas acordam às cinco da manhã e pegam quatro ônibus por dia, elas acabam se unindo. E muitas vezes, como no nosso caso, descobrindo que podem ser amigas. Acabando com essa coisa de competir uma com a outra o tempo todo. E se unindo pra ficar até quase seis da tarde na sala de informática por causa de uma olimpíada de história, pra depois pegar a Alameda São Boaventura super engarrafada e chegar em casa super tarde. e quando uma desanima, a outra tá lá pra falar: " Se ergue, caramba!". Sami, é muito bom não ser mais sua inimiga.


9. Thaís e Mariana - essas, diferente das  pessoas que eu falei, não são da escola. Não conheci em curso algum, em academia, nem festa, nem por ser amiga de amiga. Conheci porque eu simplesmente fui na casa da minha vizinha do 501 e elas estavam lá por serem sobrinhas dela. E daí a gente começa a conversar sem parar. E depois de uns dez minutos já me sinto amiga delas. E depois de umas meia hora, estamos contando sobre coisas que eu não falo com mais ninguém nessa lista. E porque a gente fica conversando até de madrugada na escada do prédio. Ou porque, em plena noite de Natal, eu e Thaís comemos brigadeiro de panela e depois  ficamos assistindo Os Normais 2 de madrugada, quando todo mundo tava dormindo. Coisas assim unem as pessoas.

Gente, esse post tá gigante, maior que o que eu esperava. Mas eu não quero que pensem que a lista de pessoas especiais acabou por aqui. Porque tem gente como a Vivi, Laís, Ana Carol e suas neuroses, que já faziam parte do meu cotidiano. O pessoal da ONHB que é tão legal. Pessoas que conheci pela internet. Pessoas que eu vejo sempre e gosto tanto. E claro que outras pessoas também entraram nesse meu coração que já tá explodindo de tanta gente. Esse pessoal todo que me anima a viver cada dia mais. Saibam todos que amo vocês. Mesmo. É incrível isso. Não consigo ver quem de vocês amo mais. Sabe aquelas situações de "verdade e consequencia" que a gente brinca aos 12 anos? Se eu tivesse com vocês numa delas tava frita. Porque vocês são essenciais. E juntos, acho que somos todos essenciais para a humanidade, temos que provar isso, ok?


Descobri que não tem definição pra amizade. Existem aqueles recadinhos de orkut que as pessoas mandam por depoimento, mas nenhum deles tá 100% certo ou 100% errado. Existem diferentes tipo de amigos. Todo mundo precisa de um amigo que conte a vida dele pra você, um amigo que ouça a sua vida, um amigo que te faça rir, outro que você tem que fazer rir. Um amigo que seja doido e fale pra você fazer besteira. Um amigo que seja metido a correto e fale pra você ser sério. Um amigo que seja simples, e outro com mania de riqueza.. Um amigo mais bonito e outro mais feio que você. Um amigo que goste de ler e outro que goste de jogar bola. Amigos diferentes. Amigos fúteis ou nerd. Amigos profundos ou superficiais.


Pra ser amigo, basta ter um coração capaz de abrigar os outros. E isso, eu acho que todos nós temos, ou não estaríamos vivos, certo?



Porque, mesmo com características diferentes, somando tudo, todos nós temos um saldo igual. E é isso que faz de viver uma coisa tão legal.


O que faz dos seres humanos serem tão iguais e viverem tão juntos numa sociedade, é essa mania de ser diferente.

P.S.: depois de um 2009 cheio de novas amizades, transformando inimigos em amigos, sinto falta de uma rivalidade. Será que alguém se habilita a brigar comigo, hein? 8D





observação: essa foto foi no começo do ano. Tenho certeza que eu não tinha noção de como 2009 seria bom.

26 de dezembro de 2009

E lá se vai 2009 - Parte 2 - Meg Cabot

Na verdade tenho MUITA coisa pra fazer agora, mas estou tão, mas tão sem paciência, que estou aqui no blog fazendo mais uma sessão terapia. E aproveitando pra contar mais um episódio de como foi 2009. Porque se a gente reparar, o nosso dia a dia tem muito mais história que um livro, certo?

E por onde eu parei mesmo? Ah, sim, quando eu tava falando de livros, literatura e cheguei em Meg Cabot. Porque eu acho, que, tipo assim, a leitura foi feita pra divertir a gente. Se eu quiser ler algo difícil pra quebrar a cabeça eu leio um artigo científico. E é aí que a Meg entra. Porque os livros dela são super divertidos.

E pensar que no início do ano, lá pra primeira semana de janeiro, eu nunca tinha ouvido falar dela.

Então, como fã de alguém, acho que tenho o direito de contar a minha história sobre isso, certo?

Tudo começou quando na virada do ano eu quis ler Crepúsculo, porque tava todo mundo lendo e talz. O lance é que eu e minha teimosia levamos a coisa tão a sério que eu baixei os livros e deixei guardadinhos na pasta "Luma Beatriz" que tem no PC aqui de casa. Papai, mamãe e Teco - que é como chamo meu irmão - resolveram ir ver os fogos para Copacabana. Mas como eu não gosto de fogos mesmo, fiquei em casa. Sozinha. Ouvindo o especial da Claudia Leitte na Record e lendo Crepúsculo no PC. Não pense que eu sou emo, solitária ou doida. Bem, tem gente que diz que eu sou meio doida. Mas eu acho que não. Quando eu contei pras pessoas oq eu fiz no Ano Novo quase me apedrejaram. Mas eu fiquei muito mais feliz lendo Crepúsculo, ouvindo Claudia Leitte, sozinha de pijamas no meu quarto e comendo biscoitinhos amanteigados de chocolate da Bauducco do que eu ficaria se eu estivesse em Copacabana. Estou falando sério.

Bem, fiquei viciada na saga porque nunca tinha lido nada tão simples e divertido. E quis ver o preço do livro na internet. Foi nessa que entrei no submarino e digitei: "Crepúsculo". Nisso me aparece, além do livro da Stephenie, um outro, da série A Mediadora que eu nunca tinha ouvido falar. Mas li a sinopse e achei legal.
E foi aí que eu relacionei o nome da autora com a de "Tamanho 42 não é gorda" que eu tinha visto na Sisciliano  - que agora é Saraiva - do Plaza shopping outro dia com Isabela. E tipo, eu teria comprado o livro se ele não custasse uns quarenta reais, considerando que meu manequim é 42 e eu vivo discutindo coma  balança. (discutindo literalmente - eu a que tem no banheiro aqui de casa não nos comunicamos há mais de um ano por ela ter me ofendido das ultimas vezes)
Nisso eu baixo tudo e invento de ler nas férias. Pronto, virei fã da Meg. Talvez porque eu sou meio neurótica - tem gente que diz que eu sou totalmente neurótica, mas acho que não é pra tanto - e todas as personagens dela são. E quando você é uma neurótica e vê que tem gente que te entende, é superlegal.

Vou baixando um monte de livros dela, lendo tudo, vigiando a Saraiva e Submarino na internet todo dia procurando promoção dos livros dela. Entrando nas comunidades dela e de seus livros no orkut e conhecendo outras fãs neuróticas como eu.

Volto pra escola chateando todo mundo pra ler também. E descubro que ela vem pro Brasil. Pronto: o alarme fã maluca apitou.

Me preparei pra vê-la na Bienal do livro. Eu ia no domingo, dia 13,  com a minha mãe, mas a escola inventa de fazer a excursão da bienal no dia 11, que ela também tava lá.Eu armei o plano de ir na sexta e no domingo.

Saio da escola na sexta preocupada com a fila, desesperada de não conseguir falar com ela.

Eu e Ana Carol encontramos a fila gigante pra caramba e corremos pra lá. São 11 da manhã. Conhecemos muita gente na fila. Meninas neuróticas viciadas em Meg Cabot. Cara, um dia nós dominaremos o mundo. Meninas como a Bruna e a Priscila, e claro, a Marcelle, que era da nossa escola e eu nem reconheci. Só quando ela falou de São Gonçalo. Aí eu viro: "Ah, eu te conheço de algum lugar." E ela solta: "Ah, é porque a gente é da mesma escola." Abafa o caso, meus caros.

E quando eu tô entrando na cabine pra ver minha ídola - existe ídola ou ídolo é um substantivo que não varia? - quase tenho um treco. Tô falando sério. As meninas da fila pensaram que eu ia morrer porque tremia sem parar. Até o segurança dela ficou preocupado comigo, tem noção?

E quando eu entro pra pegar autógrafo, tcharam! Eu começo a gritar. O engraçado é que eu começo a gritar em inglês. Meu, que criatura brasileira em sã consciência grita em inglês quando tá nervosa? Eu devia estar muito louca. Depois Yanae me disse que o pavilhão inteiro ouviu meus gritos. Dane-se, eu tava nervosa mesmo. E eu tava com uma baita duma sorte. Porque, se você pensar, quantas pessoas conhecem seus ídolos internacionais, abraçam e conversam com eles? Quantos, hein?

E como anda minha leitura de Meg cabot? Bem, digamos que li os seis livros da série A Mediadora, os quatorze livros da série o Diário da Princesa, os três livros da série Os mistérios de Heather Wells, Pegando Fogo, Sorte ou Azar?, Ídolo Teen, Airhead, Avalon High(fofo demais, eu tenho que arrumar a continuação) e  daqui a pouco começo a ler Como ser Popular?.

Mamãe disse que eu sou meio doente, considerando que eu virei a noite de Natal lendo Avalon High, e que eu virei noites lendo toda a série de Mia Thermopolis sem parar. Mas acho que é porque mamãe não sabe o que é ser fã de alguém. Ou talvez soubesse, quando ela tinha 15 anos, na década de 80, e curtia os Menudos.

23 de dezembro de 2009

Nina & Caio, Parte VI - Final

Essa é a última parte de Nina & Caio. Estou parando por aqui antes que a história fique mais longa ainda.
Estou preparando uma nova novelinha-conto para janeiro, e pelo que eu estou bolando vai ser muito legal!!
Ah, espero que gostem do final!


Parte VI
Eu saí do carro um tempo depois feito uma idiota. O que, se você pensar, não é motivo pra me criticar, afinal, eu não estava enxergando absolutamente nada.
- Cuidado pra não cair, Nina.
- Eu não vou cair. Eu to bem. – eu falei enquanto saía do carro guiada pelo Caio.
Eu odeio ser guiada pelas pessoas. Mas o fato é que quando você é guiada pelo cara que você curte, a situação muda. Um vento passou nos meus cabelos, que eu deixei soltos e trouxe para a minha cara. E eu não fiquei falando nada, porque se eu abrisse a boca, eu ia acabar comendo cabelo. Eca.
Quando ele finalmente tirou a faixa dos meus olhos eu pude olhar onde estava. E a paisagem linda a minha frente. Eu já conhecia o lugar, uma vez tinha vindo aqui com os meus pais, quando tinha 10 anos. É, há muito tempo.
Mas são coisas que não dá esquecer. Como o verde das árvores, o céu muito azul, as criancinhas brincando e os casais de namorados. E claro, principalmente os caras que saltam de asa delta. É tão legal, eles parecem...pássaros, sei lá. E mesmo eu não gostando muito de pássaros(podem me apedrejar, mas eu acho eles sem graça,) é muito legal.
- Imagino que você já tinha vindo aqui antes. – foi o que o Caio falou.
- Pra ser sincera, já. Mas eu era pequena. Me lembrava pouco. Eu gosto daqui.
- É, meio a sua cara. Sempre quer estar por cima, no controle, sabe?
Nós rimos.
- Não necessariamente. – eu disse. – Mas dá uma certa sensação de poder ver tudo de cima, você não acha?
- Uhum, dá um pouco, nem tanto. Eu não estou me sentindo o Super-Homem.
- O problema é com você então. Eu me sinto a Mulher Maravilha. – brinquei. – O engraçado é que eu gosto tanto daqui, e nunca mais voltei. E é tão perto de casa. Como a gente se acomoda às coisas, não?
- Então, preparada para a surpresa?
- Como assim? – eu falei meio desligada, olhando para Baía.
- Eu pensei que você sonhava em voar de asa delta.
O quê? Eu ia voar de asa delta? Há! Era essa a minha surpresa? Fala sério, o Caio não é um amor? Óbvio que ele é. Tipo, nem a minha mãe nunca deixou eu voar de asa delta. Ela dizia que era coisa de maluco gastar dinheiro pra pular de um lugar alto pra caramba e sentir medo. O lance é que a minha mãe nunca entendeu que eu não tenho medo de altura. Eu gosto. E depois, com o tempo eu acabei me esquecendo dessa vontade.
- Como você sabia?
- Ah, Nina, você falou outro dia, quando a gente estava saindo da faculdade, não lembra?
Eu virei pra olhar pra ele. O tempo todo eu estava olhando em direção a cidade do Rio.
- Eu não lembrava de ter te falado isso. Eu to sem palavras, sério.
Tipo, quanto que era pra voar de asa delta? Barato não deveria ser. Não mesmo. E eu nem era namorada dele nem nada. Tipo, mesmo se eu fosse namorada dele(vai sonhando, Nina) ele pagaria um salto de asa delta pra mim, pagaria? Porque eu não conheço ninguém que tenha ganho um vôo de asa delta do namorado.
Logo depois a gente saltou dali. Foi muito bom. Eu senti aquele poder que eu tinha contado para o Caio mais cedo. A paisagem do Parque da Cidade de Niterói é realmente deslumbrante. E quando você sai dali voando é realmente muito bom. Mas eu acho que não consegui aproveitar a emoção de voar tipo, 100%. Porque eu ainda estava preocupada sobre o porquê do Caio ter preparado essa surpresa pra mim.
Mas eu não quis perguntar nada sobre isso. Sei lá, não me deu vontade. Ou eu só estava meio chocada com tudo, tanto faz.
O resto do dia foi legal. Peraí, correção: MARAVILHOSO! O sol estava menos quente que nos outros dias típicos e a gente ficou ali, conversando e tomando água de côco. Sentados onde os caras da asa delta saltam, mas agora eles não estavam aqui porque não tinha mais vento suficiente pra isso nesse horário.
Legal é que daqui de cima a gente não percebe que a Baía de Guanabara é um monte de esgoto. Parece que é uma baía limpa. Uma ilusão que é boa da gente ter de vez em quando. E um pássaro pousou do nosso lado. E eu, que não gosto muito de pássaros, achei aquele bonito. Com penas verdes e vermelhas. O assunto parou e nós dois ficamos admirando aquele passarinho. Eu percebi que mesmo eu achando os pássaros sem graça, ele poderia voar quando bem quisesse, sem precisar de asa delta. Invejei ele.
- Deve ser legal ser um pássaro né? Poder voar quando quiser. – Caio disse como se estivesse lendo minha mente.
- E também poder pousar nos cabos de eletricidade sem levar um choque mortal. – completei.
Caio deu uma risada e o pássaro saiu voando. A gente se olhou. E foi aí que ele me beijou. Algo meigo, se você não é eu. Mas se você é eu, é algo extremamente, altamente fofo. E mágico. Porque eu duvido que outra pessoa conheça um cara ao mesmo tempo tão gato e tão legal quanto Caio, que leve ela pra voar de asa delta. Duvido mesmo.
Acho que eu poderia ter ficado ali pra sempre, sentindo a brisa marítima, beijando o Caio, e ouvindo aquelas musiquinhas irritantes que os pássaros cantam.
Poderia se nesse momento, eu não ouvisse:
- Nina?
E foi aí que, espantada, olhei pra trás e dei de cara com Marcos. É, o meu chefe que queria que eu fosse pra Ponte cobrir o manifesto dos ativistas do Greenpeace.
Ele olhou zangado pra mim e falou:
- Segunda-feira você pode ir lá no jornal buscar suas coisas. Você não trabalha mais com a gente.
Mas, por mais estranho que pareça, eu nem liguei. Aquele jornal é muito chato mesmo.
- Tá, tudo bem. – disse sorrindo.
E voltei a beijar o Caio.
FIM



19 de dezembro de 2009

E lá se vai 2009 - Parte 1

Engraçado que, pela primeira vez na vida, estou tendo projetos para o ano seguinte. Estou revendo 2009, pensando em 2010. Estranho é que eu NUNCA fiz isso!! Nunquinha! Sempre fui contra aquele verso de Epitáfio, que diz que o acaso nos protege enquanto estamos distraídos. Eu nunca confiei no acaso, nunca confiei no destino. Sempre disse pras pessoas correrem atrás do que querem e ponto final. Mas hoje eu olho pra trás e vejo que essa ausência de planos e objetivos a vida inteira, fez com que eu fosse uma pessoa contraditória. Porque, uma pessoa sem planos, é vítima do acaso. 


Quis listar algumas coisas que me aconteceram esse ano. às vezes me parece que ele não foi tão significativo, mas olhando bem, foram tantas coisas!


1 . Inventei de escrever. Passei as férias sem ter o que fazer, e comecei a ler muito. Como tudo isso começou? Uma longa história, mas vamos lá. 


Em maio de 2008(é, ano passado), no aniversário de Bel, Amanda e Bruno começaram a falar de Harry Potter, e eu me senti boiando. Afinal, eu mal tinha assistido os filmes! Decidi então que ia ler Harry Potter pra nunca mais ficar boiando quando alguém tocasse nesse assunto. 


Pedi emprestado a Amanda o primeiro livro da série, queria ler tudo na ordem. Ela me emprestou e em três dias eu li tudo. Hoje em dia, em três dias eu leio muito mais, mas naquela época, ler quase 300 páginas em três dias pra mim era um recorde.


Depois veio o problema, ninguém tinha o segundo pra me emprestar. Todo mundo que tinha lido o segundo, tinha sido emprestado com alguém que eu não conhecia. 


Parei então no primeiro livro. Mas lá pra setembro(de 2008 ainda) abriu a biblioteca lá da escola, e eu inventei de ler de novo. Li muito Agatha Christie. Afinal, Isabela vivia falando de Agatha Christie isso, Agatha Christie aquilo. Na verdade, eu era tão por fora do assunto Agatha Christie, que eu imaginava que ela era uma escritora adolescente. Mas na verdade a mulher tinha vivido no começo do século, tinha morrido na década de 70, e escrevia mistérios do tipo "quem matou". É, nada a ver com o que eu imaginava. 


Depois juntei uma grana, comprei outros Harry Potter. Quando chegou a febre Crepúsculo, eu inventei de baixar e-book da internet. Viciante.Li muita coisa made in net.


No início do ano, a nova professora de português mandou a gente escrever uma narração, e ela gostou do meu texto sobre uma pintura de Van Gogh. Nunca ninguém tinha elogiado uma redação minha. Quis progredir. Inventei de escrever também.


Nunca gostei muito de poesias, nem de nada com linguagem difícil. Acho que leitura é pra se divertir. Se eu quiser ler palavras difíceis, leio um artigo científico, poxa!


Comecei a escrever meu livro. Nada que eu não entendesse. Queria fazer um mistério, algo policial. Mas eu não entendo nada de polícia, meu livro iria ficar uma droga! Fiz um romance de linguagem simples, adolescente, algo que eu leria. Lembrei da Débora do curso de inglês, que uma vez disse que uma pessoa precisa plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Acho que eu já tinha começado a fazer a minha parte em relação ao livro.


Outra pessoa que me manda energia positiva pra escrever o livro é a tia Gleysa,mãe de Carol. Ela diz que eu pareço a Clarice Lispector, e mesmo eu tendo odiado " A hora da estrela", acho que isso é um elogio.


Minha grande inspiração, ídola e o que eu quero ser quando crescer é tipo a Meg Cabot. Ela mostra que escrever, é pra se divertir e divertir os outros. Mas aí, já é assunto pra outro post.


ps.: Tentei escrever isso apenas no meu diário comum, mas não consegui, acho que precisava dividir essas histórias com o mundo.

17 de dezembro de 2009

Nina & Caio, Parte V

Parte V


Acordei deitada no sofá. Bem, e o rosto do Caio estava ali olhando pra mim. Tá, eu deveria estar sonhando. Mas eu pisquei de novo, esfreguei os olhos e lá estava ele, lindo como sempre, olhando pra mim, naqueles olhos simples e castanhos. Engraçado que as pessoas sempre idealizam olhos azuis ou verdes como os mais bonitos. Mas os olhos simplesmente cor de avelã do Caio eram, sem dúvida alguma, mais bonitos que qualquer par de olhos azuis ou verdes.
- Nina, você tá bem?
- Quê?
- Eu perguntei se você está sentindo alguma coisa.
- Ah, to sim.
- Sério, o que você sente? – ele perguntou preocupado.
- Não, o “to sim” quis dizer que “sim, eu estou bem”. – expliquei ainda meio confusa
- Talvez seja melhor levá-la ao hospital. – foi o que eu ouvi uma voz de mulher falar.
Mas que diabos de voz de mulher era essa que não estava em meu campo de visão?
Caio me levantou para que eu pudesse ficar sentada no sofá. E foi aí que eu vi Marina ao meu lado.
- Eu já disse que estou bem! Mas que droga! – e me levantei.
O problema é que assim que eu me levantei tropecei. E quase caí. Mas aí o Caio me segurou e não deixou que eu caísse de costas no chão. Sexy, não? Bem, seria sexy se minha cabeça não estivesse explodindo de dor. Ah, e claro, também o fato de Caio chegar aqui em casa às oito da manhã também não ajudou muito. E por falar nisso...
- Hei, Caio!
- Que foi?
- Que diabos você está fazendo aqui às oito da manhã?
Eu sei que não deve ser muito certo virar pro cara que você curte e perguntar que diabos ele está fazendo na sua casa. Mas são oito da manhã em pleno sábado, então acho que eu estou nesse direito.
- Eu falei pra você que ia passar aqui às oito.
- Mas da manhã? E se eu tivesse dormindo?
- Por isso eu te avisei, caramba. Você pensou que fosse o quê, oito da noite?
Ótimo, agora eu estou indo encontrar meu chefe e me juntar aos ativistas do Greenpeace que estão lá no vão central da Ponte. Talvez eu decida me jogar de lá.
Quando a gente não sabe o que fazer, tem que improvisar, certo? Pois é aí que entram os meus planos B, C, D e aí por diante. Comecei a tossir. Tossir, tipo assim, muito mesmo.
Sentei de volta e olhei pra janela.
- Calma, Nina. – Caio começou a falar, mas eu não parei de tossir, acho que não estava preparada para ouvi-lo – Olha, eu acho melhor a gente ir ao hospital.
E foi mais ou menos a essa hora que Fernanda chegou lá no apartamento.
- Oi, gente. Caio, que legal que você está aqui!
Como assim, “Que legal que ele está aqui”? Quem tem que achar bom ele estar aqui sou eu. Ela passa a noite fora com o namorado dela e quando chega vem em cima do cara que EU gosto e fala que é “legal” ele estar aqui? Qual é a dessa cachorra afinal? Eu ainda não entendo como ela e Marina podem ser primas, fala sério.
 - Fê, acho que o legal é você ter chegado agora. – disse Marina. – Nina bateu com a cabeça, desmaiou. Sei lá, você já tá quase se formando. Deve entender.
- Claro, claro.
Odeio Fernanda se sentindo a inteligente. E daí que quando ela passou pra Medicina foi em segundo lugar na classificação geral? Não to nem aí.
Ela ficou me fazendo umas perguntas idiotas sobre o que eu sentia e tal. Depois disse pra eu não dormir, que podia ter tido uma concussão.
Mas a minha teoria diz que ela estava errada. Ela, Caio e Marina. Porque creio que meu desmaio foi devido a causas emocionais. Bater a testa na janela não causaria um desmaio. Eu sou cabeça dura. Figurativamente e literalmente.
- Eu não tive uma concussão, que droga! Minha cabeça nem tá doendo direito! – gritei.
- Ok, ok, não está mais aqui quem falou. – Fernanda disse e foi lá pra dentro.
E realmente segundos depois não estava, amém.
- Eu tenho ainda muito o que fazer. – resmunguei.
- Ótimo, então você está pronta? – Caio me perguntou.
- Pronta pra quê?
- A gente ia sair, esqueceu? Perdeu a memória, foi? – ele soltou uma ironia.
Foi aí que eu me lembrei:
- Ah, tá. Eu...não sei. Mas acho que estou.
Ótimo, ele não me ama mesmo. Porque senão ele estaria aqui às oito da noite e não às oito da manhã. E quanto a vovó? Ela estava bem. E o trabalho o resto do grupo que fizesse. Eu sempre carrego todo mundo nas costas, hora da vingança.
- Só deixa eu trocar de roupa, ok?
- Por quê? Você está linda!
Linda, eu? Caio disse que eu estou linda? O que esse cara quer comigo afinal? Matar do coração?
- Tá, então, eu já vou.
Peguei minha bolsa e saímos.
Dentro do elevador que eu comecei a pensar sobre onde a gente estava indo.
- Caio, onde que a gente vai agora?
- É uma surpresa para você.
- Ah, tá.
O mais engraçado é que eu estava tão confusa com as coisas que aconteceram nos últimos minutos, que nem me preocupei em ficar ansiosa. Eu só queria me livrar dos problemas. Queria que o dia acabasse logo, com tudo resolvido da melhor forma possível. Seria pedir muito? Talvez para a Nina aqui seja, né?
Ele abriu a porta do carro pra mim, o que eu acho uma atitude extremamente machista, porque tem subentendida uma mensagem que os homens fortes e mulheres frágeis, ridículo.
Mas eu não falei nada, porque existem coisas muito mais sérias a serem discutidas e eu não tava a fim de falar nada.
- Deixe-me vendar seus olhos.
- O quê? Você tá louco?
- Ah, você não vai implicar, vai?
Na verdade eu ia, mas eu não tinha nada a perder. Ou tinha?
- Tá, tudo bem. – ele vendou meus olhos com uma faixa – Vai demorar? – perguntei com um sorriso. Acho que já havia sido muito mal humorada por hoje.
- Não, daqui a pouco a gente chega.
- Tá legal.
E comecei a rir com aquela situação toda.

15 de dezembro de 2009

ONHB - Unicamp

Sei que preciso postar Nina & Caio, já tem praticamente uma semana a última parte, mas esse fim de semana foi tão especial, tão legal na minha vida, que não tenho como não postar!




Foi a final da 1ª ONHB - Olimpíada Nacional de História do Brasil na Unicamp, em Campinas. Uma viagem fantástica e divertidíssima.
Quero listar aqui alguns momentos e observações importantes em meio a essa grande aventura:

1 - Larissa e sua vaca. Larissa queria muito comprar uma vaca no Colheita Feliz, tava juntando dinheiro há um tempão. Ela queria usar logo o computador pra comprar a vaca e jogar. Mas a professora Marisa disse que antes de parar na pousada, a gente iria no shopping. Larissa queria logo ir embora do shopping pra ir pra casa comprar a vaca. Quando a gente entra no shopping, Larissa fala bem alto: "Vamos rápido, que eu ainda tenho que compar uma vaca!"

2 - Eu, Vivi e o cartaz para o pessoal da Impacto 003, de Natal-RN. como eles não puderam ir, decidimos fazer um cartaz para tirar foto e mandar pra eles. O problema é que a gente chegou sexta a noitinha e não teve tempo de ir a lugar nenhum. No bairro de Barão Geraldo, em Campinas, só existe casas e restaurantes, nem sinal de papelaria. E olha que lá tem uma universidade! Eu e Vivi ficamos rondando o shopping atrás de papelaria, pra comprar uma cartolina branca, piloto preto e vermelho - algo super flamenguista, eca!




3 - Tomar milk shake. Podem me zoar, mas eu nunca tinha tomado milk shake na vida! E descobri que é muito gostoso!!

4 - A pizza de Campinas é o que há. Massa fininha, muito recheio e a muzzarela por cima. Aquela pizza me conquistou.

5 - Sotaque do interior paulista é o máximo. Aqueles "r" de caipira são muito comédia. toda vez que alguém falava eu tinha que segurar a risada. Po, aqui no Rio ninguém fala assim! O mais engraçado é ir pro shopping e ver aquele monte de patricinhas falando "porrrrta" rs

6 - A quantidade de emos é surpreendente. É emo demais! Deve ser a maior densidade demográfica de emos do país!! O lance da emotividade tava tão em alta que até o ônibus era emo. Ele tinha freio sensível - foi o que o motorista disse - e chorava!- na verdade era tipo uma goteira que tinha dentro do onibus por causa do ar condicionado.

7 - Jogar queimado na chuva não tem preço! A gente ficou jogando queimado no asfalto, em plena rua, em chuva torrencial. Lá as ruas são tão tranquilas que só apareceu um carro pra perturbar a gente!




8 - As frutas de Campinas são mutantes. Elas são muito bonitas, devem ter muito agrotóxico! As maças são muito vermelhas -  que nem as que mamãe custa a achar aqui e que eu gosto muito - e as bananas são 100% amarelas, não têm nenhuma pintinha!!!

9 - Dênis e Davi me fizeram rir muito! Cantaram Nosso sonho, do Claudinho e Buchecha, durante as 60 horas de viagem, sem parar. Ninguém aguentava mais: "Gatinha, quero te encontrar..."

10 - O brigadeiro da Tayane. Muito bom, ela faz no ponto, o meu sempre cria bolinhas duras e queimadas.

11 - Quatro e meia da manhã, a gente há praticamente 48 horas sem dormir. Estávamos bêbados de sono. Parecíamos drogados, mas era só sono mesmo. Ríamos o tempo todo, sem motivo algum. Eu, Tayane e Larissa chegamos a rir rolando no chão da área de serviço só por rir. Talvez fosse a Sukita.

12 - Os livros da Meg Cabot na Fnac. Muito baratos! Adoro livros, adoro promoção, adoro Meg Cabot. Os três juntos? Amo muito.

13 - Conhecer o pessoal de outros lugares. Uma mistura de sotaques surpreendente!



14 - Jogar mímica e presidente na garagem em plena madrugada é bom demais. Ri muito!

15 - Quando se junta 20 adolescentes entre 15 e 17 anos, uma coisa é certa: Ninguém dorme! E ninguém dormiu!

16 - Lá tem refrigerante de 3,3litros. Superrrrrrlegal, né?


10 de dezembro de 2009

Texto de Teco

O texto que vou colocar abaixo foi feito pelo meu irmão. Este foi um texto sobre o relacionamento entre pais e filhos que Teco(como eu chamo ele) fez para um teste de redação da escola. É bom que vocês compreendam que o autor só tem 12 anos e está na quinta série - sexto ano - então, existem alguns erros já que vou copiar na íntegra. O porquê de eu colocar o texto aqui?
Leiam e saberão:

O relacionamento com a sociedade


O relacionamento dentro de casa pode influenciar na relação com a sociedade como por exemplo, se a criança for mal-tratada a tendência é que ela seja violenta na escola nas ruas, se revolta em casa pelo menos é o meu ponto de vista.
Mas tem gente que acha o seguinte que a criança pode ser mal-tratada em casa mas se ela é violenta fora de casa fala que a criança é um capeta que já nasceu ruim fala, que a criança é tudo de ruim.
Também tem gente que fala que a criança ou adolescente reflete nos pais se os pais são bons ou ruins e etc.
E eu concordo eu acho que devia existir mais amor e carinho entre pais e filhos.


Talvez eu não seja a única neurótica na família..

8 de dezembro de 2009

Nina & Caio, Parte IV

Parte IV

Acordei com o despertador tocando. Definitivamente minha vida não é nada fácil, não mesmo. Por exemplo, em pleno sábado, um sol lindo lá fora, eu tenho que acordar cedo. Ah, tá, você não entendeu o porquê de “o sol lindo” estar relacionado com não acordar cedo? Simples, sol lindo é sol quente, o que é um aviso divino para que eu me mantenha trancada no delicioso e gelado ar condicionado do meu quarto. Acho que eu não deveria morar no Brasil. Devia morar na Islândia. Um sol a mais de 30ºC, antes das oito da manhã – isso em horário de verão, na verdade antes das sete da manhã – não é pra mim.
Desliguei o despertador e levantei da cama. Afinal, tenho que ir à luta. Um longo dia me espera!
Tomei logo um banho gelado, para que o sono fosse embora, coloquei um short jeans e uma regata. Tá, eram 7:20. Eu iria arrumar a minha cama depois– se a Ju não tivesse na cama ao lado, completamente apagada, eu faria isso agora – então era só tomar café da manhã, pegar meu notebook, verificar meus e-mails, fuxicar um pouco o Orkut do Caio(ainda bem que o meu não acusa!), e começar a fazer a minha pesquisa para o trabalho. Depois eu mando a minha pesquisa pra Ana ir fazendo a parte dela. Aí já vão ser umas 10:00. Ligo pro salão, marco hora lá pras 16:00. O que me dá 6 horas para ir em Nova Friburgo, visitar a vovó no hospital e falar com o papai que tá lá com ela. Talvez dê tempo de passar em casa pra almoçar com a mamãe. Tá, é isso que eu ia fazer.
Abri os e-mails, nada de importante. Enquanto eu estava vasculhando o Orkut do Caio, Marina levantou. Ela colocou o café para ser feito na cafeteira e sentou-se ao meu lado.
- Nossa, você já levantou! Isso é ansiedade?
- Não, Mari, muita coisa pra fazer mesmo.
Nisso meu celular começa a tocar. Quando que eu vou ter um pouco de paz, santo Deus? Peguei o telefone e atendi. Era o Marcos, meu supervisor no jornal, dizendo que eu deveria ir para lá agora. Ele está louco? Eram 07:50!
- Nina, uma multidão de ativistas do GreenPeace interditaram a Ponte-Rio-Niterói! Vai pra lá.
- Mas, hoje eu não posso!
- Pensei que você estivesse lutando para subir de carreira em algum lugar. Você não quer ser jornalista, cobrir matérias? É isso que a gente faz. Passo aí pra te pegar em vinte minutos.
- Mas, Marcos, você não entende. – fiz uma voz tristonha. – A minha avó está entre a vida e a morte. Essa noite meu pai me ligou dizendo que ela havia piorado. Ela quem me criou. E como se fosse minha mãe. Eu vou lá falar com ela hoje. – agora fingi uma voz desesperada de choro – Se eu for com você, ela pode morrer sem ter falado comigo! E aí, eu posso virar uma suicida!
Acabou que o Marcos entendeu e me liberou.
- Pensei que a sua avó já estivesse fora de perigo. – Mari me disse.
- Ah, mas ela está. Deve ter alta essa semana. – respondi rindo, mas com os olhos fixos no computador.
- Você não presta! – ela resmungou rindo e foi em direção à cozinha.
Nesse exato momento o interfone tocou.
Marina atendeu e falou com cara de surpresa para quem estava na portaria:
- Uhum, ela tá aqui.
Então ela passou pra mim e sussurou “Caio”.
O quê? O Caio estava lá embaixo? Mas são oito da manhã? Será que ele desistiu? Será que aquele não era ele, agora ele acordou desesperado e veio pedir desculpas? Quero dizer, ele pode ter um irmão gêmeo do mal que eu não conheço ou então um espírito maligno pode ter se apossado de seu corpo! É isso, nada de Caio para a pobre Nina aqui.
- Oi -  respondi meio que chocada.
- Ah, Nina, são oito horas. Está pronta?
O quê? É isso? Esse idiota, imbecil, desgraçado veio aqui às oito da manhã? Quem ele pensa que é? Quem ele pensa que eu sou?
- Ah, peraí. – olhei em direção à janela e vi que a Marina estava pendurada olhando pro carro dele lá embaixo. Soltei o interfone e fui parar ao lado dela. Foi aí que eu vi aquele carro azul marinho dele lá embaixo. E também foi aí que eu simplesmente desmaiei.

7 de dezembro de 2009

Falta pouco pro Natal!

Não adianta, mais um ano se acabou. Agora os shoppings estão super lotados de pessoas se individando para o próximo ano, os supermercados estão lotados de gente comprando um monte de coisa gostosa pra comer no Natal e no Ano Novo. 
As pessoas que trabalharam arduamente o ano todo pelo seu décimo terceiro já está gastando o que recebeu com dívidas acumuladas ao longo de 2009.
Os pobres frangões(tipo chester), perus e leitõezinhos estão no corredor da morte. E as pessoas querem emagrecer para a Noite Feliz, quando engordarão tudo outra vez.
Mas algumas coisas mudam. 
A musiquinha "Já é Natal na Leader Magazine..." em ritmo natalino, que embalou a minha infância não existe mais. Agora os publicitários quiseram mudar o ritmo da musiquinha que embalou nossas vidas para uma espécie de "hip hop". A letra do "Já é Natal na Leader Magazine, ..." continua, mas sem aquele jeitinho de Natal não é a mesma coisa.


Papai me fez montar a árvore de Natal o mais rápido possível. A gente sempre monta em 26 de novembro, mas esse ano eu(que sou a responsável por esse trabalho), fiquei enrolando. Aí me vem papai dizer que "quando a família passa o Natal sem árvore montada algum membro dela morre". Então significa que se a gente monta a árvore é garantia de vida? Papai e suas supertições.


Ah, Natal também me lembra papai Noel, o símbolo de como o mundo é afetado pela publicidade. Na sexta série, eu fiz um trabalho sobre A História do Papai Noel, e descobri coisas muito interessantes. Como que, até a década de 1930, o papai Noel usava roupa azul. Mas a Coca-cola fez uma propaganda dele usando vermelho e a imagem ficou assim até hoje. Curioso, não?
Devido a isso, pobres velhinhos que fazem trabalho temporário em shoppings estão utilizando roupas quentes e pesadas, com uma barba que deve incomodar pra caramba, nesse verão carioca onde os termômetros giram por volta de 40ºC!


As famílias se juntam na noite feliz com várias razões. Pode ser para falar mal de quem não está perto, pode ser para beber, comer e chatear as pobres crianças. A partir daí surgiu a minha teoria. Os pais subornam as ingênuas crianças com presentes.


Fala sério, pergunte a uma criança o que é bom no Natal. Ela vai dizer "ganhar presente". Talvez brincar com os primos. Como os pais bebem até ficarem chatos e ignoram o universo infantil, a estratégia de dar presente serve como um "cala a boca e me deixa em paz!". Logo as crianças já aprendem desde cedo a serem adultos corruptos que se vendem facilmente. Até as comidas de Natal não satisfazem as crianças. Elas não gostam de peru, panetone, avelãs, etc. Alguém faz bolo de chocolate, brigadeiro, cachorro quente ou hambúrguer? Não, ninguém faz!


Eu tenho muita coisa sobre Natal para desabafar aqui, mas não vou postar agora senão o texto vai ficar grande demais.


Além disso tenho muita coisa pra fazer, como terminar de escrever Nina& Caio, arrumar meu quarto, terminar as leituras empacadas e ainda ir na casa lotérica para a mamãe. 


P.S.: esse blog nunca que vai conseguir ser sério e decente, tsc tsc...

2 de dezembro de 2009

tive que postar

Eu estava tentando fazer disso aqui um blog descente, com coisas inteligentes.
Tá, nunca vou conseguir fazer disso um blog inteligente, fato. Porém tô tentando postar historinhas e ver se faço algo que preste aqui.

Mas não posso me esquecer que o nome disso aqui é "Pensamentos de Luma", então eu tenho direito de postar uma observação que meus neurônios fazem de vez em quando.

Bem, o fato é o seguinte:

Hoje eu estava lá, assistindo televisão com a minha mãe. Aí começa a propaganda das Casas Bahia dizendo que esse ano eles vão montar a Super Casas Bahia no Riocentro pro Natal desse ano, que nem fizeram ano passado. Então lá estava o Evandro Mesquita- garoto(ou coroa?) propaganda do comercial - falando sobre esse paraíso do consumo das donas de casa das classes C e D da sociedade, que se privam de seu suado dinheirinho com um monte de prestações. Mas ao fim de tudo o cara solta a seguinte frase: " E VOCÊ AINDA PODE GANHAR BRINDES DE GRAÇA!"

Qual é o nome daquela figura de linguagem mesmo? Deixa eu pensar... (algum tempo depois)..

Tá, ainda não lembro e pedia ajuda à mamãe mas ela também não lembra, mas é aquela de redundância, sabe? Pois é, essa aí mesma. Porque: analisamos o que o cara falou:

1. Se você GANHA alguma coisa, essa coisa é de GRAÇA, não é mesmo? Logo ela é um presente ou um BRINDE.

2. Se você recebe um BRINDE é porque você GANHA ele. E se você GANHA, é porque saiu de GRAÇA, você não pagou nada por ele, ok?

3. Quando uma coisa é de GRAÇA, você não compra, você GANHA. E como você ganha, é um presente. E o que é um BRINDE senão um tipo de presente?


Fala sério, esses publicitários precisam estudar português!!!

P.S.: e eu também. E eu também... qual o nome daquela figura de linguagem? Isso foi minha matéria do ano passado!!

29 de novembro de 2009

Nina & Caio, Parte III

Parte III

Entrei em casa cantando feito uma idiota. Só não me lembro agora qual era a música. Mas era uma música bem ridícula, não estou brincando.

Como entrei pela porta da cozinha, fui direto lavar as mãos na pia e depois pegar um copo de água na geladeira. Acho que pelo fato de ter me escutando entrar em casa e pior, cantando, Marina veio lá de dentro falar comigo.

- Posso saber o que aconteceu? – ela perguntou enquanto saía do corredor, chegando à cozinha.

- A melhor coisa do mundo, Mari! – respondi sorrindo.

- Oh, meu Deus, acabou a fome no mundo? Fidel Castro morreu? Acabou o talibã?

- Não, melhor!

Lavei o copo que bebi água, coloquei no porta-copo e fui andando em direção à sala. Marina veio atrás de mim:

- Me conta logo criatura!

- Amanhã eu vou sair com o Caio! – eu disse suspirando enquanto caía no grande pufe laranja que havia no canto, ao lado da televisão.

- NÃO ACREDITO! HÁ! – ela gritou.

- Eu que vou sair com o cara que eu amo e você que grita?- dei uma pausa. – Peraí, tem alguém em casa?

- Tem eu e você, Nina.

- Não, eu quis dizer além da gente, né?

- Não. Mas me conta como foi isso. Eu sabia que uma hora ele não iria resistir a ti, amiga!

Esse “ti” da Marina é tão fofo! Nessas horas eu queria ser gaúcha que nem ela, só pra falar “ti” desse jeito.

Me levantei e contei à Marina. Quero dizer, contei que eu tinha vindo de carona com ele e que depois ele me chamou pra sair e tal. O lance é que eu contei encenando.

- ... aí ele não acreditava, sabe? Ficava falando “quero dizer” toda hora, uma coisa tão meiga!

- Você tá parecendo uma menina de doze anos! – ela deu uma risada.- Mas e aí, você ficaram?

- É, não. – eu disse desanimada enquanto caía no sofá. – Ai, vai ver é isso, Mari!

- Isso o quê?

- Ele não me chamou pra sair, sair mesmo, quero dizer, do jeito que eu gostaria. Vai ver ele me chamou pra sair porque quer me mostrar algum lugar mesmo, mas sem romantismo, só como amigos, sabe?

- Não to entendendo, Nina.

- Como não? Ele não me chamou porque se interessa por mim. É isso, ele só me quer como amiga mesmo. Porque senão, vai ver ele teria ficado comigo, sabe como é.

- Você ta viajando.

- Não to nada. Mas pensa comigo, se...

Nessa hora fui interrompida pelo telefone que tocava. Marina se levantou e foi atender:

- Alô? – pausa – Ah, oi. – pausa – Não, ela já está dormindo. – É tia, a senhora sabe como é. Medicina é super cansativo, a Fernanda tem que dormir sempre que dá, coitada. – pausa. – Pode deixar que eu aviso a ela. – pausa – Uhum, não se preocupa, amanhã ela te liga. – pausa – Fica tranqüila, tia, não vou me esquecer. Ah, e manda um beijo pra mamãe. – pausa – Beijo, tchau.

Ela desligou o telefone.

- Onde que a Fê está afinal?

- Ah, hoje ela não dorme em casa. Saiu com o Miguel.

- Coitada da sua tia. Não entendo como vocês duas conseguem ser tão diferentes sendo da mesma família.

- Nem eu entendo, Nina.

- Ok, voltando ao assunto. – continuei falando enquanto fui à cozinha e voltei com uma maçã. – Isso não está certo. O comportamento do Caio, quero dizer. Ouve bem Mari, eu já tive cinco namorados, isso desde os 13. Sem contar o que não se tornou oficial. Eu tenho experiência nisso, sabe?

- Vai começar com neurose de novo?

- Não é neurose. É que você é muito nova. Acha que o mundo é um conto de fadas. – dei uma mordida na maçã e continuei falando de boca cheia – Ele é um homem, amiga. Tem 25 anos.

- Eu não sou nenhuma idiota. Não é porque eu tenho 17 e nunca tive um relacionamento duradouro que eu não entendo nada.

- Ah é, você vê novela.

- Não tem graça nenhuma, Nina. Vamos acabar com isso e ir dormir porque já são meia-noite e eu tenho um monte de coisas pra fazer amanhã.

- O que você vai fazer amanhã? – perguntei. Afinal, desde quando Marina têm algum programa nos fins de semana?

- Eu tenho que... que... visitar minha tia. Não a mãe da Fernanda. A minha tia por parte de pai.

- Eu não sabia que você tinha parentes no Rio.

- Tá vendo? E você acha que sabe de tudo. Minha tia mora na Tijuca.

- E você sabe chegar lá? – perguntei.

- Sei, eu me viro.

- Tá legal. Tá, vou tentar dormir né? Amanhã tenho que ver a vovó no hospital, adiantar um trabalho, marcar hora no salão, porque eu estou péssima.

- Ah, é você está péssima, ta mesmo. O que é isso? Ah, é você tem um fio de cabelo em pé, uhum. – Marina me disse com ironia e foi pro quarto dela.

Depois disso tomei meu banho e fui dormir. Fernanda não iria dormir em casa. E Juliana estava fora também, o que significava o meu quarto só pra mim! Eba!


P.S.: Sei que essa história está chata pelo fato de eu estar explicando muito a vida da Nina e com o Caio aparecendo pouco. Mas isso é importante para que entendam como é a rotina da Nina, como é a personalidade dela.

23 de novembro de 2009

Nina & Caio, Parte II

Gente, aí vai mais um pedacinho de Nina & Caio


- Quer sair comigo?


Parte II

- Hum, quê?

Eu me fingi de desentendida e comecei a tirar o cinto de segurança. É porque vai que eu invento de sorrir e correr dizer um sim e ele tava zoando com a minha cara. Isso acontece em filmes adolescentes, eu já assisti.

- Eu tava pensando se você queria sair comigo amanhã, sabe?

Eu tentei juntar as idéias. Peraí, o Caio realmente estava me chamando para sair? Isso REALMENTE estava acontecendo? Acho que como eu fiquei parecendo uma idiota ele continuou, meio que se justificando:

- É que eu conheço um lugar que é a sua cara, Nina. A sua cara mesmo. E aí eu achei que seria legal você conhecer. Porque você gosta de lugares assim. – ele parecia nervoso. – Quero dizer, eu acho que gosta. Quero dizer, de lugares como esse que eu conheço. E, não precisa se preocupar, é como amigos, mesmo. Quero dizer, como amigos, sabe? E...

- Seria ótimo. – eu respondi sorrindo.

Ele estava nervoso. Por estar falando comigo! Isso não é fofo? E ele disse “quero dizer” várias vezes. Ótimo, isso significa que se eu quiser, eu posso ficar no controle da relação. É, eu é quem mando. Tá, isso soou maquiavélico. E não é porque O Príncipe, de Maquiavel é o meu livro preferido que eu sou maquiavélica. Eu sou uma pessoa sociável e de bom coração. Sou mesmo.

- Tá, que horas eu posso passar aqui pra te pegar então?

- Ah, não sei, que horas pode ser pra você?

- Às oito? – ele perguntou.

- Ótimo pra mim.

Me inclinei e dei um beijo no rosto dele:

- Te vejo amanhã. – e saí do carro.

Enquanto eu estava na portaria do prédio, dei uma olhada pro carro dele, que ainda estava parado na calçada. Ele sorriu pra mim pela janela aberta. Sorri de volta e entrei no prédio.

- Seu Pedro, não está uma linda noite? – cumprimentei o porteiro, um senhor de uns 60 anos, baixinho e bigodudo, porém simpático.

- Com certeza. Cheia de estrelas. – ele me respondeu.

Entrei no elevador e fui até o apartamento, sorrindo feito uma criança boba. Fala sério, EU NÃO SOU A PESSOA MAIS SORTUDA DA FACE DA TERRA?

21 de novembro de 2009

haapy birthday?

hoje é meu aniversário e eu fui nos jornais online ver qual o tipo de noticia que havia hoje.
Sério, eu devo ser muito azarada mesmo!

O Globo online Brasil:
- Aluna é suspeita de envenenar água dos professores em MG
- Piloto de avião agrícola bate em fios e morre no RS
- Câmera flagra PM agredindo motociclista em SC
- Jovens descobrem que foram trocados em maternidade de SP
- Chuvas e vendavais deixam 8 mortos no sul do país
- Sepultura é violada em ritual religioso no RS
- Ladrões instalam explosivo em empresa na BA
- Bandidos usam granada para roubar carro forte em PE

preciso postar os outros sites?

Acho que vou ali fazer uma oração, cara..

14 de novembro de 2009

Nina & Caio - Parte I

Qual seria o segredo de um encontro ideal? E o de um relacionamento perfeito? O que é romantismo pra você?
São questões assim que pretendo abordar em Nina & Caio, um conto que quero desenvolver com o tempo. Hoje quero postar a primeira parte dele. Boa leitura!

Nina & Caio

Eu já estava saindo da faculdade. Essa rotina de trabalhar durante o dia e cursar Jornalismo à noite era bastante cansativa. Se bem que não era bem trabalho. Era apenas meu estágio. Mas eu trabalho mais do que os funcionários efetivos daquele jornal, então o que eu faço durante o dia pode ser considerado trabalho. Quero dizer, eu acho.

- Quer uma carona para a república, Nina?

Era o Caio que me chamava. Ele é um amor mesmo. Mas eu acho que ele mal sabe que eu existo. Na verdade ele até sabe que eu existo. A diferença é que não do jeito que eu sei que ele existe. Nem que eu seja apaixonada por ele. Isso é patético. É só algo diferente.

- Você vai pra lá agora? Porque eu não quero te atrapalhar, você sabe.

- Deixa de bobeira, eu vou para Icaraí de qualquer jeito. Vamos logo, é perigoso você andando sozinha por aí.

Entrei no carro e agradeci. Logo em seguida ele me deu um beijo no lado esquerdo do rosto. Deve ser por isso que ele me vê como um amigo. Você não leu errado. Deve ser algum amigo homem, porque ele não se interessa por mim. Afinal, quem se interessaria por uma garota que vai ao Maracanã quase todo domingo ver qualquer jogo? Seja Vasco, Fluminense, Flamengo ou Botafogo, eu estou sempre lá. É o espetáculo do futebol. Além do fato de eu não usar maquiagem ou fazer escova. Mas se for para Caio se interessar um dia por mim, vai ter que ser do jeito que eu sou. Sem maquiagem e respeitando meu futebol, ele é sagrado. Ei, mas o que eu estou falando? Eu nem estou apaixonada por ele, não é mesmo? Pois é, porque eu não estou.

No meio do caminho, o celular dele tocou. E ele atendeu no trânsito. Isso é ilegal. Mas foi sexy. Meu Deus, o que eu sou? Uma vândala? Uma bandida? É, acho que é isso que eu sou. Ou estou me tornando.

- Tá, eu estou indo pra aí. – ele disse na linha. E depois voltando-se para mim. – Que droga!

- Que foi? – eu só quis manter a conversa, porque, bem, eu já tinha problema demais para saber o dos outros.

- Eu vou ter que voltar pro campus pra pegar uns papéis com o Gustavo. Mas fica tranqüila que eu te deixo em casa primeiro.

- Não precisa se preocupar comigo, eu posso me virar. Quero dizer, eu posso pegar um ônibus, você sabe que eu não quero te atrapalhar...

Foi aí que eu percebi que o carro parou. Em frente ao apartamento que eu estava dividindo com mais três amigas. O que não faz dali uma república, pelo menos ao meu ver. Mas a Ju, uma das meninas, se refere assim. E por conseqüência, o Caio, que é veterano em Direito, estuda com ela.E pegou esse hábito.

- Obrigada. – eu disse enquanto tirava o cinto de segurança. – Valeu mesmo, Caio.

Mas antes de eu sair do carro, ele olhou pra mim rindo e disse:

- O que você pretende fazer amanhã?

Vejamos, amanhã é sábado. Tenho que visitar a vovó que está no hospital devido a seu terceiro infarto. Depois tenho que passar no jornal pra ver se tem alguma coisa que eu possa fazer. E tenho que fazer um trabalho surreal para quarta-feira. Tipo, super tranqüilo, não?

- Eu? Não sei. Por quê?

- Quer sair comigo?



continua..